domingo, 28 de novembro de 2010

Na BBC

Problema social?

Dá para ver que o tráfico é business armado e extremamente cruel. Passa longe de ser problema social. Este, subproduto daquele, só pode começar a ser resolvido se o outro, o "problema" armado for desbaratado. Entenderam, sociólogos e demais especialistas? (Reprodução G1)

Rio na CNN

Destaques da CNN: o conflito da Coreia do Norte e a guerra do Rio. De um modo geral, a percepção da crise carioca na imprensa mundial é positiva pelo fato de a cidade reagir fortemente contra o crime organizado.

Em Botafogo, tudo em paz...

...chato é ter que trabalhar nesse dia de sol.

Cadeia neles. Com ou sem diploma

por Eli Halfoun
Embora muitas vezes sejam levados a defender clientes indefensáveis (ossos do oficio), advogados são profissionais de respeito e credibilidade mesmo quando representam clientes que até eles sabem de inocentes não tem nada, o que não lhes tira o direito de defesa. Advogados que trabalham com seriedade formam a maioria da classe e sem dúvida honram seus diplomas, mas há, como em qualquer profissão, advogados que apenas usam o diploma para levar vantagem e esses a classe quer ver de longe, de preferência proibidos de exercer a profissão tão nobre. O fato de lidar com a lei e suas muitas sutilezas não significa que todos os advogados estejam dentro da lei. Pelo contrário: há muitos bandidos dos quais, repito, a classe quer distância. Não surpreende e é até benéfica para toda a sociedade a prisão dos advogados que, como se noticia, vinham supostamente sendo usados (ou se deixando usar, o que é pior) como pombos-correio dos traficantes, trazendo recados criminosos que transformaram o Rio em praça de guerra. Não é a primeira vez que advogados são acusados por esse tipo de comportamento que nada tem a ver com a profissão que escolheram. Não será também a última vez, mas as prisões de agora deixam claro que daqui pra frente advogados-bandidos, mesmo usando apenas a palavra como arma, irão para a cadeia. Com ou sem diploma.

Uma guerra para o povo, um super programa para a televisão

por Eli Halfoun
As emissoras de televisão estiveram sintonizadas em casa, nos botequins e nos escritórios nas imagens da cobertura da guerra aos traficantes. Algumas dedicaram menos espaço, mas não menor atenção e importância ao noticiário e preferiram mostrar apenas flashes ou usar os telejornais habituais que em muitos casos esgotavam o noticiário em torno do que estava acontecendo. Como tem nos programas policiais a força maior de sua audiência, a Record-Rio transformou a guerra em um espetáculo e transmitiu ao vivo (nem tão ao vivo assim já que as mesmas imagens eram repetidas várias vezes). Cumpriu, embora com exagerado tempo o seu papel de informar à população e realizou um bom trabalho jornalístico mostrando que está pronta para grandes coberturas que não precisam ser necessariamente e somente policiais. A Record foi não tenho dúvidas, a emissora do povão e se não chegou ser uma campeã de audiência marcou importante presença nos acontecimentos e com seu público, que aumentará muito sempre que houver um grande fato policial para ser coberto. Há quem critique a Record por esse trabalho que para muitos analistas passou da medida. Talvez tenha passado sim, mas mesmo assim foi a emissora que acabou virando uma espécie de porta-voz quase oficial dos lamentáveis acontecimentos e exibindo algumas imagens que ficarão na história ao mostrar um povo angustiado, amedrontado e mesmo assim esperançoso - de uma necessária e tão grande esperança que até aplaudiu a chegada do exército ao combate, o que mostra que o exército não existe só para ficar nos quartéis, mas sim para ser acionado sempre que necessário.

A invasão: chegou a hora

Bope, PF, atiradores de elite, Forças Armadas no apoio logístico, efetivos de cerca de 2 mil e 600 agentes entram no Alemão. (Reprodução imagem Globo News)

Reprodução imagem Globo News

Reprodução imagem Globo News

sábado, 27 de novembro de 2010

Invasão ou rendição?

