quinta-feira, 30 de maio de 2024

O outro lado do racismo em Portugal: brasileiros contra brasileiros. Acredita nisso?

Imagem reproduzida do Marco Zero Conteúdo

Reportagens, relatos pessoais e os fatos demonstram que o racismo em Portugal é avassalador e se agrava no mesmo ritmo do avanço da extrema direita na política. O Chega, partido em ascensão, conquistou um número surprendenete de cadeiras no parlamento com base em um discurso que se assemelha aos rascunhos que seus partidário colheram nos sacos de lixo de Bolsonaro, Trump, Milei, Marine Le Pen, Meteo Salvini, Viktor Órban etc. 

Entre os imigrantes brasileiros há as vítimas da violência racista registrada em escolas, locais de trabalho, nas ruas e até em residências invadidas por neonazistas e há também os novos "collaborationisttes" (uma reedição do termo "collabo" que apontava na França invadida, durante a Segunda Guerra, os franceses que se aliavam aos nazistas. 

Ainda em fevereiro deste ano o site Marco Zero, um coletivo de jornalismo investigativo, abordou o assunto pela perspectiva de alguns brasileiros que culpam as vítimas. Digamos que esse argumento equvale ao do estuprador que atribuí à saia curta da vítima o gatilho que aciona seus instintos de predador sexual. 

Em artigo escrito pelo jornalista e cientista político Mariano Hebenbrocke, o Marco Zero procura entender o que há nas águas turvas desse pântano habitado por brasileiros que chafurdam na extrema direita. Uma das figuras citadas por Hebenbrocke, identificado Ângelo Latteli, antropólogo e professor universitário aposentado, informa que "o racismo pde até existir, mas está fora do seu alcance de  residente em uma 'colônia' europeia no sul de Portugal, no Algarve". Ele diz que por ser "branco, ter passaporte italiano, ter aprendido a falar o português de Portugal e conviver entre europeus, o racismo, o preconceito e a xenofobia não fazem parte de seu dia a dia. E explica: “o fato de o brasileiro ter um modo de vida, um comportamento diferente do português e não se inserir em sua cultura, isto já os coloca do outro lado. Nós sabemos que nem todos os brasileiros têm uma educação que é compatível com a europeia, inclusive de algumas regiões do próprio Brasil" (NR: Latelli nasceu no Sul do Brasil). Outra personagem entrevistada é a recifense Tatiana Gomes. Ela opina que Portugal precisa de "mão de obra qualificada e não de profissionais meia boca”. Gomes especula que "a grande massa de brasileiros que entraram em Portugal nos últimos cinco anos, é resquício da política de manutenção da pobreza do PT praticada no Brasil".

O artigo também cita uma reportagem do correspondente Vicente Nunes distribuída pela AFP e segundo a qual "o partido Chega, que tem à frente o líder da extrema-direita André Ventura, é radicalmente contra a imigração para Portugal, sendo também adepto de uma deportação em massa. Este partido tem crescido justamente com a adesão de muitos brasileiros que possuem dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, os quais são em sua maioria evangélicos das classes média e alta".

(*) Recomendamos a leitura completa do artigo de Mariano Hebenbrocke no Marco Zero que pode ser acessado no link abaixo. 

https://marcozero.org/como-brasileiros-que-vivem-em-portugal-alimentam-o-racismo-xenofobia/


Um comentário:

Ebert disse...

Uma tristeza esse neonazismo português. Mas não devemos generalizar. Temos aqui no Brasil os deformados do bolsonarismo e sabemos que não são o retrato do Brasil mas parte da população com síndrome de psicopatas