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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Torre Eiffel, a medalha (de ferro) da Olimpíada de Paris

 


A edição de 12 de julho do jornal Valor publica resenha que Roberto Muggiati fez do livro "A Torre Eiffell - verdades & lendas", de Françoise Vey, lançado pela L&PM. 

Entre outras revelações, Vey conta que não foi Gustave Eiffel o homem que concebeu inicialmente a torre, mas seu jovem engenheiro franco-suíço, Maurice Koechlin. E o arquiteto do monumento chamava-se Stephen Sauvestre. 

O maior símbolo de Paris vai receber eventos dos jogos à sua sombra e, em cada medalha da premiação, será incrustado um pedaço de ferro da torre, que, assim, já está no pódio da Olimpíada.   

sábado, 1 de junho de 2024

Chico Buarque e a censura: vinte anos de confrontação. Livro do jornalista Márcio Pìnheiro detalha a perseguição da polícia política da ditadura ao compositor que fará 80 anos em 19 de junho

 


por Ed Sá 

Em Rato de redação: Sig e a história do Pasquim (Matrix, 2022), o jornalista gaúcho Márcio Pinheiro fez um relato detalhado de como O Pasquim sofreu nas mãos do regime totalitário brasileiro, não só com a censura de suas páginas, mas também com a prisão de seus redatores. 

Agora, às vésperas dos 80 anos do compositor, em 19 de junho, ele traz a público o mais completo levantamento da perseguição implacável dos censores ao seu alvo predileto, no novo livro O que não tem censura, nem nunca terá: Chico Buarque e a repressão artística durante a ditadura militar (L&PM). 

O primeiro tranco que Chico levou foi já no comecinho da carreira, em 1966, com a canção Tamandaré, a bronca de um mendigo que acha na rua uma nota de um cruzeiro, a mais insignificante possível, com a efígie do almirante. Na visão obtusa dos censores, Chico desrespeitava propositalmente a figura do patrono da Marinha.

No exílio italiano em 1970, Chico compôs Apesar de você, uma crítica ao ditador Emílio Médici camuflada numa letra sobre uma rusga de namorados. Os censores foram lentos e só proibiram a canção quando ela já fazia sucesso há cinco meses e o compacto tinha vendido 120 mil cópias. 

Veio a seguir a parceria de 1973 num show com Gilberto Gil, Cálice, na qual Chico se valia da mesma sonoridade das palavras cálice e cale-se. A canção só seria liberada e gravada cinco anos depois, quando a abertura política já se refletia também na censura.

Ao final, Márcio Pinheiro faz uma síntese do compositor: 

“Mais completo repórter de seu tempo, Chico Buarque chega aos oitenta anos comprovando que, se nos últimos tempos ele perdeu a capacidade de produzir em linha de montagem, agora tem se revelado um artesão paciente e elaborado. A riqueza poética é a mesma, aperfeiçoada pela sutileza, pelo rigor e pela exigência. O lirismo denso e o estilo elíptico ainda permeiam sua obra. E, se nos anos 1970 ele precisava tergiversar para dizer o que pensava – fossem denúncias políticas ou desilusões amorosas –, Chico Buarque envelhece com a sabedoria de quem sempre soube de tudo aquilo que anda na cabeça, anda nas bocas – e que não é preciso se afobar, porque nada é para já.”