por Gonça
Em nota divulgada agora há pouco o governador Sérgio Cabral reafirma seu compromisso de prosseguir com a atual política de segurança do Rio de Janeiro e combater o poder paralelo que se instalou na cidade.
Cabral destacou a parceria do Rio com o governo federal, o presidente Lula e a presidente eleita Dilma Roussef. Leia a nota:
"As operações em curso no Rio de Janeiro, desenvolvidas por nossos policiais, pela Polícia Federal e pelas tropas militares, são essenciais para garantir o ir e vir das pessoas. É um direito básico, que é o nosso dever. O momento é de retomada de territórios, de afirmação da ordem e do Estado de Direito Democrático.
As equipes de Segurança vêm informando e esclarecendo à população sobre os acontecimentos, inclusive sobre o anúncio (hj, 27/11) de um ponto de rendição aos bandidos. O conjunto de ações no combate à criminalidade está recebendo o apoio da sociedade civil, o que nos estimula e reforça o fato de que estamos no caminho certo. Estamos todos unidos. Todos com o mesmo propósito: seguir em frente sem qualquer recuo na busca da libertação das pessoas do poder de bandidos nas comunidades.
A referência e o poder nas comunidades - e em toda a sociedade - deve ser a do Poder Público, com pacificação e ações sociais em seguida. Isso já ocorre em várias comunidades, a partir das Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs, contra as quais a bandidagem agora reage, porque as UPPs lhes tomaram os territórios.
A parceria do Governo do Rio com o Governo federal, em contatos diretos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita, Dilma Rousseff, e ministros de Estado beneficia diretamente à nossa sociedade. A população deseja e vai se libertar, porque não vamos recuar na nossa política de Segurança.
A população está confiante. Os nossos policiais estão orgulhosos por esse apoio. É o meu compromisso, reafirmo, pacificar todas as comunidades onde houver o domínio do poder paralelo." (Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro)
O trecho em que o governador afirma que "a referência e o poder nas comunidades e em toda a sociedade deve ser a do Poder Público, com pacificação e ações sociais em seguida" merece crédito. Cabral se refere ao programa de UPPs, a primeira estratégia de governo que tem resultados a apresentar na luta com o domínio cruel que os traficantes exercem sobre as comunidades. É possível que esse trecho da nota também carregue um alerta à "comissão" formada, entre outros, por um pastor e um dos dirigentes da ong Afroreggae (que faz, por sinal, um belo trabalho social), que foi conversar com os traficantes e propor uma rendição ao bando. A própria polícia, como diz a nota, fez esse apelo aos bandidos, indicando-lhes, inclusive, o local onde deveriam se apresentar. Há cerca de meia hora, alguns traficantes se entregaram. Um dos membros da "comissão" comentou, ao voltar do encontro, que subiu lá por ser "neutro" e, assim, tentar evitar um derramamento de sangue. A tentativa foi válida e merece elogios. Mas, como assim, "neutro", se as comunidades, as maiores interessadas, querem se livrar desses bandos opressores?  É possível ser "neutro" em um FlaxFlu se você é Vasco, mas nesse jogo sujo aí não dá.

O Casseta broxou...

por JJcomunic
Depois de 18 anos, chega ao fim, por exaustão da fórmula e queda de audiência, o humorístico Casseta&Planeta. O programa, que já teve médias superiores a 30 pontos, despenca no ibope desde 2006. O grupo pretende apresentar um novo projeto no ano que vem.

Edney Silvestre: da Manchete ao Prêmio Jabuti

Globo, Segundo Caderno.
A capa do Prêmio Jabuti de Melhor Romance
O trecho em que Edney revela sua passagem pela Manchete.
por José Esmeraldo Gonçalves
Vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance com o livro "Se eu fechar os olhos agora", o jornalista Edney Silvestre conta ao Globo (Segundo Caderno), hoje, em excelente matéria de Karla Monteiro, que há mais de 14 anos dormia e acordava com a trama do livro na cabeça: um cadáver de mulher encontrado no meio do mato por adolescentes numa cidade do interior do Rio. Segundo o autor, foram seis anos escrevendo o romance que tem como cenário o Brasil dos anos 60. Essa também foi a década em que Edney, que nasceu em Valença, chegou ao Rio para estudar. Sem dinheiro para frequentar a noite carioca - como o texto do Globo revela - ele ia ao cinema. Acabou aprendendo inglês com os filmes e passou a traduzir livrinhos de faroeste. Curiosamente, foi este o caminho que o levou à Manchete. Edney fazia História, mas trancou a matrícula na faculdade por falta de dinheiro. Arranjou um emprego de datilógrafo na Bloch. Como dominava o inglês foi parar na Manchete Press, a agência de notícias da editora, onde fazia a versão das matérias publicadas nas revistas e traduzia para português o material jornalístico que vinha do exterior. Em pouco tempo, passou a fazer reportagens para a Fatos & Fotos e, depois, para a Manchete. Ainda passou pelo O Cruzeiro, trabalhou em propaganda e no jornal O Globo, antes de ir para a TV Globo e ser escalado para o posto de correspondente em Nova York. Edney escreveu outros dois livros: "Dias de Cachorro Louco", uma seleção de crônicas, e "Contestadores", com entrevistas que fez ao longo da carreira. É mais um escritor entre tantos que passaram pelas redações do Russell.

