Capa com Hillary Clinton "vitoriosa" foi distribuída nas bancas. E, em seguida, recolhida. |
A maioria das revistas adota essa estratégia para ganhar tempo.
Mas alguém na Newsweek se precipitou e, em algum momento, liberou para a gráfica e para os postos de venda a edição com Hillary Clinton na capa.
O New York Post apurou que foram impressos, distribuídos e depois recolhidos 125 mil exemplares.
O vexame maior é que os textos analisam e explicam a vitória da "Madame Clinton" e celebram a primeira mulher a chegar ao maior posto do país.
"A presidente eleita Hillary Clinton" - diz o texto - "manteve o alto nível enquanto seu oponente foi cada vez mais baixo". E mais adiante: "Os americanos em todo o país rejeitaram rotundamente o tipo de medo e o ódio baseado no conservadorismo vendido por Donald Trump".
Isso mostra apenas que as palavras existem para uso e usufruto e o jornalismo é capaz de explicar qualquer coisa.
Mais ou menos como bem define a velha piada sobre o editor que entregou uma bíblia a um redator e pediu-lhe que resumisse tudo em cinco mil caracteres. O redator apenas perguntou: "Contra ou a favor"?
Trump na capa: a edição que corrigiu o vacilo editorial |
Restou à Newsweek admitir o vacilo: "Como todo mundo, nós erramos".
Enquanto isso, logo após confirmação da vitória de Trump surgiram nas redes sociais relógios que fazem a contagem regressiva de quanto tempo falta para o republicano sair da Casa Branca.
Mais do que isso: internautas lançaram a candidatura de Michelle Obama em 2020. A mídia já levantou essa possibilidade impressionada com o protagonismo e o carisma da primeira-dama. Quando ela discursou na última convenção dos Democratas a plateia não só aplaudiu como fez o coro Michelle 2020. Mas há poucos dias, em um programa de rádio, o presidente Barack Obama foi taxativo: "Ela nunca concorrerá para o cargo".