Está em curso uma ofensiva do governo contra o cinema brasileiro. Isso todo mundo sabe. O que se desconhecia até agora é que, diante do sequestro cultural que a arte sofre, alguns cineastas desenvolveram um clara Síndrome de Estocolmo, que é a dependência afetiva do sequestrado diante do sequestrador. Só isso explica a enorme euforia da classe e de parte da mídia diante do gesto de Roberto Alvim, o secretário de Cultura bolsonarista, ao nomear André Sturm para a Secretaria do Audiovisual.
Até janeiro último, Sturm, que é cineasta, era secretário de Cultura da Cidade de São Paulo. antes foi diretor do MIS paulistano.
O novo secretário é controverso, protagonizou polêmicas - todas publicadas em veículos jornalísticos como Folha, R7, Estadão, Folha, Fórum, Istoé etc, a partir de 2017 - que cabem em um verdadeiro longa metragem. De investigação do MP para apurar improbidade administrativa a suposta ameaça de agressão a um agente cultural, acusação de racismo, de assédio e denúncia de interferência em processo de licitação,
Em janeiro de 2018, envolveu-se em um escândalo após documento enviado à Câmara de Vereadores de São Paulo sobre abuso de poder, que incluía uma gravação onde Sturm bate-boca com uma secretária, diz que vai demiti-la e ela pergunta se o motivo seria porque não transou com ele durante uma viagem. Em novembro do ano passado, teria ofendido a diretora do Theatro Municipal de São Paulo e ameaçado não pagar ao Instituto Odeon, gestor do teatro, caso não topasse romper o contrato amigavelmente.
Segundo a Veja, André Sturm passa a integrar o governo depois de um pedido de Andrea Matarazzo, que articula o apoio de Bolsonaro para se candidatar ao governo de SP, em 2022, em chapa com Paulo Skaf. Matarazzo negou e disse à revista que é candidato à prefeitura em 2020. A Veja ainda afirma que Roberto Alvim é a ponte entre Matarazzo, Skaf e Bolsonaro.
Desesperados com o quadro, profissionais do cinema parecem relativizar esse histórico na esperança de que o fundamentalismo do governo federal gire 180° a partir da nomeação do novo secretário. Aparentemente, não enxergam que a política de audiovisual do governo está muito clara para ser revogada pelo terceiro escalão. A nomeação está bombando nas redes sociais. E não exatamente no bom sentido.
Esse filme dificilmente vai acabar bem.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
Mostrando postagens com marcador audiovisual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador audiovisual. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
Assinar:
Postagens (Atom)