por Ed Sá
Dívida de eleição se paga rápido. Eduardo Paes contou com parte do segmento evangélico para se reeleger prefeito do Rio de Janeiro e, como a maioria dos políticos brasileiros, não demorou, nesse caso específico, a retribuir. Segundo O Dia, Paes vai construir com verba pública um parque temático evangélico. Uma espécie de Cristolândia com atrações que remetem principalmente ao proselitismo neopentecostal. O empreendimento público será erguido no local onde existia a leiga e abandonada Cidade da Criança Leonel Brizola e terá o nome oficial de Parque Terra Prometida. O prefeito afirmou ao jornal que o local "será dedicado à propagação e ao exercício da fé", dando a entender que não se destinará a uma denominação religiosa exclusiva. Já o vice-prefeito Eduardo Cavaliere citou que o Rio já tem o Cristo Redentor (esqueceu de dizer que, ao contrário do futura Terra Prometida, o monumento foi construído inteiramente com doações do povo católico) e o Santuário da Penha (este, erguido em 1635 pelo capitão Baltazar de Abreu Cardoso dono das terras em torno da igreja) e admitiu a importância "desse segmento" nas políticas públicas, referindo-se aos evangélicos, além de atrair mais turistas para a cidade. A Cristolândia terá um hotel, uma lagoa que simbolizará o Mar Morto, uma escola, lojas, espaço para reunir 70 mil pessoas e um grande auditório para seis mil lugares que poderá ser utilizado para cultos e convenções religiosas. Não se sabe se o parque será concedido ou privatizado, como serão cobertos os custos de manutenção, se será formalmente uma empresa pública.
Não há indício de que a prefeitura carioca planeje construír, digamos, um futuroTerreiródromo em referência às tão perseguidas religiões de matriz afro-brasileira.
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