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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ainda é hora de aplaudir. Com charme e elegância

por Eli Halfoun
Por mais que se insista não há mais espaço para os concursos de miss que em época nem tão remota assim mobilizavam o público para a escolha daquela que supostamente era (em um país de tantas e variadas belezas femininas é quase impossível apontar a mais bonita) a mais bela mulher do Brasil. As concorrentes chamavam atenção (enchiam as páginas e capas das revistas O Cruzeiro e Manchete), mas quem mais se destacava era uma senhora alta, loura, elegante e charmosa - com um charme que ganhava detalhe especial com a begalinha que invariavelmente ela empunhava. Era essa sim a dona do pedaço e ficou conhecida como Maria Augusta, da Socila. Era ela quem ensinava as candidatas a caminhar na passarela, a sorrir, a gesticular, enfim, a ter um comportamento especialmente charmoso em todas as ocasiões como desfiles, jantares, coquetéis, passeios, tudo o que enchia a vida (e às vezes a paciência das candidatas). Maria Augusta também era muito requisitada para, digamos, cuidar das filhas de milionários. Os desfiles perderam força, Maria Augusta envelheceu e acabou quase esquecida como, aliás, acontece muito nesse país que ainda não aprendeu a preservar e conservar vivo na memória o seu passado, a partir do qual sempre se escreverá o futuro. Maria Augusta terminou em um abrigo, onde sobrevivia à custa da ajuda financeira de algumas amigas dos tempos de glória. Há dias Maria Augusta saiu de cena para não mais voltar. Partiu sem receber o aplauso charmoso que ela sempre ensinou a e como aplaudir.