por Omelete
O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, protesta na rede social contra a decisão da Câmara dos Deputados que reestabeleceu a doação eleitoral de empresas que o Senado havia derrubado. Ao Estadão, Barbosa lança a Dilma o desafio de vetar esse artigo. É ruim, hein? Não apenas os deputados, mas editoriais da mídia conservadora defendem a manutenção do financiamento privado de empresas - que tem se revelado em muitos e públicos casos um tipo de "suborno" antecipado - injetando milhões em campanhas eleitorais, com as corporações cobrando a "fatura" depois, que ninguém dá nada de graça, claro. É esse mecanismo que faz as empresas adquirirem uma espécie de titularidade de certas "bancadas" que passam a defender os interesses corporativos e não mais os do cidadão.
Na prática, a aprovação do mega jabá eleitoral, abre espaço para uma vida longa e produtiva do modelo "Lava-Jato". Aliás, a Lata-Jato está em que fase mesmo? A 14ª, 15ª? Já me perdi. Pois, as próximas gerações podem aguardar as fases 123ª, 124ª, 233ª, 307ª...
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
Ilustrador leva princesas da Disney para o "mau caminho"....
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A Pequena Sereia, por Andrew Tarusov |
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A Bela Adormecida na imagem de Andrew Tarusov |
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Branca de Neve |
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Gatas da Disney - Ilustração de Joel Santana |
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Tatuagem na fantasia de Walt disney. Ilustração de Joel Santana |
por Omelete
As princesas da Disney não são mais as mesmas. O ilustrador Joel Santana - não é o treinador - fez uma série de desenhos a que chamou de "Princesas Tatuadas" nos quais retrata os ícones criados pelo velho Walt como bad girls. Do seu estúdio em Tampa, Flórida, ele carrega na sensualidade da nobreza de fantasia. Na verdade, especula-se que Santana inspirou-se em atrizes e cantoras que saíram dos estúdios Disney para "aprontar" na vida real. Se é verdade ou não, alguns fatos reforçam a hipótese. Lindsay Lohan, Miley Cyrus, Britney Spears, Demi Lovato, Selena Gomez, Vanessa Hudgens, por exemplo, foram crianças-prodígio dos filmes da Disney. Viraram "princesas" da vida real que chutaram pro alto a inocência... Já o ilustrador russo Andrew Tarusov foi mais ousado. Ele retratou como pin ups a Pequena Sereia, a Bela Adormecida e Branca de Neve.
Confira outras ilustrações da série de Santana, clique AQUI
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Natallia Rodrigues, de "Verdades Secretas", fotografada por Fernando Mazza, está na capa da Status
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Foto Fernando Mazza/Status/Divulgação |
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Foto Fernando Mazza/Status/Divulgação |
"Verdades Secretas" é a novela que mais repercute na Globo, na contramão de recentes fracassos. A revista Status foi buscar Natallia Rodrigues para ensaio e capa da edição deste mês. A atriz foi fotografada por Fernando Mazza. Mas a Status, na briga pelo espaço perdido do meio impresso, especialmente, no segmento masculino, também esquenta a edição com reportagens como "O encontro com o chefe do tráfico", "As conversas com um serial killer", e jornalismo de serviço do tipo "Como se livrar das olheiras". O fato é que há veículos atirando pra todo lado na tentativa de acertar no freguês. Nada contra. Natallia Rodrigues à parte, não está fácil pra ninguém.
Andressa Mendonça, a musa do escândalo esquecido, se separa de Carlinhos Cachoeira...
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Reprodução Facebook |
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Reprodução Correio Braziliense. |
Em tempo de crise ética, com deputados na mira da lei, a Câmara acha que honestidade está no tamanho das saias e decotes... Mulheres protestam: "Cuidem do seu decoro que eu cuido do meu decote"
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Servidoras protestam na Câmara contra regras talibãs. Foto Lula Marques/Ag.PT |
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Manifestação contra o fundamentalismo na Câmara. Foto Lula Marques/Ag.PT |
Repórter chuta imigrante...
A repórter húngara Petra Láslo, do canal N1TV, deu uma rasteira em um imigrante que levava uma criança no colo e agrediu outros. A figura ensandecida da jornalista, de nítida inspiração nazista, é uma das imagens lamentáveis da atual crise de imigração na Europa. Láslo foi demitida, o que parece pouco diante das tentativa de assassinato que protagonizou pondo em risco a vida de uma criança. Em nota assinada pelo editor Szabolcs Kisber, a emissora comunica que a repórter racista não tem mais qualquer relação com a empresa. O que se aguarda agora é a abertura de um processo criminal por parte da justiça da Hungria. Usuários da Web em todo o mundo condenaram a atitude da jornalista. Em um sinal do atual onda fascista, coxinhas brasileiros, um deles dizendo-se descendente de húngaros, defenderam e justificaram na rede a agressão executada pela repórter.
