"Os jornais todos falam no peru que o sr. primeiro-ministro Tancredo Neves, na Granja do Ipê, estava engordando para o Natal. A granja, como vocês sabem, foi bolada pelos puxa-sacos do dr. Juscelino, para que o então aero-presidente tivesse do bom e do melhor enquanto estivesse exilado em Brasília. Depois que o dr. Juscelino entrou de férias, a Granja do Ipê passou a ser dividida entre os bacanos da nossa República e, entre eles, o dr. Tandredo, que lá tinha o seu peru. Há, inclusive, quem defenda a tese (Primo Altamirando, por exemplo) de que o dr. Tancredo, ao aceitar o manso cargo de primeiro-ministro, botou seu peru no Ipê para ter o que responder, quando alguém perguntasse: "Que que há com teu peru?". Conforme vocês sabem, esta pergunta da gíria carioca, trocada em miúdos, quer dizer, mais ou menos: "Que é que andas fazendo?". Ora, como o dr. Tancredo não anda fazendo nada, botou na Granja do Ipê um peru propriamente dito, para ter o que responder, quando alguém viesse com a pergunta".
(do livro Primo Altamirando e Elas, de Stanislaw Ponte Preta (Editora Agir).
Obs: a primeira edição foi publicada originalmente em 1962 pela Editora do Autor.
sábado, 13 de março de 2010
Sem dinheiro Brasília desiste de atrações internacionais
por Eli Halfoun
A roubalheira foi tão grande que não sobrou dinheiro para que Brasília comemore como pretendia os seus 50 anos com atrações internacionais. Está decidido que apenas atrações nacionais (e nem tantas e tão boas assim) farão os shows para povão. Certas mesmo até agora as participações de NXZero, Paralamas do Sucesso, Daniela Mercury e Bruno & Marrone. Resta saber se sobrou algum para pagar pelo menos esses cachês. Pelo visto Brasília terá de tirar dinheiro da meia. Outra vez.
A roubalheira foi tão grande que não sobrou dinheiro para que Brasília comemore como pretendia os seus 50 anos com atrações internacionais. Está decidido que apenas atrações nacionais (e nem tantas e tão boas assim) farão os shows para povão. Certas mesmo até agora as participações de NXZero, Paralamas do Sucesso, Daniela Mercury e Bruno & Marrone. Resta saber se sobrou algum para pagar pelo menos esses cachês. Pelo visto Brasília terá de tirar dinheiro da meia. Outra vez.
Campanha medíocre para a Presidência da República. Quem diz sabe das coisas
por Eli Halfoun
Anda tão devagar (quase parando mesmo) a campanha eleitoral tanto por parte dos eleitores (parece que há um sentimento de perda com a saída de Lula) quanto dos prováveis candidatos (parece que estão em ritmo de já perdi) que até os mais experientes analistas políticos reconhecem que a coisa ta feia. Olha só o que diz o mestre Villas-Boas Côrrea no Jornal do Brasil: “Não tenho lembrança, por mais que cutuque a memória de um início de campanha eleitoral mais medíocre, de mais baixo nível do que este, em que governo e oposição fogem dos temas prioritários, para o bate-boca de fim de feira livre sobre miudezas, a troca de farpas e fofocas de briga de comadres. A evidência do franco favoritismo da ministra-candidata Dilma Roussef, lançada e patrocinada pelo presidente Lula da Silva com todo o peso da máquina oficial, contrasta com o encolhimento da oposição, à espera da definição do seu único candidato”. Pelo visto Dilma, ou melhor, Lula, já ganhou.
Anda tão devagar (quase parando mesmo) a campanha eleitoral tanto por parte dos eleitores (parece que há um sentimento de perda com a saída de Lula) quanto dos prováveis candidatos (parece que estão em ritmo de já perdi) que até os mais experientes analistas políticos reconhecem que a coisa ta feia. Olha só o que diz o mestre Villas-Boas Côrrea no Jornal do Brasil: “Não tenho lembrança, por mais que cutuque a memória de um início de campanha eleitoral mais medíocre, de mais baixo nível do que este, em que governo e oposição fogem dos temas prioritários, para o bate-boca de fim de feira livre sobre miudezas, a troca de farpas e fofocas de briga de comadres. A evidência do franco favoritismo da ministra-candidata Dilma Roussef, lançada e patrocinada pelo presidente Lula da Silva com todo o peso da máquina oficial, contrasta com o encolhimento da oposição, à espera da definição do seu único candidato”. Pelo visto Dilma, ou melhor, Lula, já ganhou.
