por Niko Bolontrin
Será que a mídia esportiva é mesmo capaz de avaliar o trabalho de um treinador? Há dúvidas.
Vejam dois casos. Cansei de ouvir jornalistas sugerindo que a CBF contratasse um treinador permanente ou quase isso para a seleção brasileira. Pois bem: Tite foi chamado, treinou, treinou, falou difícil e perdeu a Copa da Rússia. Nunca um treinador recebeu tanto apoio da imprensa. Parecia o Guardiola brasileiro. Foi mantido apesar de não passar das quartas de final. Quatro anos depois, Tite chegou à Copa do Catar. Ter classificado o Brasil não conta: escândalo seria se a seleção brasileira não se classificasse tamanha a moleza. De novo, o treinador dava entrevistas rebuscadas, parecia saber o que estava dizendo. Não sabia. O Brasil passou vexame novamente e foi despachado de novo nas quartas de final. Só aí a mídia esportiva tornou-se subitamente crítica ao treinador que mais tempo teve para preparar uma seleção brasileira.
O segundo caso. A treinadora Pia, da seleção feminina teve recursos e tempo para preparar a seleção feminina. A mídia não apontou qualquer defeito na sueca. Até que as meninas do Brasil saíram da Copa do Mundo ainda na fase de grupos. Vexame. E só então, com a vaca no brejo, comentaristas de futebol, de ambos os sexos, passaram a apontar os erros da Pia. Assim como Tite no Catar, a sueca parecia em coma na Copa da Austrália - Nova Zelândia. Os closes da TV mostravam Pia atônita.
Que tal a mídia esportiva mostrar que é do ramo e provar capacidade de criticar o trabalho dos treinadores antes do desastre? Isso ajudaria o futebol mais do que a exaltação bajuladora.
A torcida agradece.
Uma coisa Tite e Pia ajudaram a provar. Treinador não deve mesmo ter estabilidade. Precisam provar a cada momento que sabem armar um time para vencer adversários qualificados e não apenas "fazer o nome' em amistosos de quinta categoria.
A torcida agradece.
Um comentário:
Tite fracassou duas vezes. Se era genial não provou
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