Aconteceu... no show de Paul Mc Cartney

A campanha acabou, os tucanos perderam as asas mas o derrotado José Serra continua sendo perseguido pelo grave "atentado" da "bolinha de papel". Clique AQUI

Uma tarde para mulheres que os homens também gostarão

por Eli Halfoun
O encontro é só para o sexo feminino, mas seria muito bom se homens também pudesse participar para aprender novos segredos sobre o que eles mais gostam e procuram: mulheres. A “tarde mulherzinha” está confirmada pela especialista em marketing de moda Patrícia Villar, organizadora de um  workshop no dia 4 de dezembro, das 16 às 19 horas, no Salão Garden do Shopping Garden, na Barra da Tijuca, Rio. O ingresso custa R$60,00 e pode ser adquirido até o próximo dia 30, na Pselda (Rua Ataulfo de Paiva 706/403). A tarde, regada a espumante, promete ser animada com um talk show em que Patrícia Japiassú, da boutique erótica Santo Prazer, “falará sobre brinquedinhos e otras cositas más para apimentar a vida dos casais”. Além das sugestões de Patrícia, as mulheres receberão dicas de segredinhos de sedução ministradas por Suzana Leal, da Pselda, que falará também sobre “Segredos de Pselda”, seu novo livro. O encerramento da tarde fica por conta da sexóloga Cristina Barros Leal com uma palestra sobre sexualidade. Cristina também responderá a perguntas depositadas anonimamente em uma urna especial. O evento terá ainda a presença de uma representante do fotógrafo Enio Guimarães, especializado em books sensuais. Quem quiser pode marcar uma sessão de fotos com desconto. "A tarde será muito animada", garante Patrícia Villar. Isso os homens só saberão de noite em casa.

Milton Gonçalves e Ronaldo Bôscoli para sempre. Em livros

por Eli Halfoun
Livros biográficos de artistas talentosos e importantes escrevem a memória cultural de um país. Depois de perpetuar, com justiça, as biografias de Bráulio Pedroso e Mauro Mendonça, o jornalista e escritor Renato Sergio, um craque em texto, coloca para sempre na história cultural do Brasil o nome do ator e diretor Milton Gonçalves, que ajudou a plantar a história da televisão, do cinema e da arte negra no país. Renatinho, como nós, os amigos, tratamos, já recolheu depoimentos e está em fase de colocar no papel mais um livro (pode-se garantir antecipadamente) de qualidade. Quem também ganhará merecida homenagem literária em biografia de Denílson Monteiro (que já escreveu sobre Carlos Imperial) é Ronaldo Bôscoli, um dos mais importantes compositores da Bossa Nova e criador (ao lado de Miele) dos pocketshows que movimentaram e fizeram história na noite carioca. Ronaldo também é personagem de algumas das mais folclóricas histórias acontecidas na redação da Manchete, na época em que foi repórter da revista. São histórias deliciosas que, é claro, estarão no livro, mesmo porque a Manchete também fez história.

Guerra ao tráfico: leia esta análise





por Jussara Razzé
Vou deixar aqui o link para uma análise da cobertura da imprensa nos recentes episódios no Rio. É de Rafael Casé, para o site Observatório da Imprensa. Concordo com ele.
Clique AQUI

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sexta-feira, estação Botafogo vazia. O carioca foi para casa mais cedo...

Na guerra do Rio, os outros alvos...

Além de implodir as cidadelas do tráfico, a polícia deve atacar alvos que parecem mas são importantes na estrutura do crime: a parentada dos chefões, que lava dinheiro e os pombos-correio que têm a função estratégica de conectar comando e comandados da bandidagem. Ambos, parentes e "pombos", desfrutam de acesso privilegiado aos presos. Traficante detido em presídio de segurança máxima, no Brasil, nem tem tempo de se sentir solitário tal o número de visitas que a justiça lhes concede.

Guerra do Rio: a Folha, enfim, deu primeira página:

Capa da Folha de hoje. A sucessão de atentados no Rio, com dezenas de carros incendiados, tinha merecido na visão dos editores do jornalão paulista apenas chamada em canto de primeira página. Na edição de hoje, a Folha saiu da província editorial, caiu na real e viu que o assunto era de interesse mundial.