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sábado, 13 de junho de 2020

A caça às estátuas

Foto Reprodução Twitter
por Ed Sá 

Nessa questão da derrubada das estátuas talvez caiba um meio termo. Churchill era um tremendo racista. É isso está documentado. Merece ser incomodado pelos manifestantes.

No últimos dias, as estátuas em praças não têm se preocupado apenas com os pombos. Aquelas cujo passado condena botaram as barbas de bronze de molho.

Os atuais protestos têm um lado didático elogiável indiscutível: mostrar às novas gerações quem de fato foi o "herói" britânico.

Mas cancelar Churchill da história é menos educativo do que mostrar quem foi ele.

E isso vale para outros.

O Brasil, por exemplo, tem estátuas polêmicas a literalmente a dar com o pé. Borba Gato foi um assassino, um cruel mercador de escravos. Um miliciano, um membro do PCC , se existisse na época. Os ditadores brasileiros homenageados em pontes, avenidas e até cidades comandaram os porões da tortura e dos assassinatos políticos. Há milhares de outros canalhas que poluem nossas praças, ruas e parques.

E se essas "homenagens" forem mantidas, mas reconfiguradas? Por exemplo, ao lado dos bustos e esculturas placas informam as atrocidades que as figuras em questão cometeram por baixo da história oficial.

Assim, os facínoras não seriam esquecidos, mas teriam seus crimes sempre lembrados.

Para finalizar: alguns historiadores criticam manifestações contra o racismo e defendem as estátuas-alvo. Onde vivem? Muito antes de qualquer problema ideológico contra figuras "ilustres",  o povo já destrói estátua aqui nas quebradas tropicais do Terceiro Mundo. No caso, para afanar o valioso bronze dos monumentos.

Que nos desculpe a Velha Albion, mas nessa o Brasil saiu na frente.