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por José Esmeraldo Gonçalves
O fato pode ser inédito no jornalismo. A matéria acima, publicada no Jornalista & Cia, citando revelação do colunista Maurício Stycer, do UOL, informa que a atual direção da Superinteressante decidiu retirar do seu acervo a edição de fevereiro de 2001 que trazia na capa reportagem sob o título "Vacina: a cura ou a doença". Faz algum sentido. Na era pré-internet, as revistas e os jornais repousavam silenciosos em arquivos e coleções pessoais. Hoje, ressuscitam com facilidade. Podem ser consultados com o clique no Google.
Aquela reportagem de capa deve conceder à revista, da Editora Abril, quando ainda era dos Civita, o título de pioneira no negacionismo, atualmente a bandeira odiosa dos bolsonaristas.
Espantosa é a justificativa do então editor, Adriano Silva: " a revista era muito reverente ao cânone oficial da ciência. Resolvemos ampliar". Nessa estranha linha editorial do começo dos anos 2000, a Superinteressante também acolheu a tese de que a Aids não era causada pelo vírus HIV. Aparentemente, não deu certo desafiar o "cânone oficial da ciência".
Excluir a edição do acervo também abre uma discussão paralela: estaria a Superinteressante praticando a polêmica "teoria do esquecimento", aquela que pretende dar às pessoas e às instituições o direito de apagar da web mancadas e passados? O atual diretor da revista, Alexandre Versignassi, argumenta. como se lê no quadro acima, que em período de pandemia e de vacinação "não é como apagar a história, é uma questão de saúde pública".
A capa que discute se vacinas são cura ou doença poderá voltar ao acervo em tempo menos revoltos, segundo o diretor disse à coluna do Maurício Stycer.
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