terça-feira, 19 de junho de 2012

Jornalão diz que plano de saúde não é coisa pra empreguete


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por JJcomunic
O Globo publicou há dias um inacreditável editorial. No texto, o jornalão defende a tese de que os problemas dos planos de saúde (filas, péssimo atendimento, recusa de atendimento, falta de médicos, mensalidades extorsivas, clientes recorrendo à justiça para obter serviços previstos em contratos etc) são culpa dos milhões de brasileiros que foram obrigados a contratar tais planos. Para refrescar a memória: nos anos 90, sob a bandeira neoliberal, o governo da época, com apoio entusiasmado da mídia, deixou de investir o suficiente em saúde pública e abriu espaço para a multiplicação de empresas privadas e a ocupação predatória do setor. Era a era do 'mercado". Liberou a legislação e transformou o  usuário em peça de um sistema cruel. Recentemente, os mesmos políticos, de novo com o apoio da mídia, se mobilizaram para retirar da saúde pública bilhões de reais que o setor recebia via CPMF. E o objetivo - acabar com mais um imposto - levou pro brejo o importante mecanismo de controle de transações financeiras embutido no desconto, que  flagrava notórias práticas de "lavagem de dinheiro" ou de "troca de empréstimos" em empresas de um mesmo grupo, tática comum para enganar o 'leão'. Teria sido este o verdadeiro objetivo das campanha, mas essa é outra história. Com a saúde pública comprometida - apesar dos avanços de programas com o do SUS e da queda, por exemplo, da mortalidade infantil -, e a melhoria de renda de milhões de brasileiros nos últimos anos, a população recorre aos planos. Com as empresas de saúde sob pressão dos médicos, que reclamam dos preços das consultas, e dos usuários, que mofam em filas ou aguardam data de atendimento por meses, o editorial vai buscar um argumento cínico: os planos estão em crise poruqe a saúde pública não tem condições de atender aos consumidores, especialmente aqueles da recém-chegada Classe C. Os planos, sugere o editorial, não são pra esse pessoal que teve a audácia de melhorar de renda e contratar um serviço. Estão atrapalhando o atendimento da elite. Devem ser atendidos exclusivamente pelo governo. Curioso é que no caso das crises dos aeroportos e das companhias, o chamado "caos aéreo", esse falso argumento - o de que os pobres passaram a lotar os aviões e o setor não estava preparado para isso - não foi considerado. A situação é semelhante, não? A procura é maior do que a oferta.
O editorial tem razão em um ponto: governos devem investir em saúde pública, melhorar a remuneração de médicos e enfermeiros,impedir que planos privados ocupem leitos públicos sem pagar por isso, fiscalizar o setor e não terceirizar a vigilância para uma das tais agências de (des) regulamentação e impedir a evasão de recursos da saúde na onda de certas Ongs e "organizações sociais" que ocupam instituições públicas.  Só que tudo isso é ferozmente criticado e combatido. Enquanto as inovações não vêm ou até mesmo quando vierem, não vá na onda desse tipo de argumentação casa-grande-e-senzala: todo e qualquer brasileiro tem direito a adquirir um plano de saúde e cobrar atendimento decente de acordo com o contrato assinado.
Ou o Brasil com apartheid vem aí?

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Romário contrata 'avião'

É para atender a imprensa. Segundo a coluna Radar, da Veja, Romário nomeou a curitibana Márcia Magalhães, que foi Garota Furacão, do Atlético PR, para a nobre missão de fazer a ponte (aérea, claro) entre o seu gabinete e os inquietos coleguinhas que cobrem o Congresso.

Cachê milionário para Carolina Ferraz posar nua é só especulação

por Eli Halfoun
O noticiário garante que a atriz Carolina Ferraz recusou cachê de R$3 milhões que lhe teria sido oferecido pela Playboy para protagonizar o principal ensaio fotográfico de seu número de aniversário em agosto. Oficialmente a revista não confirma essa ou qualquer outra proposta, o que não significa que conversas não existiram. A nudez de Carolina Ferraz é um velho sonho da Playboy e evidentemente de seus leitores. Na bem sucedida trajetória da edição brasileira da Playboy não há registro ou hipótese da publicação ter oferecido para qualquer atriz ou modelo cachê tão milionário. Mesmo considerando os altíssimos cachês (que nem chegam perto de um milhão de reais) geralmente anunciados (nunca oficialmente) jamais existiu proposta tão digamos extravagante. O que a Playboy costuma oferecer é uma boa quantia em dinheiro, participação na venda da revista em bancas e permutas publicitárias. Portanto, tudo o que se disser em torno do provável convite feito para Carolina Ferraz é especulação. Não sei se a revista ofereceria em nenhuma circunstância cachê tão milionário e nem sei se Carolina Ferraz recusaria tanto dinheiro para mostrar honestamente o que tem de mais sensual e bonito: seu corpo. (Eli Halfoun)

