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sábado, 22 de junho de 2019

Porteiro não voa mais. Cabine de avião volta a ser área vip e deixa elite feliz


Em 2012, uma colunista comentou que viajar de avião tornara-se atividade "perigosa". E não por medo de acidentes. Segundo ela escreveu, ir a Paris e Nova York perdera a graça diante do perigo de dar de cara com o porteiro do próprio prédio.

Com melhor poder aquisitivo, mais empregos, construção civil em alta, salário ainda mínimo mas corrigido acima da inflação, aposentadorias igualmente irrisórias mas reajustadas com pequena margem, e obras de infraestrutura em andamento em várias regiões com abertura de milhares de postos de trabalho, parcela expressiva da população brasileira fazia check in. Em consequência aviões e aeroportos lotados incomodaram a elite viajante.

Para os abonados, os bons tempos voltaram. Os porteiros não voam mais.

A crise e os preços cartelizados em níveis absurdos (a depender do momento da compra uma passagem da ponte-aérea Rio-São Paulo alcança tarifas intercontinentais) levam milhares de passageiros dos percursos de média e longa distância de volta aos ônibus.

O Globo de hoje publica matéria sobre o assunto, admite a crise, tenta relativizá-la com a derrocada da Avianca, comenta o preço das passagens mas obviamente evita críticas às empresas aéreas e à ausência de concorrência.

Os porteiros perderam as asas.