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sábado, 19 de outubro de 2013
Hoje, na Gazeta do Povo: Roberto Muggiati escreve sobre os 100 anos de Vinicius de Moraes
por Roberto Muggiati (para a Gazeta do Povo)
Um de nossos maiores poetas, Carlos Drummond de Andrade, afirmou: “Eu queria ter sido Vinícius de Moraes. Foi o único de nós que teve vida de poeta, que ousou viver sob o signo da paixão.” De certo modo, todos nós desejamos um dia ser Vinícius de Moraes, pela riqueza da sua vida, variedade da sua experiência e excelência do seu canto.
Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes – aos nove anos vai com a irmã Lygia a um cartório no centro do Rio e muda o nome para Vinicius de Moraes – nasceu (19/10/1913) e morreu (9/7/1980) no bairro da Gávea. O círculo que se fechou no Rio abrangeu o mundo: Europa, França e Bahia – Estados Unidos, Argentina e Uruguai. O avô paterno era latinista e poeta, a avó fazia versos. O pai, funcionário público, arranhava um violino e poetava; a mãe tocava piano. A família ainda era cheia de boêmios e seresteiros. Vinicius começou a versejar cedo, aprendeu violão e formou no colégio um conjunto com três colegas, os irmãos Tapajós. Aos 25 anos, ganhou uma bolsa para estudar língua e literatura inglesa em Oxford. Começa aí sua extensa carreira amorosa. Em Oxford, casa por procuração com Beatriz Azevedo de Melo, que ficaria conhecida como Tati de Moraes. Em 1939 estoura a Segunda Guerra e ele volta ao Brasil, onde nascem os primeiros filhos: Susana (1940) e Pedro (1942). Poema enjoadinho: “Filhos... Filhos?/Melhor não tê-los!/Mas se não os temos/Como sabê-lo?” Para Tati compõe em 1941 o “Soneto de Fidelidade”: “Eu possa me dizer do amor (que tive):/Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure.” O casamento com Tati não é eterno, mas dura quase uma eternidade, para os padrões do poeta: 11 anos.
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