Lançamento da Editora Globo traz a história do Vasco em quadrinhos
"O Gigante da Colina. Como bem lembram os torcedores mais antigos, este é o apelido que o Clube de Regatas Vasco da Gama fez por merecer ao longo de sua história. Sua aventura começa com um grupo de portugueses e brasileiros que fundaram a agremiação no Rio de Janeiro, no distante ano de 1898. Naquela época o esporte mais popular do Brasil era o remo, e durante muito tempo o clube foi um campeão das regatas, até explodir definitivamente como uma das maiores referências do futebol no início do século 20. Esta trajetória de sucessos é contada pelo cartunista Ziraldo num livro de quadrinhos que a Editora Globo acaba de lançar: Vascão – o
Gigante da Colina. A história é narrada pela mascote do time da Cruz de Malta, o Almirante, que conversa com o jovem Almirantinho, torcedor entusiasmado e muito curioso sobre o passado do seu time de paixão. Através do relato de Ziraldo, acompanhar a trajetória do Vasco é também saber mais sobre os costumes do Brasil ao longo do último século. E o primeiro destaque a fazer é que o clube de São Januário foi o primeiro do Rio de Janeiro a admitir jogadores negros entre seus atletas, o que causou revolta nos elitistas rivais e os fez – durante um ano – disputar um torneio à parte, só com jogadores brancos. A atitude que orientou o clube desde o princípio rapidamente tornou o Vasco da Gama um dos times de futebol mais populares da então capital federal, e consequentemente de todo o Brasil. E foi com o esforço das contribuições de simpatizantes que o clube ergueu São Januário, o maior estádio de sua época. Ao longo das décadas seguintes, o leitor acompanha as grandes partidas, os grandes esquadrões e a história de alguns dos maiores craques que vestiram a camisa cruzmaltina nos muitos títulos cariocas, brasileiros e na conquista da Libertadores da América.
(Fonte: Editora Globo)
Gigante da Colina. A história é narrada pela mascote do time da Cruz de Malta, o Almirante, que conversa com o jovem Almirantinho, torcedor entusiasmado e muito curioso sobre o passado do seu time de paixão. Através do relato de Ziraldo, acompanhar a trajetória do Vasco é também saber mais sobre os costumes do Brasil ao longo do último século. E o primeiro destaque a fazer é que o clube de São Januário foi o primeiro do Rio de Janeiro a admitir jogadores negros entre seus atletas, o que causou revolta nos elitistas rivais e os fez – durante um ano – disputar um torneio à parte, só com jogadores brancos. A atitude que orientou o clube desde o princípio rapidamente tornou o Vasco da Gama um dos times de futebol mais populares da então capital federal, e consequentemente de todo o Brasil. E foi com o esforço das contribuições de simpatizantes que o clube ergueu São Januário, o maior estádio de sua época. Ao longo das décadas seguintes, o leitor acompanha as grandes partidas, os grandes esquadrões e a história de alguns dos maiores craques que vestiram a camisa cruzmaltina nos muitos títulos cariocas, brasileiros e na conquista da Libertadores da América.
(Fonte: Editora Globo)
Daniel Filho abre o jogo em entrevista na Trip
por Eli Halfoun
Daniel Filho, sem dúvida um dos melhores diretores do nosso cinema e também o responsável maior da qualidade conquistada por nossas novelas, nunca se negou a responder qualquer questão. Continua assim, ou seja, sincero, ousado e verdadeiro como pode ser constatado na entrevista que está na edição (nas bancas) da ótima revista Trip. Entre outras coisas Daniel diz: “Traguei bastante, fumei bastante, cheirei o que era necessário, como todos os meus amigos. Fazia parte da vida social, mas não quero entregar ninguém”. Mais: “Eu com 20 anos dispensava mulheres de 35. Hoje não dá para ficar com alguém de 20 anos, a não ser que seja fetichismo”. Pelo quer se lê, vê e ouve tem muito fetichista por aí.
