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domingo, 28 de novembro de 2010

Uma guerra para o povo, um super programa para a televisão

por Eli Halfoun
As emissoras de televisão estiveram sintonizadas em casa, nos botequins e nos escritórios nas imagens da cobertura da guerra aos traficantes. Algumas dedicaram menos espaço, mas não menor atenção e importância ao noticiário e preferiram mostrar apenas flashes ou usar os telejornais habituais que em muitos casos esgotavam o noticiário em torno do que estava acontecendo. Como tem nos programas policiais a força maior de sua audiência, a Record-Rio transformou a guerra em um espetáculo e transmitiu ao vivo (nem tão ao vivo assim já que as mesmas imagens eram repetidas várias vezes). Cumpriu, embora com exagerado tempo o seu papel de informar à população e realizou um bom trabalho jornalístico mostrando que está pronta para grandes coberturas que não precisam ser necessariamente e somente policiais. A Record foi não tenho dúvidas, a emissora do povão e se não chegou ser uma campeã de audiência marcou importante presença nos acontecimentos e com seu público, que aumentará muito sempre que houver um grande fato policial para ser coberto. Há quem critique a Record por esse trabalho que para muitos analistas passou da medida. Talvez tenha passado sim, mas mesmo assim foi a emissora que acabou virando uma espécie de porta-voz quase oficial dos lamentáveis acontecimentos e exibindo algumas imagens que ficarão na história ao mostrar um povo angustiado, amedrontado e mesmo assim esperançoso - de uma necessária e tão grande esperança que até aplaudiu a chegada do exército ao combate, o que mostra que o exército não existe só para ficar nos quartéis, mas sim para ser acionado sempre que necessário.