CPI do Cachoeira precisa ser pressionada pelo povo

por Eli Halfoun
Existe uma quase certeza no povo e na mídia de que, como tantas outras, a CPI do escândalo Cachoeira não punirá ninguém e também como tantas outras será apenas um "trabalho de vitrine" que os políticos usam para mostrar serviço. Sobre a CPI, o experiente e bem informado jornalista Kennedy Alencar diz em artigo na "Folha de São Paulo": "A punição do escândalo Cachoeira pode ficar resumido à cassação de Demóstenes Torres, desde que o Senado não caia na tentação de usar o anacrônico voto secreto para salvar o político goiano. Voto secreto no Senado é um risco". Diz mais o jornalista: "Só a pressão da opinião pública aliada a um bom senso de responsabilidade dos integrantes da CPI tem chance de impedir um desfecho que puna apenas Demóstenes. Se ficar só nisso, seria pouco". Como não podemos esperar bom senso dos políticos o negócio é pressioná-los. (Eli Halfoun)

Informações desencontradas da meteorologia confundem até o sol e a chuva

por Eli Halfoun
Existem coisas difíceis de entender e uma das mais complicadas é a informação meteorológica. Quem busca esse tipo de informação nos sites especializados fica muito mais confuso de que se simplesmente olhasse para o céu. Cada site dá uma temperatura e uma previsão (de chuva ou sol) completamente diferente, o que também acontece nos jornais e nos noticiosos de rádio e televisão. Ora se o estudo da meteorologia, assim como o céu, é idêntico para todos os meteorologistas como é que enxergam coisas diferentes que variam desde o anúncio de muito sol e no mesmo dia e hora de muita chuva. Não é de hoje que as informações meteorológicas estão mais desacreditas do que promessas de políticos. Assim não dá mesmo para acreditar em ninguém: nem nos meteorologistas e nem nos políticos, quer sempre nos deixam sujeitos a pancadas e trovoadas. No caso da meteorologia a "trovoadas esparsas", como se anuncia quase sempre. No caso dos políticos nem tão esparsas assim. (Eli Halfoun)

Luana Piovanni: a verdade em poucas palavras no Twitter

por Eli Halfoun
O fato de Luana Piovanni ser considerada grossa e mal educada nos comentários que posta em seu Twitter (seguido por 220 mil pessoas) pode até antipatizar a atriz com grande parte do público, mas de forma nenhuma lhe diminui o talento. Luana já mostrou no cinema, no teatro e na televisão que é uma excelente atriz, especialmente como comediante. Pode ser que algumas vezes a atriz até exagere em seus comentários, mas em nenhum momento os cria propositalmente para fazer efeito e repercutir. Ela diz (posta) o que realmente pensa e o faz com a mais absoluta verdade com a qual podemos ou não concordar. Luana Piovanni incomoda justamente porque não tem medo da verdade (a verdade dela), ao contrário do que costuma acontecer com a maioria da sociedade que em nome de uma ética geralmente falsa e de uma educação que não é exatamente real, se esconde atrás da hipocrisia e do medo. Luana não: ela bate e da cara para bater, sempre corajosamente. Não é preciso simpatizar com Luana Piovanni para reconhecer o seu talento - talento que, aliás, voltará a mostrar no elenco do remake da novela "Guerra dos Sexos", na Globo. O elenco da novela que se prepare para os azedos comentários que certamente Luana postará. Nesse caso o melhor é levar tudo na esportiva. Como, aliás, ela leva, mesmo que na maioria das vezes esteja falando sério. (Eli Halfoun)

domingo, 17 de junho de 2012

Brasil campeão do mundo de 1962: 50 anos, hoje

Mauro ergue a Jules Rimet. Reprodução O Cruzeiro
Messi não encara isso. Vavá, a caminho do gol, cercado por oito mexicanos. Reprodução O Cruzeiro
O presidente João Goulart recebe os bicampeões. Repropdução O Cruzeiro
O capitão Mauro na capa da edição especial do Cruzeiro
Garrincha, o gênio da Copa de 62, na capa
O cartaz oficial da Copa do Mundo de 1962
por Gonça
Em 1962, União Soviética e Estados Unidos impressionavam o mundo com a corrida espacial. Não por acaso, o cartaz da Copa de 1962 mostrava uma bola de futebol orbitando a Terra. A Era do Cosmo estava na moda mas foi um cometa terrestre que incendiou o mundo nos gramados do Chile. Era a Copa do Garrincha. Claro, estavam lá Amarildo, Pelé (que se contundiu), Gilmar, Vavá, Didi, Nilton Santos e outros astrounautas da bola, mas foi o Mané que fez dançar a fila de "joão", cada um com uma camisa diferente: México, Tchecoslováquia, Espanha, Inglaterra, Chile e, na grande final, novamente a Tchecoslováquia. No dia 17 de junho de 1962, Amarildo, aos 17 minutos, Zito aos 69 e Vavá aos 78 sacramentaram o bi. Até o Papa mandou uma longa mensagem para a Seleção Brasileira. Falava em "ideais superiores da perfeição", "beleza interior, da disciplina" e "domínio de si mesmos". Foi a única vez em que Sua Santidade se rendeu oficialmente aos deuses do futebol. Era mesmo uma questão transcendental a merecer uma encíclica. Pudera, no Chile, Mané foi deus e o diabo na terra da Copa. A mídia não deu, literalmente, muita bola pra data. Eu, pelo menos, não vi. O Globo, por exemplo, preferiu dar a capa de hoje do caderno de esporte para os 40 anos da Olimpíada de Munique (que, aliás, foi em 1972, mas em setembro).
Não importa, Garrincha e seus companheiros estão na memória dos torcedores que testemunharam ou conheceram suas lendas. 