Daniel Filho, sem dúvida um dos melhores diretores do nosso cinema e também o responsável maior da qualidade conquistada por nossas novelas, nunca se negou a responder qualquer questão. Continua assim, ou seja, sincero, ousado e verdadeiro como pode ser constatado na entrevista que está na edição (nas bancas) da ótima revista Trip. Entre outras coisas Daniel diz: “Traguei bastante, fumei bastante, cheirei o que era necessário, como todos os meus amigos. Fazia parte da vida social, mas não quero entregar ninguém”. Mais: “Eu com 20 anos dispensava mulheres de 35. Hoje não dá para ficar com alguém de 20 anos, a não ser que seja fetichismo”. Pelo quer se lê, vê e ouve tem muito fetichista por aí.
Lady Gaga e Beyoncé em Telephone
Para compensar o post abaixo, veja o vídeo da Beyoncé com a Lady Gaga. Clique aqui Telephone
Cara de pau
por Gonça
Vivendo em NY desde a idade das trevas, Zélia Cardoso de Mello dá entrevista hoje ao G1. É para "comemorar" os 20 anos do Plano Collor. É cara de pau com mistura de verniz e teflon. Em tese, continua defendendo aquele brutal confisco da poupança dos brasileiros (na verdade, de muitos brasileiros, não de todos, porque, soube-se depois, uma turma privilegiada escapou da pena. Em um surto de confusão histórica, Zélia compara o Brasil da época à Alemanha da hiperinflação, quando um simples selo de correio custava 1 bilhão de marcos em uma segunda-feira e passava para 3 bi na quarta seguinte. Ela diz que economistas de vários partidos discutiram o plano. Pena que não dá os nomes. Muitos, partidos e "sábios", estão por aí ainda tentando ditar regras.
FHC reivindica muito do atual sucesso da economia? Esqueça. Zélia relembra a inflação galopante da época (que continuou galopando) e acha que tudo começou há vinte anos. Fala do início da abertura da economia como o marco zero da nossa felicidade. Menos, Dona Zélia, nada original. Com o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, símbolos de uma nova e histórica era, até a China e o Butão derrubaram barreiras. O mundo mudou e não foi, surpresa!, com uma canetada do seu amigo Collor.
Leia essa pérola da economista direto do seu "exílio" na Big Apple: "É muito difícil para as pessoas entenderem [a razão do bloqueio das contas], porque elas precisam entender um pouquinho de economia."
Ou seja, tava tudo certo, nós fomos roubados mas não entendemos nada porque somos umas antas pós-graduadas.
Ô Zélia Mellou, isso não é explicação, deve ser uma piada de ex-patroa de humorista.
Anote aí: o que o povo brasileiro precisa é entender de safadeza e pensar bem antes de votar. Sempre.
Não recomendo ao leitor deste blog, pode estragar seu belo sábado de sol, como quase estragou o meu, mas se quiser ler a matéria completa tire as crianças da sala e clique aqui no G1
Vivendo em NY desde a idade das trevas, Zélia Cardoso de Mello dá entrevista hoje ao G1. É para "comemorar" os 20 anos do Plano Collor. É cara de pau com mistura de verniz e teflon. Em tese, continua defendendo aquele brutal confisco da poupança dos brasileiros (na verdade, de muitos brasileiros, não de todos, porque, soube-se depois, uma turma privilegiada escapou da pena. Em um surto de confusão histórica, Zélia compara o Brasil da época à Alemanha da hiperinflação, quando um simples selo de correio custava 1 bilhão de marcos em uma segunda-feira e passava para 3 bi na quarta seguinte. Ela diz que economistas de vários partidos discutiram o plano. Pena que não dá os nomes. Muitos, partidos e "sábios", estão por aí ainda tentando ditar regras.
FHC reivindica muito do atual sucesso da economia? Esqueça. Zélia relembra a inflação galopante da época (que continuou galopando) e acha que tudo começou há vinte anos. Fala do início da abertura da economia como o marco zero da nossa felicidade. Menos, Dona Zélia, nada original. Com o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, símbolos de uma nova e histórica era, até a China e o Butão derrubaram barreiras. O mundo mudou e não foi, surpresa!, com uma canetada do seu amigo Collor.
Leia essa pérola da economista direto do seu "exílio" na Big Apple: "É muito difícil para as pessoas entenderem [a razão do bloqueio das contas], porque elas precisam entender um pouquinho de economia."
Ou seja, tava tudo certo, nós fomos roubados mas não entendemos nada porque somos umas antas pós-graduadas.
Ô Zélia Mellou, isso não é explicação, deve ser uma piada de ex-patroa de humorista.
Anote aí: o que o povo brasileiro precisa é entender de safadeza e pensar bem antes de votar. Sempre.
