quarta-feira, 15 de maio de 2024

Fotomemória: Quanta diferença... Nilton Santos e Garrincha eram influenciadores apenas da bola. "Rede social" para eles era o "véu da noiva" que guardava seus gols

 

Nilton Santos e Garrincha no sul de Minas em '958.
Foto de Jankiel Gonczarowska para a Manchete Esportiva. 

por José Esmeraldo Gonçalves

A foto acima foi publicada na Manchete Esportiva em 1958. O autor da imagem foi Jankiel

Gonczarowska. O local, Caxambu, em Minas Gerais. Na cena, os craques Nilton Santos e Garrincha passeiam em uma charrete nas imediações do balneário que, na época, era um local disputado nos verões. A seleção brasileira e os grandes clubes do Rio e de São Paulo faziam ali a etapa de preparação física e técnica antes da abertura dos campeonatos.

A imagem pode motivar outra e atual leitura.

O tempo passou, tudo mudou, inclusive o perfil dos jogadores de futebol. Nilton Santos e Garrincha, do Botafogo, foram dois dos maiores craques da história, mas os salários... ó, nada comparados aos milhões de euros e até de reais pagos hoje. Em tempo sem redes sociais, aquela geração não se envolvia em polêmicas. Ou quase sempre não se envolvia. Os jornais às vezes divulgavam "fugas" noturnas de Garrincha, que se mandava da concentração para a night. O atacante Almir, do Vasco, arrumava algumas encrencas em Copacabana e saia nas páginas policiais. Muito antes, Heleno era o enfant terrible dos anos dourados cariocas. Fora isso, a maioria brilhava em campo. Você consegue imaginar um Neymar posando em uma charrete? Talvez em um Porsche, uma Ferrari, um helicóptero, um jatinho.

Pois é: Garricha e Nilton Santos eram influenciadores apenas da bola, compatilhavam gols. E guardavam na estante de titulos um bicampeonato mundial, isso na época em que os "bi" só valiam se fossem seguidos, como em 1958 e 1962.

2 comentários:

Nilton Muniz disse...

Tempos imemoriais, meu amigo, em que a bola era chamada de vc, por esses gênios. Hoje, nem por Vossa Excelência!

Anônimo disse...

Vale lembrar que como fotojornalista Sérgio Jorge registrou a verdade sobre a morte de Mariguella no tempo da ditadura. Como ele mesmo contou na IstoÉ.