ATUALIZAÇÃO EM 10/9/2015 - A repórter nazi-fascista que agrediu imigrantes e colocou em risco de morte uma criança de colo pode ser condenada a até sete anos de cadeia. Ela foi denunciada por dois partidos políticos da Hungria. Já perdeu o emprego mas falta perder a liberdade.
Veja o víde, clique AQUI
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
A Praça Mauá retorna ao Rio... E o Centro da cidade reencontra o mar
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A nova Praça Mauá vista do terraço do MAR (Museu de Arte do Rio). Foto de Jussara Razzé |
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A praça, o Museu do Amanhã, a ponte... A hastag #cidadeolimpica, em primeiro plano, entrou nas selfies dos cariocas e turistas. |
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Museu do Amanhã, concepção do arquiteto espanhol Santiago Calatrava |
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Portal e espelho d'água do Museu do Amanhã |
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MAR: a Escola do Olhar integrada ao pavilhão de exposições no Palace d. João VI |
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Estação Marítima de Passageiros do Porto do Rio, antiga sede do Touring Clube. |
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Trilhos do VLT na Praça Mauá |
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Instalação dos trilhos do VLT na Rio Branco. A avenida foi fechada ao tráfego, ontem. O prefeito Eduardo Paes vai avaliar se o fechamento será o fechamento será permanente aos domingos. |
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Escavações para a montagem dos trilhos na Rio Branco revelam vestígios coloniais que... |
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são monitorados e catalogados por arqueólogos. Fotos J.E.Gonçalves |
O Rio recebeu de volta, ontem, um espaço que foi roubado à cidade há mais de 50 anos. Quando, em nome da preferência aos carros, foi construída a Avenida Perimetral, a Praça Mauá entrou em decadência e sumiu da vista e do uso dos cariocas. Com a derrubada do viaduto, e sua substituição por um túnel, a Praça restaurada reintegra-se à cidade e aos cariocas e turistas. A devolução da Mauá também representará o retorno, em 2016, de outro símbolo urbano: o bonde. Agora, chamado de VLT, o sistema que inicialmente ligará a Rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont tem seus trilhos aos pés da estátua do Barão de Mauá. Se, no culto ao automóvel, a Perimetral foi uma anomalia estética, acabar com os bonde foi uma atitude que ficou entre a burrice e a suspeita. Enquanto algumas capitais europeias modernizavam seus sistemas, o Rio, que tinha uma das maiores malhas ferroviárias urbanas do mundo, destruía seu principal transporte coletivo. Outras capitais brasileiras seguiram o mesmo caminho, que levou em seguida aos caríssimos e fracassados troleybus, desativados poucos anos depois na maioria das cidades. Entre o fim de um sistema e a implantação de outro, que não deu certo, milhões de dólares saíram dos trilhos. O dinheiro do contribuinte virou fumaça, assim como as ruas com a proliferação dos poluentes "lotações" e ônibus. Foi preciso mais de meio século para o Rio começar a resgatar a colossal estupidez dos políticos, administradores e parceiros privados da época. Se cabe a crítica ao passado, registre-se o presente mérito da Prefeitura do Rio. "Nem em meus sonhos mais atrevidos imaginei que poderíamos estar aqui, na Praça Mauá, abrindo este espaço para a população da nossa cidade. Sempre digo que uma cidade sem Centro é uma cidade sem alma", disse Eduardo Paes, durante ao entregar a praça ao povo.
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Praça Mauá, 1930. Reprodução |
sábado, 5 de setembro de 2015
Corveta brasileira resgata imigrantes no Mediterrâneo
(Da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa)
A corveta Barroso (V-34), da Marinha do Brasil, resgatou, na tarde desta sexta-feira, 220 imigrantes que iam em direção à Europa. Enquanto navegava no Mar Mediterrâneo com destino a Beirute, no Líbano, a embarcação recebeu um comunicado do Centro de Busca e Salvamento Marítimo italiano (MRCC). O alerta foi dado a respeito da existência de um navio com risco de afundar com imigrantes em destino à Europa.