Não recomendo ao leitor deste blog, pode estragar seu belo sábado de sol, como quase estragou o meu, mas se quiser ler a matéria completa tire as crianças da sala e clique aqui no G1
Estadão de roupa nova
por JJcomunic
O Estadão lança três seções culturais nas edições do fim de semana: "C2 Música", "Caderno 2 Domingo" e o "Sabático" É parte do novo projeto gráfico e editorial do jornal que dará destaque à cobertura cultural já na sua primeira página.
O jornal "Caderno 2" continuará saindo todos os dias da semana. Hoje estreia o caderno "Sabático - Um Tempo para Leitura", que enfocará os livros e o mercado editorial.
O "C2 Música", que será lançado no dia 20, trará perfis e entrevista com artistas, bandas e cinco colunistas na seção "Ouvido Absoluto". Aos domingos, será a vez do "Caderno 2 Domingo", sobre os acontecimentos e debates culturais da semana. As colunas de Sonia Racy, João Ubaldo Ribeiro e Daniel Piza serão mantidas.
Dvd da FIFA
Às vésperas da Copa da África do Sul, de 11 de junho a 11 de julho, os documentários das 18 edições já disputadas serão lançados no Brasil, a partir de 9 de abril, em 15 DVDs da Coleção Copa do Mundo Fifa 1930 e 2006. Cada exemplar, além do documentário, com média de 90 minutos, terá extras com duas biografias de craques, uma seleção de melhores lances dos mundiais e um encarte, com edição especial da revista Placar.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Cena urbana
Agora há pouco na Voluntários, um ônibus e um caminhão se tocaram levemente. Como consequência, apenas um arranhão quase invisível nas respectivas latarias. Mas os motoristas já se preparavam para saltar dos veículos e logicamente deixar o Voluntário parada. O guarda municipal foi mais rápido e deu um jeitinho carioca: "meus queridos, aí não tem quase nada. Vamo simbora, cada um carrega sua cruz". Os motoristas voltaram aos seus postos, a rua foi rapidamente desobstruida e a galera aplaudiu.
Como chegar em Paloma Bernardi

Paloma Bernardi, capa da nova edição da revista Men´s Health, dá a pista de como um homem deve se comportar e o que deve fazer para conquistá-la. Nada de cantadas desgastadas, piadinhas ou já chegar matando. Diz ela que simplicidade, seja lá o for isso, é a dica. Paloma acrescenta que se o cara fizer tudo certinho, sexo não tem limites. Quer ver e ler mais? Clique no link:
Vender tá difícil? Então, toma jornal de graça
por Eli Halfoun
A indústria da comunicação impressa (jornais e revistas) está reagindo, mas ainda é muito difícil vender jornal nas bancas, especialmente depois que a internet deu quantidade e rapidez ao noticiário. Já qualidade é outra história. Se vender é complicado, a solução é distribuir gratuitamente. Essa estratégia tem aumentado o número de jornais oferecidos nas estações do Metrô, em ônibus e em alguns pontos específicos da cidade. Nessa corrida, São Paulo já tem o Destak, o Metrô e o Exclusivo! com linha editorial voltada para o público feminino. Produzido pela editora Trip, o Exclusivo! é um projeto da C& A, mensal, com tiragem inicial de 500 mil exemplares e 40 páginas que com, principalmente, informações sobre moda e comportamento. Feminino, é claro.
A indústria da comunicação impressa (jornais e revistas) está reagindo, mas ainda é muito difícil vender jornal nas bancas, especialmente depois que a internet deu quantidade e rapidez ao noticiário. Já qualidade é outra história. Se vender é complicado, a solução é distribuir gratuitamente. Essa estratégia tem aumentado o número de jornais oferecidos nas estações do Metrô, em ônibus e em alguns pontos específicos da cidade. Nessa corrida, São Paulo já tem o Destak, o Metrô e o Exclusivo! com linha editorial voltada para o público feminino. Produzido pela editora Trip, o Exclusivo! é um projeto da C& A, mensal, com tiragem inicial de 500 mil exemplares e 40 páginas que com, principalmente, informações sobre moda e comportamento. Feminino, é claro.
