sábado, 27 de novembro de 2021

O Globo, hoje, com matéria do repórter Eduardo Gonçalves, revela o narcogarimpo na Amazônia

 






Reproduções O Globo, 27-11-2021

por José Esmeraldo Gonçalves

Revelação estarrecedora. O garimpo na Amazônia tem nova griffe: narcogarimpo. Como as corporações que promovem fusões fazem para maximizar lucros, organizações criminosas estão juntando os departamentos de ouro e pó. Não é segredo que o governo Bolsonaro incentiva publicamente toda e qualquer ação de depredação da Amazônia. Estado mínimo e sem fiscalização é para isso.  Garimpo ilegal? Pode. Garimpo 'legal' descontrolado? Também pode. Extração clandestina de madeira? Venha. Transformação de áreas da floresta em pasto? Financiamos. Soja no lugar de árvores? Manda e o Banco do Brasil dá uma ajuda. Mineração em terras indígenas? Tá valendo. Mercúrio nos rios? É o preço do progresso. 
A reportagem do Globo ouviu a Agência Nacional de Mineração (ANM), vinculada ao Ministério de Minas e Energia de Bolsonaro. Quis saber como um orgão do governo autoriza criminosos a explorar ouro e ainda poluir com mercúrio mortal o Rio Madeira e outros cursos fluviais da Amazônia. Resposta cínica dos poderosos burocratas ao jornal diz que não é competência da agência "pesquisar a vida pregressa, judicial ou afins" de pessoas que requerem o direito de explorar o subsolo amazônico. O que isso significa? F***-se. Os bandidos de todo o mundo podem chegar ?

No pedestal da Estátua da Liberdade, em Nova York, está escrita a célebre frase: 
“Venham a mim as massas exaustas, pobres e confusas ansiando por respirar liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade. Eu os guio com minha tocha.”

Pelo jeito, o governo brasileiro quer  reescrever o apelo iluminista do monumento. 

Venham a mim os traficantes, os carteis de droga, os lavadores de dinheiiro e garimpeiros de araque. A Amazónia anseia por progresso. Fazemos qualqeur negócio. Venham a mim os foragidos, os marginais, os canalhas, os que estão sob a tempestade da lei. Eu os guio com a minha tocha, o meu AR-15, a minha pistola Glock, o meu Parafal, o meu M-16. Já diz a bíblia, 'tu és pó e ao pó retornarás'" .

Atualização em 28-11-2021 - Por pressão do Ministério Público e de organizações ambientais, a Polícia Federal faz operação contra o narcogarimpo. Algumas foram incendiadas e a maioria fugiu do flagrante rumo a regiões próximas de fronteiras. Chamava a atenção do mundo a presença maciça e ostensiva de equipamentos ilegais e caros no Rio Madeira, durante dias, sem que as autoridades tomassem qualquer providência. São 600 barcaças com maquinário de alto valor e inacessíveis a autônomos de poucos recursos. Um quilo do mercúrio que contamina o rio e provoca a morte lenta de quem faz uso das águas ou da pesca custa quase dois  mil reais, fora o transporte para a região.

2 comentários:

Felício disse...

País sem direção está destruído seu maior tesouro, a Amazônia. Afrouxar leis, passar a boiada como anunciaram dá nisso. O crime se aproveita.

Aloisio23 disse...

As barcaças vc são terceirizadas. O pessoal que aparece ali até família s, sai empregados dos patrões. O ouro decrvirxdireti pra Colombia.