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domingo, 6 de junho de 2010

Jabulani, a polêmica da bola murcha...

por José Esmeraldo Gonçalves
O filósofo Neném Prancha costumava dizer que o jogador deve tratar a bola como uma amante. Dormir com ela, cuidar para que não perca as curvas, que role macio na maior parte do tempo mas que saiba explodir na hora certa, que seja veloz mas conheça as vantagens da marcha lenta, quando for o caso. Por tudo isso, não parece começar bem essa Copa da África do Sul. Jogadores e bola, a Jabulani, estão em crise de relação. Os goleiros, principalmente, estão protestando. A Jabulani, dizem, é bola rápida, aerodinâmica. E para o goleiro, convenhamos, quanto mais devagar, melhor. "Parece bola de supermercado", diz Júlio César. Robinho afirma que o designer da Fifa jamais jogou futebol. Para o francês Hugo Lloris, a nova bola é um desastre. Talvez tenham razão, talvez não. Os citados são patrocinados pela Nike. A bola é da Adidas, marca que tem Kaká sob contrato. Não por acaso, o meia elogia a Jabulani. Pelé argumenta que não importa a bola, o que vale é a qualidade do jogador. Desde que o futebol existe, a bola, com ou sem tanta tecnologia, mudou muito. Já teve cadarços como um coturno, já teve costura aparente, costura interna, costura nenhuma, 32 gomos, 16 gomos (a Jabulani tem oito), com ranhura e sem ranhura. A fila anda. Apesar disso, não deixou de ser quadrada para tantos jogadores e manteve-se redondinha para os pés dos craques. O erro, acho, é lançar uma bola nova durante a Copa. Por que não nas Eliminatórias? Mas aí a Fifa teria que resistir à estratégia da Adidas de mostrar seu produto na maior vitrine do futebol mundial.
Marketing à parte, só resta aos craques, nesses poucos dias, ganhar intimidade com a Jabulani. Levá-la pra cama e chamar de Jabu.