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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Newsweek: edição especial com Hillary Clinton na capa foi para as bancas. Editores recolheram 125 mil exemplares e pediram desculpas: "Como todo mundo, nós erramos"

Capa com Hillary Clinton "vitoriosa" foi distribuída
nas bancas. E, em seguida, recolhida. 
Para chegar às bancas em questão de horas após a definição do resultado das eleições americanas, a Newsweek não tinha alternativa a não ser preparar duas edições especiais, desenhar capas, a bio de cada um dos candidatos e aguardar o factual.

A maioria das revistas adota essa estratégia para ganhar tempo.

Mas alguém na Newsweek se precipitou e, em algum momento, liberou para a gráfica e para os postos de venda a edição com Hillary Clinton na capa.

O New York Post apurou que foram impressos, distribuídos e depois recolhidos 125 mil exemplares.

O vexame maior é que os textos analisam e explicam a vitória da "Madame Clinton" e celebram a primeira mulher a chegar ao maior posto do país.

"A presidente eleita Hillary Clinton"  - diz o texto - "manteve o alto nível enquanto seu oponente foi cada vez mais baixo". E mais adiante: "Os americanos em todo o país rejeitaram rotundamente o tipo de medo e o ódio baseado no conservadorismo vendido por Donald Trump".

Isso mostra apenas que as palavras existem para uso e usufruto e o jornalismo é capaz de explicar qualquer coisa.

Mais ou menos como bem define a velha piada sobre o editor que entregou uma bíblia a um redator e pediu-lhe que resumisse tudo em cinco mil caracteres. O redator apenas perguntou: "Contra ou a favor"?

Trump na capa: a edição que
corrigiu o vacilo editorial
Tanto que na edição que foi pra valer, com Trump na capa, a vitória do ex-apresentador do programa "Aprendiz" foi perfeitamente explicada.

Restou à Newsweek admitir o vacilo: "Como todo mundo, nós erramos".

Enquanto isso, logo após confirmação da vitória de Trump surgiram nas redes sociais relógios que fazem a contagem regressiva de quanto tempo falta para o republicano sair da Casa Branca.

Mais do que isso: internautas lançaram a candidatura de Michelle Obama em 2020. A mídia já levantou essa possibilidade impressionada com o protagonismo e o carisma da primeira-dama. Quando ela discursou na última convenção dos Democratas a plateia não só aplaudiu como fez o coro Michelle 2020.  Mas há poucos dias, em um programa de rádio, o presidente Barack Obama foi taxativo: "Ela nunca concorrerá para o cargo".