José-Itamar de Freitas e Nélio Horta na redação da Enciclopédia Bloch em Frei Caneca. Foto:Acervo Nélio Horta |
Conheci José-Itamar de Freitas em Frei Caneca quando comecei a trabalhar como repórter especial da Manchete em 1965. Para complementar o magro salário, escrevia nos Cadernos de Jornalismo da Bloch – que ajudei a lançar – e passei a colaborar na Enciclopédia Bloch, uma mensal de conhecimentos gerais que Itamar dirigia. Filho de Miracema, no noroeste fluminense, trinta anos (dois mais velho que eu), Zé-Itamar tinha a alma de editor. Infelizmente, os Bloch nunca valorizaram devidamente seu talento. Quando o intimaram a dirigir a mensal Pais e Filhos, Itamar pediu as contas e se mandou: não tinha physique du rôle nem esprit de corps para editar uma revista voltada para fraldas, soluços, papinhas, nana-nenéns e assuntos afins.
O Fantástico fez uma homenagem especial a Jose-Itamar de Freitas, em 2020 |
Foi imediatamente acolhido pela TV Globo, onde, criativo como poucos, aplicou a fórmula da revista Manchete a um programa das noites de domingo com o sugestivo título de Fantástico e subtítulo “O Show da Vida.” Sucesso instantâneo. Nos 30 anos da atração, ele disse à apresentadora Glória Maria: “Quando você passa dezesseis anos num programa, tudo te marca. Acabou sendo a minha vida. Um amor enorme, convivência, amizade, tudo. Eu olho o Fantástico como sendo da família. ”
José-Itamar de Freitas morreu em 2020, aos 85 anos, de complicações da Covid.
Foi-se o Criador, a Criatura segue em frente.
Um comentário:
Onde anda aquela moça que saía da água
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