Foto: Marinha do Brasil
Corveta brasileira auxiliou o resgate de imigrantes no Mar Mediterrâneo na tarde desta sexta-feira
O pedido de auxílio aconteceu às 13h30 (horário de Brasília/18h30 hora da Itália). O ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi informado dos detalhes da operação, pelo comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e comentou a importância da participação da Força Naval nessa ação.
"O navio estava indo para o Líbano e acabou cumprindo outra missão humanitária, que é o resgate de refugiados, hoje uma preocupação que aflige o mundo inteiro. Foram salvas 220 vidas e evitamos outras mortes como a daquela criança síria que chocou o mundo", disse o ministro Wagner.
Neste momento, segundo comunicado da Marinha do Brasil, os refugiados já foram transferidos para a corveta Barroso. Ao todo são 220 pessoas, entre elas 94 mulheres, 37 crianças e quatro bebês de colo (muitos deles debilitados).
Operação de resgate
Ainda de acordo com a Força Naval, o MRCC solicitou ao navio brasileiro que se aproximasse da posição conhecida da embarcação, a cerca de 150 milhas da terra mais próxima, Peloponeso, Grécia, tendo o navio chegado ao local após uma hora de navegação.
Dois navios-patrulha italianos de pequeno porte se juntaram à cena e, tendo em vista a impossibilidade de receberem os imigrantes a bordo, a Guarda Costeira italiana solicitou o apoio dos brasileiros para efetuar o resgate e posterior transporte para o porto italiano de Catânia.
Toda a ação foi autorizada pelo comandante da Marinha do Brasil, com vistas à salvaguarda da vida humana no mar.
Sobre a embarcação
A Corveta “Barroso” saiu em 8 de agosto do Rio de Janeiro para substituir a Fragata “União” na Força-Tarefa Marítima da Nações Unidas (FTM-Unifil) no Líbano. Ela irá atuar, ainda este mês, como nau-capitânia da missão e vai realizar tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa. O Brasil comanda a FTM-Unifil desde 2011.
De projeto e fabricação nacionais, a corveta é um navio de 103,5 m de comprimento e 2,4 mil toneladas (a plena carga), com autonomia para permanecer por 30 dias em missão. Sua velocidade nominal máxima, com turbina a gás, é de 30 nós, e seu raio de ação, com velocidade de 12 nós, é de 4 mil milhas (ou 7,2 mil km).
Com uma tripulação de 191 militares a bordo, o navio permanecerá no Líbano até fevereiro de 2016. Assim que a Corveta “Barroso” assumir a missão, a Fragata “União” retornará ao Brasil.
O ministro Jaques Wagner tem viagem programada para o Líbano, neste mês de setembro, com o objetivo de acompanhar a atuação dos militares brasileiros, bem como a passagem de comando da missão.
Viu isso? Hotel construído pelos nazistas nunca recebeu hóspedes...
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Foto Steffan Lowe. Wikimedia Commons |
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O complexo da ilha Rugüen. Mailonline (link) |
25 anos depois de uma famosa capa da Vogue, o fotógrafo Peter Lindbegh reúne supermodelos da época...
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As supermodelos reunidas por Peter Lindbergh. Reprodução |
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A capa dos anos 90 |
por Clara S. Britto
O fotógrafo Peter Lindbergh reuniu para a capa da Vogue as supermodelos que dominaram estúdios e passarelas há 25 anos. Cindy Crawford, Helena Christensen, Eva Herzigova, Nadja Auermann, Tatjana Patitz e Karen Alexander também participaram de um vídeo em preto e branco batizado de "The Reunion". Em 1990, Lindbergh fotografou as modelos, incluindo Naomi Campbell, para uma famosa capa da Vogue britânica que inaugurou a era das "supermodels". O vídeo "The Reunion" faz parte da série "Director's Cut" ("Versão do diretor") em que Lindbergh mostra bastidores de sessões de fotos.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
Deu no Portal Imprensa: Sérgio Costa, ex-Manchete e EleEla, assume direção do jornal "Correio"
(do Portal Imprensa)
Após o processo de reposicionamento do jornal baiano Correio, o jornalista Sérgio Costa assumiu a direção do veículo. O profissional entra no lugar de Luiz Alberto Albuquerque, responsável pelo relançamento do jornal em 2008. O jornalista tem 34 anos de carreira, tem passagens por veículos como Folha de S. Paulo (sucursal Rio), O Dia (RJ), as revistas Manchete e Ele e Ela, da Bloch Editores. Está no Correio desde 2009. Em sua gestão, Sergio Costa tem planos de investir na integração de plataformas e ampliar a percepção da marca Correio. “Antes de ser apenas um jornal, o Correio é uma marca baiana líder em qualquer canal: na circulação, faixas de público, audiência online e nas redes sociais. Essa presença forte precisa ser mais percebida pelo mercado”, frisa o diretor.
