quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Elio Gaspari leva uma carretilha de Bolsonaro


No alto, artigo de Gaspari no Globo de 12-1-2022: o sonho do Bolsonaro "gente boa". Menos de 24 horas depois, na edição de 13-1-2022, o sociopata desmente a "moratória" e frustra o jornalista.

Quando um jogador prende a bola com os dois pés e dá um chapéu no adversário realiza a carretilha, um dos mais humilhantes dribles do futebol. É visto como uma espécie de "crime" contra a honra.
Pois Bolsonaro aplicou uma tremenda carretilha em Elio Gaspari. O jornalista cravou ontem no Globo suas esperanças na "moratória" de Bolsonaro em 2022. Significa acreditar que o sequelado no poder se "civilize", torne-se subitamente democrático. Gaspari recorda com breve nostalgia a carta idiota e adesista de Temer feita para aliviar pressões sobre Bolsonaro. 
Em menos de 24 horas, o sociopata presidente humilhou o artigo do Gaspari e disparou ataques contra instituições democratas, contra a vacina, contra opositores. A moratória de bom moço só existia na cabeça do jornalista. 
É compreensível. Gaspari não está sozinho. A cada suposto recuo de Bolsonaro, analistas políticos correm atrás desse sonho e interpretam que "o presidente Bolsonaro mudou", vai respeitar as instituições, virou paladino da democracia. 
Ao longo de 2022 você vai ler com frequência sobre esse tipo de reposicionamento de bom mocismo do postulante a um segundo mandato. Setores militares também recomendam a Bolsonaro pausar a estupidez. O interesse é eleitoral. Vai que Lula chegue ao segundo turno com chances de derrotar o cretino do Planalto... Bolsonaro vai ser "o cara" da mídia, do mercado, do agro, do garimpo, da milícia, da igreja, das boquinhas militares, do centrão, orçamentos secretos e emendão. 
Ou os jornalistas que estão torcendo para um "novo" Bolsonaro emergir do mundo bizarro vão levar muitas carretilhas ou tentarão transformar Bolsonaro em "estadista" palatável até um mês antes das urnas.  Efeito Lula, que chama?

Um comentário:

Wlisses Feitosa disse...

Eleito com 57,7 milhões de votos, neste ano do tigre (2022) não será diferente... O choro é livre e democrático....