Silvia Popovic enche mais as tardes na televisão
por Eli Halfoun
Não são das melhores as opções que a televisão oferece aos “masoquistas” que passam as tardes diante do vídeo. Parece que, enfim, as coisas vão melhorar. Pelo menos é essa a promessa e a aposta da Bandeirantes com o lançamento de “Boa Tarde” com Silvia Popovic, excelente profissional, no comando. O programa com estréia confirmada para a próxima segunda-feira, irá ao ar diariamente (com exceção dos finais de semana) das 15 às 16 horas. Será uma atração jornalística (jornalismo nunca é demais) com reportagens (espera-se que criativas) e debates. Silvia do ganha as tardes, mas perde as manhãs na Band: com sua saída o “Dia a Dia” muda de formato e passa a ser um programa voltado apenas para a culinária com apresentação de Daniel Borg. Quem não tiver alimentação na mesa poderá pelo menos “comer com os olhos”. E olhe lá.
Não são das melhores as opções que a televisão oferece aos “masoquistas” que passam as tardes diante do vídeo. Parece que, enfim, as coisas vão melhorar. Pelo menos é essa a promessa e a aposta da Bandeirantes com o lançamento de “Boa Tarde” com Silvia Popovic, excelente profissional, no comando. O programa com estréia confirmada para a próxima segunda-feira, irá ao ar diariamente (com exceção dos finais de semana) das 15 às 16 horas. Será uma atração jornalística (jornalismo nunca é demais) com reportagens (espera-se que criativas) e debates. Silvia do ganha as tardes, mas perde as manhãs na Band: com sua saída o “Dia a Dia” muda de formato e passa a ser um programa voltado apenas para a culinária com apresentação de Daniel Borg. Quem não tiver alimentação na mesa poderá pelo menos “comer com os olhos”. E olhe lá.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Hoover, a Barbie da direita radical
por JJcomunic
Clint Eastwood vai dirigir um filme baseado na vida de J. Edgar Hoover, o célebre ex-diretor do FBI. Hoover, como se sabe, perseguia minorias, era um direitista radical, via comunistas em todo lugar e, sob a vaga acusação de "atividades anti-americanas", mandou muita gente inocente para a cadeia. O homem era brabo. Homem ? Sim, mas no fim do expediente dav a uma relaxada. A ironia é que só depois de morto, soube-se que o chefão tinha em casa uma coleção de camisolas, algumas cintas-liga, umas sandálias Carmen Miranda, que usava depois das tarefas diárias de espionar sindicatos, montar falsas acusações, perseguir atores e atrizes, escritores, gays, roqueiros, músicos de jazz, negros e qualquer um que não seguisse a cartilha da direita "red neck" americana.
Conar não censura Conar?

Pinóquio vira bandido no comercial do Conar
por JJcomunic
Se o Conar, que censurou Paris Hilton e a cerveja Devassa Bem Loura, seguisse seus critérios moralistas poderia passar a tesoura em seu próprio comercial institucional. No filminho em que faz campanha contra a propaganda enganosa, o Conselho de Autorregulamentação usa um boneco narigudo, Pinóquio, que é perseguido por uma polícia violenta. Pois bem, o anúncio é preconceituoso, politicamente incorreto e ofende minorias. - O nariz avantajado do boneco é associado à mentira. Pode induzir a população a achar que todo narigudo é mentiroso e trazer prejuízo moral a tais pessoas.
- Os policiais que perseguem o boneco estão vestidos para matar. São visivelmente violentos, parecem mais uma SS nazista ou um esquadrão da morte.
- Pelo cenário, um bairro miserável com ruas escuras e estreitas, o comercial induz o consumidor a achar que propaganda enganosa é coisa de pobre ou de empresas de fundo de quintal. Errado e, mais uma vez, preconceituoso. Por que não mostrar um boneco elegante e engravatado transitando na Av.Paulista, por exemplo? Certos bancos, montadoras, financeiras, grandes empresas farmacêuticas fazem propagandas espertas demais. O Pinóquio do Conar parece um camelô.
- Perguntar não ofende: o Conar tem autorização para se"inspirar" no Pinóquio criado por Carlo Collodi?
- Pinóquio era um boneco que queria ser um menino. Suas mentiras são ingênuas. E um pequeno herói para várias gerações de crianças. O Conar tenta destruir essa imagem.
- Censura e Conar, tudo a ver. Saiba que As Aventuras de Pinóquio só foram lançadas no Brasil em 1933 (a primeira edição, na Itália, foi em 1883) com tradução de Monteiro Lobato. Por que não chegou antes? O Estado Novo, de Getúlio, dificualtava a tradução de obras estrangeiras. Uma forma de censura.
