Mostrando postagens com marcador Meghan Markle. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Meghan Markle. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de abril de 2021

Philip, o racismo na corte...

por José Bálsamo 

Os editores tiveram trabalho extra ao noticiar a morte de Philip, o marido de Elizabeth: procurar eufemismos. O sujeito em questão exalava racismo. Impossível negar. Tanto que O Globo, a Folha e o Estadão reuniram várias das suas declarações vulgares que "elegantemente" chamam de "gafes" e classificam de "inoportunas" e "politicamente incorretas". Um esforço para evitar a palavra que não ousaram grafar: racismo. Já o Valor teclou a palavrinha. A CNN Internacional destacou o "humor britânico". O Business Insider pontuou "a longa e degradante história de racismo" do falecido. O site Red Flag o chamou de "idiota elitista'". 

A maquiagem semântica no racismo de Philip tem origem na própria comunicação palaciana. Sem poder ocultar as declarações preconceituosas do marido da rainha, até porque quase todas aconteceram em público, os assessores, com a ajuda da BBC, adicionavam um tom cômico às grosserias e o consorte virava "espirituoso", "incorrigivel".  A esquerda britânica rebatia que incorrigível era o racismo do duque de Edimburgo. Era sempre lembrado que a família de Philip teve ligações muito próximas com nazistas. 

Em 1937, nazistas comparecem 
a enterro da irmã de Philip.
Em 1937 uma delegação de oficiais de Hitler compareceu ao funeral de uma das suas irmãs morta em acidente. Goering foi uma das presenças na cerimônia. Philip, que nasceu na Grécia e era descendente de dinamarqueses e alemães, foi fotografado ao lado dos militares, dois deles seus parentes que usavam uniformes da SS.

Não há registro de comentários de Philip sobre Meghan Markle, talvez porque já estivesse debilitado nos últimos anos. Os comentários racistas sobre a mulher de Harry, conforme ela revelou em entrevista a Oprah Winfrey, teriam partido de Anne, filha de Elizabeth. E, como ficou claro através de Meghan Markle, há algo de podre no reino dos Windsor. Chama-se racismo.


Confira algumas das "philipetas" racistas

* A um grupo de dançarinos negros: "Vocês são todos da mesma família?"'

* Ao desdenhar de uma exposição na Etiópia: "Isso parece o tipo de coisa que minha filha traria da aula de arte na escola". 

* Ao ofender aborígenes: "Vocês ainda atiram flechas uns nos outros?"'

* A um estudante que percorreu trilhas na Nova Guiné referiu-se a canibais: "Conseguiu que não te comessem"?

* A um convidado negro de uma festa em Londres: "De qual exótico lugar do mundo você procede? "Sou de Birmingham", respondeu o inglês. 

domingo, 20 de maio de 2018

Esquece! Nem 007 daria conta da missão de apagar antigas fotos de Meghan Markle na internet...

por Ed Sá 

O casamento de Harry e Meghan foi cheio de simbolismos. Atriz, divorciada, ativista, filha de mãe negra e pai branco, ela não tem escândalos do currículo - como vários dos Windsor -, mas guarda naturalmente um passado não protocolar que a realeza até tentou repaginar.

A mídia noticiou que uma força tarefa foi encarregada de revisar imagens da carismática noiva nas redes sociais.



Meghan Markle no papel de Rachel Zane em Suits,
onde contracenou com o ator Patrick Adams. A foto de divulgação
foi republicada recentemente pelo britânico Mail on Line, que afirmou esperar que
a família real tivesse visto essa imagem. O que o jornal quis dizer com isso? Sabe-se lá...

Missão quase impossível. Entre 2005 e 2016, Meghan Markle fez sete filmes e dezenas de participações em séries de TV. Como qualquer atriz, atuou em cenas quentes. A web registou e, nos últimos meses, tais fotos foram compartilhadas milhões de vezes. Ela, pela postura independente que demonstra, não parece estar nem aí pra isso.

Há alguns anos, uma revista francesa publicou fotos de Kate Middleton de topless. O Palácio de Buckingham processou a publicação que foi obrigada a pagar uma alta indenização. Mas nem por isso as fotos sumiram da internet. Trump ameaçou o jornal que publicou antigas fotos de Melania Trump nua, o que só chamou mais atenção sobre o ensaio da ex-modelo. Nem os bilhões de dólares de Onassis impediram que a nudez de Jackie Onassis na ilha de Skorpios se espalhassem pelo mundo. E a internet nem existia.

Esse tipo de revisionismo fotográfico não é apenas coisa da família real, a não ser que se consideremos "reis" dois ídolos brasileiros; Pelé e Roberto Carlos. Contavam os corredores da velha Bloch que, nos idos do anos 1980, a direção da editora entregou gentilmente aos dois centenas de fotos originais das suas então mulheres, respectivamente, as modelos Xuxa e Miriam Rios. Queriam garantir que os vários ensaios que elas fizeram para a revista masculina EleEla não mais fossem publicados. De fato, não foram. Na mídia impressa. Mas o zelo dos então maridos não impediu que a internet e a digitalização resgatassem a beleza das suas ex.

Bobagem, o que acontece na internet, fica na internet.

sábado, 23 de dezembro de 2017

"The Crown" na vida real: racismo no almoço de Natal da família real britânica

A princesa Michael of Kent, com o broche que retrata uma escrava africana. Ela escolheu a joia
para ir ao almoço de Natal onde estava presente Meghan Markle, futura
mulher do príncipe Harry, que é filha de uma afro-americana. Foto: Reprodução The Guardian


por Jean-Paul Lagarride

Não demorou muito e uma integrante periférica da família real britânica mostrou seu veneno. A princesa Michael of Kent, casada com um primo da rainha Elizabeth, tirou da caixa um broche com efígie de uma escrava africava e levou o adereço para o almoço de Natal no Palácio de Buckingham. 

Quem tem visto a série The Crown, no Netflix, já percebeu que nada no reino dos Windsor acontece por acaso, nem as formalidades e muito menos os barracos À mesa estava a futura mulher do príncipe Harry, Meghan Markle (na capa da Vanity Fair, ao lado), que é filha de pai branco e mãe afro-americana. 

Diante da repercussão, a princesa Michael de Kent pediu desculpas, mas seu recado já estava dado. O tipo de joia que ela usou já é há muito tempo visto no Reino Unido, por parte da sociedade, como inconveniente por representar o que era antigamente uma demonstração de "orgulho" diante do sangrento e cruel  império colonial: a submissão de uma raça conquistada por uma etnia "superior".