sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Se a iguaria de Natal fosse global, o troféu do Mundial de Clubes deveria ser uma rabanada

Guardiola deixou Diniz sem rumo.
 Foto FIFA 

por Niko Bolontrim

O técnico Diniz, no jogo contra o Manchester City, lembrou Tite no segundo tempo dos dois jogos em que foi despachado das Copas da Rússia e do Catar: nada a fazer a não ser pensar no que dizer nas coletivas após as derrotas. Ambos falam difícil, são intelectuais da bola. Os dois são chegados a auto-ajuda.

O Mundial esteve longe do alcance do Flu, mas Guardiola não precisava ter dado esse nó  de quatro voltas no Diniz. Quatro a zero foi sacanagem.

Mas, para consolar o tricolor, esse título é meio mais ou menos. Nos anos 1960 começou com certa relevância por confrontar times brasileiros (na verdade o Santos em sua fase áurea), argentinos e uruguaios com equipes europeias em jogos de ida e volta. O time paulista ganhou dois títulos (contra Benfica e Milan). Essa fórmula não vingou, times como Ajax e Bayern chegaram a se recusar a jogar, tinham coisa melhor para fazer, e só anos depois surgiu a Copa Toyota que era uma espécie de festa da firma da marca japonesa. A FIFA organizou em seguida uma versão de mundial sem muito sentido, no Maracanã, apenas um "evento" que a entidade armou. E foi acabar nas Arábias para divertir beduíno. A FIFA imaginou jogos eliminatórios insuportáveis de se assistir para "legitimar" a coisa. Também não deu muito certo. É  continua algo natalino como a rabanada.

Agora a entidade que quer ser mãe de todos as bolas vai organizar um mundial de clubes ao estilo de copa do mundo reunindo representantes de todos os continentes. É  que a FIFA teme perder o controle sobre o futebol. Atualmente, o torneio mais importante de clubes é a Champions, que não é da FIFA; a própria Copa da UEFA, onde a FIFA não bota a mão, mostra mais qualidade em campo do que a surrada Copa do Mundo, que vai piorar na próxima edição ao reunir 46 seleções, sendo que a maioria é de perebas de várias etnias. 

Daí, ainda com a UEFA nos seus calcanhares, a FIFA bolou o novo formato do mundial de clubes com mudanças em duas etapas a partir do ano que vem e uma Copa do Mundo de Clubes prevista para os Estados Unidos em 2025. Vai melhorar? Talvez. Serão 36 times mas pelo menos chegar às finais implicará em um caminho mais competitivo, mas em geral não livrará o torcedor de assistir jogo chatos entre times de continentes onde a bola ainda é quadrada.

2 comentários:

Corrêa disse...

Mandou bem. Esse mundial sempre foi furado. Exemplo: Flu é vice.quer dizer que é melhor do que o Real Madrid e o Manchester United, Chelsea, Bayern Munique? Claro que não.O Fluminense não é o segundo melhor time do planeta.

Wedner disse...

Acho que vai melhorar no ano que vem com mais times, classificação e com chances de bons jogos.