Conclusão: não convide o Conar e os autores do comercial para brincar no play.
E essa agora ?
Três pastores foram presos no Mato Grosso do Sul contrabandeando sete fuzis. Segundo a polícia, as armas seriam levadas para traficantes de Niterói. Esses abrem a bíblia no versículo AR-15, livro M-16, salmo ponto 30.
Perdeu, Rio
por Gonça
Um amigo costuma dizer que o mundo, mais do que o Brasil, ama o Rio. Pode ser verdade. Em parte. Acho que os brasileiros gostam do Rio. A maioria dos políticos brasileiros, essa nefasta etnia à parte, seguramente não. Não são poucos os golpes baixos que a cidade sofreu na sua história, com forte impacto na economia e na qualidade de vida locais. Há meio século, foi vítima de JK e da transferência da Capital para Brasília. Em uma jogada política que se revelaria um desastre o Rio foi esvaziado em nome de uma suposta conquista do Oeste, à moda dos bandeirantes. Integração se faz com ferrovias, rodovias, linhas aéreas, telecomunicações, distribuição de renda, educação, saúde, reforma agrária, ocupação social do país e não com prédios, Plano Piloto, palácios e apartamentos para políticos etc (anotem que as mordomias, o inaceitável auxílio-moradia, ticket-farra, vale-viagem, esses penduricalhos todos surgiram com a mudança da Capital).
A configuração de Brasília ainda teve o "mérito" de afastar os governantes da população. Levá-los para um castelo dourado, longe de incômodas manifestações populares. Imaginem o conforto que é, para os políticos, ter a Cinelândia, palco de históricas revoltas e movimentos de protesto e reivindicações, a mais de mil quilômetros de distância. Ficar longe do bafo do povaréu ou do cheiro, como dizia o ditador João Figueiredo, que revelava preferir cafungar um cavalo do que gente. Também não por acaso, Brasília entrou para a história como a Capital que abrigou a mais longa, sangrenta e corrupta ditadura da história política do país.
A segunda grande derrota do veio com a fusão da cidade com o Estado do Rio. Essa foi obra do general Geisel. Uma retaliação política - o Rio era o foco da tímida mas significativa oposição à ditadura - que abalou as finanças da cidade, esvaziando os seus cofres. Crises urbanas como expansão de favelas, falta de investimentos em educação, saúde, segurança - esses itens da cesta básica da cidadania - que só se agravariam com o passar dos anos, foram plantados nesse irresponsável desmonte do Rio.
Por que, nessa manhã de quinta-feira, escrevo sobre isso? Você já deve ter lido os jornais? O Rio acaba de sofrer mais uma derrota. Dessa vez, um arrastão. A Câmara aprovou a emenda que redistribui - inclusive para os estados não produtores - os royalties do petróleo. O Rio, no caso, todo o estado, perderá R$7, 2 bilhões de arrecadação por ano. O governador Sérgio Cabral avisa que esta unidade que a Federação parece detestar vai quebrar. Royalties não são taxas ou impostos. Royalties são compensação. O petróleo está aqui, junto com os danos ambientais, os mangues irrecuperáveis, rios poluídos, manaciais afetados, atmosfera comprometida em certas áreas, a Baia da Guanabara que já sofreu graves acidentes ecológicos e sobrevive sempre ameaçada...
O Rio pode reagir de três formas: convencer Lula a vetar o projeto aprovado (vai ser muito difícil em ano de eleição ir contra a maioria dos estados que querem meter a mão nessa grana); ir ao Supremo (diz-se que a medida é claramente inconstitucional); ou ocupar as ruas. Essa última hipótese não parece mais viável. O povo não confia nos seus representantes e mesmo quando alguns deputados do Rio se mobilizaram e tentaram lutar contra o arrastão dos royalties o povo não foi junto. Não comprou a briga, desconfia. A imagem dos políticos é tão ruim, que mesmo os bem intencionados não encontram quem queira dividir com eles qualquer bandeira. A mídia carioca ficou praticamente quieta e domada. O prejuízo é nosso. Mas quem vai nos convencer a ir a uma passeata de protesto ao lado da maioria dos políticos? Assim, o Rio ficou em silêncio e foi tosado como uma ovelha mansa.
Tente imaginar o que clãs e oligarquias que dominam a política vão fazer com essas verbas extras. Imaginou? Agora vá tomar um porre de infelicidade.
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