por Eli Halfoun
Na falta de coisa melhor e menos
complicada, o público feminino da novela “Salve Jorge” volta sua maior atenção
para as roupas que a também confusa delegada Helô usa com elegância, charme e
muitas vezes extravagância. Pedidos de informações sobre os figurinos da personagem
interpretada por Giovanna Antonelli são os mais solicitados pelas
telespectadoras ao núcleo da novela. É verdade que a maior parte do público feminino
não tem ainda poder aquisitivo que lhe permita usar uma variedade de blusas de
seda, calças cortadas e ajustadas com perfeição no corpo e acessórios (especialmente
cintos e bolsas) que costumam custar muito mais do que a maioria da população brasileira
ganha. Não importa: novela é ilusão e o público tem a ilusão de que um dia
poderá vestir-se tão elegantemente quanto a delegada, que também é uma espécie
de homenagem ao grande número de competentes delegadas que estão fazendo com
que as mulheres tenham nesse caso literalmente mais poder de fogo.
Pelo menos no aspecto figurinos, “Salve
Jorge” chama atenção para um personagem já que, de resto, continua una novela
confusa em que tudo está tudo junto e mal misturado, o que dificulta a
compreensão do grande público que gosta mesmo é do “pão, pão, queijo, queijo”.
A novela se arrasta em várias e inacreditáveis situações, não resolve nada e
faz com que o público perca cada vez mais o interesse de acompanhar
seguidamente os confusos capítulos. Ou a autora compacta a trama e soluciona imediatamente
algumas situações para desenvolver o restante da novela em torno de uma ou duas
tramas paralelas ou fará o telespectador perder completamente o pouco interesse
que ainda tem pela novela para fixar sua curiosidade apenas em torno de figurinos.
E nada mais. (Eli Halfoun)