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sábado, 23 de dezembro de 2017

Tem gente hipotecando casas para investir em moedas digitais. Economistas dizem que isso pode não acabar bem

Express alerta sobre bitcoins
e  relembra o "crash" das tulipas. 
por Pedro Juan Bettencourt

Que os americanos costumam se endividar para consumir não é novidade. O problema é quando essa dívida tende a crescer exponencialmente, como aconteceu na crise de 2008.
Pois é, analistas de economia, lá, apontam novo salto no pendura dos consumidores da terra do Tio Trump.
Dessa vez, com um componente de alto risco: pessoas que hipotecam casas para investir em moedas digitais. Se essa bolha for perfurada - avaliam -, o mundo vai tremer.
Alguns artigos estão comparando as moedas digitais, como a bitcoin, com a famosa e devastadora crise das tulipas holandesas no século 17. Na época, um tipo de contaminação viral produziu uma raríssima tulipa púrpura que se valorizou no mercado. Por ser rara, óbvio, fez disparar as cotações. Acontece que os bulbos só floresciam no fim da primavera. Os produtores criaram então uma espécie de mercado futuro. O sujeito comprava um papel, que podia revender, que dava direito a um determinado número de tulipas quando estas florescessem. A cadeia financeira tornou-se especulativa e os preços dispararam. Muitas pessoas tomaram empréstimos ou venderam bens para comprar certificados de tulipas que passavam adiante horas depois por muito florins a mais. O negócio era tão bom que os agentes financeiros passaram a vender mais títulos do que a produção de tulipas garantia. A partir dos primeiros caso de investidores que não conseguiram resgatar seus capitais, a bolha estourou e abalou a Europa.
Como as tulipas na febre de 1626, a moeda digital não tem lastro. Diz a City londrina que muita gente pode ficar com o bulbo na mão.