Sergio Costa é formado em Jornalismo pela UFRJ, com várias extensões tanto na área editorial como em gestão administrativa. Sua equipe no Correio já conquistou prêmios como Embratel, SND, INMA, Tim Lopes e esteve seis vezes como finalista do Prêmio Esso.
Após o processo de reposicionamento do jornal baiano Correio, o jornalista Sérgio Costa assumiu a direção do veículo. O profissional entra no lugar de Luiz Alberto Albuquerque, responsável pelo relançamento do jornal em 2008. O jornalista tem 34 anos de carreira, tem passagens por veículos como Folha de S. Paulo (sucursal Rio), O Dia (RJ), as revistas Manchete e Ele e Ela, da Bloch Editores. Está no Correio desde 2009. Em sua gestão, Sergio Costa tem planos de investir na integração de plataformas e ampliar a percepção da marca Correio. “Antes de ser apenas um jornal, o Correio é uma marca baiana líder em qualquer canal: na circulação, faixas de público, audiência online e nas redes sociais. Essa presença forte precisa ser mais percebida pelo mercado”, frisa o diretor.
Sergio Costa é formado em Jornalismo pela UFRJ, com várias extensões tanto na área editorial como em gestão administrativa. Sua equipe no Correio já conquistou prêmios como Embratel, SND, INMA, Tim Lopes e esteve seis vezes como finalista do Prêmio Esso.
VEJA NO PORTAL IMPRENSA. CLIQUE AQUI
Vai varrendo... Gari Gata é capa da Playboy
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Foto de Fred Othero Divulgação/Playboy |
por Omelete
Funcionária Comlurb, a companhia de limpeza urbana do Rio de Janeiro, Rita Mattos, 24, que ficou conhecida como Gari Gata, está na Playboy de setembro, com direito a duas versões de capa. Dizem que a edição brasileira da revista agoniza, está prestes a ser extinta, vive na UTI ,mas ainda suspira. Se não tem mais bala na agulha para contratar globais, investe nos fenômenos surgidos nas redes sociais, caso da Gari Gata. O ensaio é assinado pelo fotógrafo Fred Othero, que usou como cenário os bairros de Botafogo, Leme, Santa Teresa e a praia da Joatinga.
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Rita Mattos - Reprodução Facebook |
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Rita Mattos- Reprodução Facebook |
Patrulha religiosa condena bailarinas egípicias...
por Omelete
Foi bonita a festa, pá? Mas infelizmente a chama "Primavera Árabe" acabou servido de reforço aos radicais do islamismo. Países como Egito, que enfrentam internamente o fundamentalismo de facções como a Irmandade Muçulmana, também cedem gradativamente ao moralismo e à opressão. Na última ofensiva dos bolsões religiosos, bailarinas de dança do ventre receberam penas de seis meses de cadeia por causa das suas roupas e coreografias. Um tribunal do Cairo condenou duas delas devido às coreografias que fazem em vídeos divulgados na internet. Que, aliás, têm milhões de acessos no You Tube. A justiça do Egito considerou que os movimentos das bailarinas Bardis e Shakira "incitam a libertinagem, propagam o vício e atentam contra a moral pública".
Foi bonita a festa, pá? Mas infelizmente a chama "Primavera Árabe" acabou servido de reforço aos radicais do islamismo. Países como Egito, que enfrentam internamente o fundamentalismo de facções como a Irmandade Muçulmana, também cedem gradativamente ao moralismo e à opressão. Na última ofensiva dos bolsões religiosos, bailarinas de dança do ventre receberam penas de seis meses de cadeia por causa das suas roupas e coreografias. Um tribunal do Cairo condenou duas delas devido às coreografias que fazem em vídeos divulgados na internet. Que, aliás, têm milhões de acessos no You Tube. A justiça do Egito considerou que os movimentos das bailarinas Bardis e Shakira "incitam a libertinagem, propagam o vício e atentam contra a moral pública".
