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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Luiz Edgar de Andrade (1931-2020): um mestre do jornalismo

Luis Edgar de Andrade (na foto, ao lado do título) no Vietnã, pela Manchete, em 1968.


Trinta anos depois, também pela Manchete, a volta ao antigo cenário de guerra. 
Em 1998, Luiz Edgar posa em Ho Chi Minh, antiga Saigon, com a camisa que reproduz a bandeira
do Vietnã vitorioso e unificado. Reprodução 

por José Esmeraldo Gonçalves

Qual a melhor maneira de homenagear um grande jornalista senão relembrar um dos seus grandes momentos como repórter ?

Em 1968, Luiz Edgar de Andrade foi o enviado especial da Manchete ao Vietnã. Naquele ano, a base de Khe Sanh foi cercada e atacada por morteiros e foguetes lançados pelas tropas do Vietnã do Norte. Em quatro dos 77 dias em que durou o cerco, o cearense Luiz Edgard, de Fortaleza, estava lá. "Minha Guerra no Vietnã" foi o título da matéria que ele enviou com a dura realidade da guerra. Ele contava que a primeira frase que aprendeu no idioma local foi "bao chi, bao chi" ("não atirem").

Luiz Edgard de Andrade.
Foto: Memória Globo
Luís Edgar, que foi repórter do Cruzeiro, passou pela Manchete em três ocasiões. Foi correspondente em Paris, de 1962 a 1967. Depois, na Globo, tornou-se produtor do Fantástico e chefe de redação do Jornal Nacional.Voltou à Bloch nos anos 1990, como diretor de Jornalismo da Rede Manchete. No fim da década, após a editora se desfazer da TV,  foi novamente enviado ao Vietnã pela revista Manchete, em 1998, dessa vez em paz, para rever o campo de batalha 30 anos depois da experiência de guerra na Khen Sahn sitiada. Além da reportagem, transformou a guerra em ficção e escreveu um livro. O personagem principal? Um jornalista que cobria a guerra para uma revista brasileira. O título? "Bao chi, bao chi".

Luiz Edgar de Andrade morreu ontem, no Rio de Janeiro, aos 89 anos, vítima da Covid-19.