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terça-feira, 6 de novembro de 2018

"Tá OK? Vamos invadir a China": essa guerra pode passar na sua timeline...



Peter Sellers em "O rato que ruge". 

As tropas do Grand Fenwick conquistam uma grande potência. 

O cartaz da comédia lançada em 1959

por Ed Sá 

Em 1959, no auge da Guerra Fria, foi lançado o longa "O rato que ruge" ("The mouse that roared"), baseado no livro do escritor irlandês Leonard Wibberley.

O filme contava a história de um pequeno pais europeu, o fictício Grand Fenwick, que estava em crise econômica. Seu líder imaginou salvar o país criando o que deveria ser uma explosiva fake news geopolítica: invadir os Estados Unidos.


A intenção era perder a guerra, obviamente, e com isso descolar uma ajuda econômica pós-derrota, algo como um Plano Marshall de reconstrução. O Grand Fenwick preparou sua tosca força invasora equipada com arcos e flechas e desembarcou e Nova York. Por terrível coincidência, a cidade estava deserta: havia sido evacuada por causa de uma ameaça de bomba nuclear. Os briosos fenwickianos invasores encontraram um único cientista, que se rendeu. Só que o homem era físico nuclear e tinha desenvolvido uma poderosa bomba que foi capturada pelos invasores. Com isso, as tropas de Fenwick "ganham" a guerra. E um problemão: o que fazer com a inesperada vitória e o país conquistado?

Segundo sucessivas declarações, o presidente eleito do Brasil, ao contrário de Fenwick, é aliado dos Estados Unidos, não vai invadir Washington, mas segue o modelito Donald Trump e ameaça romper com uma grande potência, a China, com os países árabes, com Cuba, com o Mercosul e com a Venezuela que, dizem os comentaristas internacionais, pode até ser invadida.

Tudo a ver: essa comédia pode até voltar à sua timeline.