Gilmar abraça o menino Pelé: vibração na conquista da Copa do Mundo de 1958, na Suécia.. Foto: Manchete Esportiva/Reprodução |
Gilmar em ação contra a Suécia, em 1958. Nesta imagem também aparece o lateral De Sordi, também da seleção de 58, que morreu ontem no Paraná. Foto Manchete Esportiva/Reprodução |
Com o treinador Feola e a Jules Rimet. Foto Manchete Esportiva/Reprodução |
A chegada ao Brasil. Foto O Cruzeiro/ Reprodução |
Na segunda metade dos anos 50, dois goleiros disputaram o título de melhores do mundo: Gilmar e Yashin. Jogaram três Copas seguidas. Gilmar foi bicampeão. O russo Yashin brilhou, mas nunca levou a Jules Rimet (seu maior título internacional foi a medalha de ouro para a União Soviética na Olimpíada de Melbourne, em 1956).. Tinham estilos parecidos, eram especialistas em "pontes" memoráveis, elegantes, até "frango" tomavam sem perder a pose.
Depois de um vida dedicada ao futebol, Gilmar morreu neste domingo, aos 83 anos, em um hospital paulista neste agosto de 2013, 55 anos depois de dar ao Brasil sua primeira Copa do Mundo, na Suécia. Ele sofreu um infarto, seguido de uma infecção generalizada.
Gilmar jogou no Corinthians de 1951 a 1961 ou 1962, quando se transferiu para o Santos. Assim como Andrada, o goleiro do Vasco que ficou famosos por tomar o gol 1000 de Pelé, Gilmar também ganhou uma marca na chuteira do rei: o 10 do Santos fez seu histórico primeiro gol como profissional, em 1956, no Parque São Jorge sob as traves daquele que viria a ser seu grande amigo e conselheiro.
E é famosa a foto em que o menino Pelé, chorando, é abraçado pelo parceiro mais velho logo depois da conquista na Suécia.
Gilmar encerrou a carreira aos 40 anos, em 1967. Foi eleito pela revista Paris Match como o maior goleiro de todos os tempos. De fato, o currículo é forte. Entre outros títulos, ganhou duas Copas do Mundo, dois Mundiais pelo Santos, duas Libertadores, cinco estaduais, quatro torneios Rio-São Paulo, cinco Taças Brasil, e a Recopa dos Campeões Mundiais. Só pela Seleção Brasileira, foram 12 títulos.
O goleiro costumava dizer que sua jogada mais importante foi contra a Espanha, em 1962, na Copa do Chile.O Brasil perdia por um a zero e a Espanha jogava em contra-ataques. Cruzamento na área, Puskas sobe com Gilmar. O goleiro corta e cai. A bola sobra para um atacante espanhol, que manda um balaço pro gol vazio. Gilmar consegue levantar-se e toca para a linha de fundo. Puskas não acredita, olha pro céu ou, talvez, pra Cordilheira dos Andes ali perto.. "Os próprios espanhóis justificaram a eliminação naquela jogada", contou ele ao Jornal da Tarde. O resto da história é conhecido. Amarildo, que substituia Pelé, virou o jogo com dois golaços.
E o Brasil seguiu a rota que levaria ao Bicampeonato Mundial e garantiria a Gilmar mais uma Jules Rimet.