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Imigrantes: uma tragédia em movimento...
por Flávio Sépia
A foto do menino sírio morto na praia em meio à leva de imigrantes desesperados que buscam nova vida na Europa tornou-se o símbolo da crise e provocou uma discussão sobre a mídia em geral. Muitos jornais foram acusados de pretender chocar mais do que informar. E leia-se 'chocar' como sinônimo de vender impressos e colecionar cliques nas páginas digitais. A foto viralizou nas redes sociais ao mesmo tempo em que o fotógrafo justificou a imagem como capaz de denunciar a tragédia e tirar a Europa da letargia. Alguns veículos certamente deixaram claro na composição das primeiras páginas o apelo sensacionalista. Outros foram mais comedidos. A questão tem sido debatida, há argumentos respeitáveis para cada ângulo da análise. No Brasil, o jornal Extra optou por não dar a foto da criança na capa, ilustrando-a apenas com o foto do resgate, com o policial de costas. Houve quem analisasse a exploração da imagem como uma sinal de uma escalada midiática que supostamente levará à publicação, a cada dia, de imagens ainda mais brutais. E, diante da ausência de atitude dos líderes europeus, o fato dramático certamente produzirá mais fotos idem.
É impressionante como os governantes da Europa se mobilizaram e viraram noites comendo sanduíches para encurralar a Grécia mas não perdem o mesmo tempo para cuidar da questão dos imigrantes. Ok, dá para entender: em um caso, a motivação é dinheiro, no outro o que está em jogo é uma mercadoria banal, meros direitos humanos.
Se o olhar for para a história, a Europa é responsável pelo que fez com a África e pela exploração predatória das colônias. Se o foco for no passado recente e no presente, tem digitais no Oriente Médio, seja na desorganização étnica e política de regiões inteiras após a primeira metade do século passado, com a criação de "monarquias" de laboratório, seja na maneira como agiu diante do fundamentalismo religioso, selecionando as ditaduras "amigas", às quais abraça por interesses econômicos, e combatendo os "inimigos" determinados pelos mesmos interesses. Uma política tão confusa que, não raro, as potências europeias, geralmente adotando relações externas rascunhadas em Washington, chegaram a apoiar grupos rebeldes que se revelaram, não muito tempo depois, organizações terroristas; e sustentaram regimes para depois derrubá-los sem nada para pôr no lugar. Para deter a onda de imigrantes seria necessária uma política de recuperação, uma espécie de Plano Marshall, para os países em crise. Mas, no caso, da Líbia estilhaçada, com que conversar? Quem, de fato, controla o país? E na Síria, cujo território está dividido entre forças do governo e dos rebeldes, quem seria o interlocutor?
Alguns analistas temem que já tenha passado a hora para uma iniciativa desse porte. E novas e incontroláveis forças, como o chamado Estado Islâmico, impossibilitariam uma cooperação com essas regiões críticas. Por isso, a Europa, um continente que já viveu terríveis dificuldades que geraram grandes fluxos emigratórios para os Estados Unidos, Brasil, Canadá, Austrália, Argentina, entre outros países, terá que conviver com seus novos habitantes. Fácil, não será. Racismo, preconceito e religião serão obstáculos manipulados por radicais, mas há organizações sociais que, antes dos governos, estão se mobilizando para a questão humanitária, providenciado abrigos, alimentação e aulas de idioma para os imigrantes. Bom lembrar que, entre os que fogem de guerras, há também professores, médicos, engenheiros e pesquisadores. Uma opinião corrente vê um ponto positivo: a Europa envelhece e os índices de natalidade são baixos, o que leva o continente a precisar de jovens que entrem no mercado de trabalho e criem renda para sustentar, por exemplo, os futuros e atuais aposentados. Melhor recebê-los e não deixá-los morrer na praia, como diz o Extra.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Museu da Imagem e do Som, 50 anos: em breve, a memória do Rio vai à praia...
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Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2016, a nova sede do MIS ganha formas na Av. Atlântica, em Copacabana. Foto de André Gomes de Melo/GERJ |
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Nas linhas onduladas, a referência ao mar de Copacabana que a fachada do MIS espelhará. Foto de André Gomes de Melo/GERJ |
Fundado em 1965, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro reúne 304.845 documentos, desde fotografias, discos, partituras, scripts de programas a documentos, acervos pessoais e depoimentos gravados de personalidades da Cultura carioca. Em 2016, o MIS ganhará nova sede em plena Avenida Atlântica, de cara para o mar que é, ele próprio, imagem e som desta Cidade Maravilhosa. A propósito, o MIS guarda o acervo do jornalista e escritor Salvyano Cavalcanti de Paiva, crítico de cinema que foi colunista da Manchete e da Fatos & Fotos. Lúcio Rangel, pesquisador musical que manteve uma seção especializada na Manchete, também doou seu acervo ao MIS.
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