Josephine Baker. Foto Divulgação |
A lista da Top 20 inclui ainda Isadora Duncan, Marlene Dietrich, Coco Chanel, Kiki de Montparnasse, Leni Riefenstahl e, é claro, Frida Kahlo, o mais avassalador fenômeno cult deste século, embora tenha morrido em 1954, aos 47 anos.
Em três meses limpos, com um mecenato pagando minhas contas e me aliviando do trabalho mercenário que garante minha sobrevivência, eu colocaria no papel estas vinte biografias fabulosas do momento mágico em que a mulher, pela primeira vez, mostrou que era capaz de – ela mesma – escrever a sua história.
PS • Josephine: da Gay Paree a Porto Alegre
Josephine Baker em Porto Alegre, 1971, recebida pela diretoria da Aliança Francesa. Foto A.F |
Esta história me foi brindada pelo amigo Márcio Pinheiro, jornalista gaúcho, editor do site amajazz. Trancrevo ipsis:
“Ontem o corpo de Josephine Baker (1906-1975) foi transferido para o Pantheon de Paris. Ela foi a sexta mulher a receber esta homenagem, e a única mulher negra.
Há exatos 50 anos, ela esteve em Porto Alegre, época ainda em que quase ao lado do Teatro Leopoldina - onde ela se apresentou - havia o Tia Dulce. Era um restaurante, localizado no térreo de um edifício e famoso por uma inesquecível sopa de cebola. A Tia que dava o nome ao estabelecimento era casada com um alemão, Henry Walter Cassel, que contava ter lutado ao lado dos americanos na II Guerra. Tio Dulce, como foi apelidado, também adorava contar - sentado numa mesa de canto do restaurante - que havia sido amigo de Josephine, inclusive ajudando-a durante as batalhas. Ninguém acreditava.
Em 1971, quando se apresentou na cidade, Josephine foi convidada por um grupo para ir ao Tia Dulce. Era a chance de demolir com a fantasia de Tio Dulce. Chegando ao local, Josephine olha para o canto e diz: ‘Henry Cassel!!!!!’. Ele se levanta, os dois se abraçam e começam a chorar convulsivamente. Era tudo verdade!”