Reconheceu?

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Publicidade na internet avança e ameaça impressos

Reprodução O Globo
A polêmica sobre o fim do meio impresso ainda é teórica, muitas gerações ainda vão folhear jornais, rervistas e livros, mas os números mostram que na publicidade a mídia tradicional perde a cada dia espaço para a internet. À frente da rede, em faturamento, só a TV.

Lei Rouanet cai na folia... olha o Ministério da Cultura aí, gente!!!!

A Lei Rouanet, também conhecida como Lei Roubanet (o Ministério Púiblico denuncia, em muitos caso, como noticiado, ausência de prestação de contas) bota o bloco na rua. É o dinheiro público se chegando na dispersão. Tudo é carnaval...

Ex-ministro dos Esportes é absolvido, mas mídia não toma conhecimento

por Eli Halfoun

Quando ex-ministro dos Esportes Orlando Silva (hoje candidato a vereador em São Paulo pelo PCdoB) foi acusado de estar envolvido em um punhado de maracutaias a mídia abriu bastante espaço para divulgar as acusações, mas agora e estranhamente a mesma mídia silencia diante da notícia (ou seja, um fato) de que A Comissão de Ética da Presidência da República presidida pelo ex-ministro do Supremo Sepúlveda Pertence absolveu Orlando Silva de envolvimento em supostas irregularidades. Só para lembrar: foi a Comissão de Ética da Presidência da República que recomendou a demissão do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi que ainda não conseguiu ser absolvido e, portanto, provar sua inocência. (Eli Halfoun)

Julgamento do mensalão pode demorar mais do que o povo espera

por Eli Halfoun

Com a aproximação do início (até que enfim) do julgamento do mensalão, o que os muitos acusados mais andam fazendo é contar (dessa vez não é dinheiro) o tempo que terão para escaparem de uma esperada condenação. Os acusados estão menos nervosos do que deveriam porque têm sido tranquilizados por seus advogados de que se a sentença for cadeia demorará muito. Vejam só os cálculos feitos por advogados: se todos forem condenados por todos os crimes as penas mínimas superariam 800 anos e as máximas 3.700 anos. Mais números: as sessões de julgamento terão cinco horas (mais do que isso prejudicaria os ministros que seriam vencidos pelo cansaço); o procurador geral da República, Roberto Gurgel, terá cinco hortas para fazer a acusação. Em caso de condenação as penas começariam a ser cumpridas em outubro (antes das eleições) se o julgamento terminar em setembro. O julgamento pode estender-se já que em caso de condenação cabem recursos para que os réus respondam em liberdade. Esses são os judicialmente chamados embargos de declaração que não tem prazo para serem julgados pelo Superior Tribunal Federal. Pelo visto será mais uma grande perda de tempo no país da pizza política. (Eli Halfoun)

Novela promete mudar o rumo de Nina em “Avenida Brasil” que tem Carminha como destaque

por Eli Halfoun
A novela Avenida Brasil está acertando em cheio no alvo: desenvolve sua trajetória proporcionando ao público noveleiro uma trama repleta de emoções e tem permitido ao elenco excelentes interpretações como foram, por exemplo, as de Adriana Esteves (impecável como a Carminha e vivendo sem dúvida o seu melhor momento na televisão) e Vera Holtz também em grande fase como a sofrida mãe Lucinda, que guarda um segredo que mobiliza ainda mais a curiosidade dos telespectadores. Entre os melhores trabalhos da novela destacam-se também os de Marcos Caruso interpretando de forma excelente o suburbano Leleco, Cauã Raymond como Jorginho, Ailton Graça como Silas e José de Abreu como Nilo. Muita água ainda vai rolar pra empossar também essa "Avenida Brasil" e nos bastidores o que se comenta agora é que o autor João Emanuel Carneiro prepara uma reviravolta na história que fará com que a suposta mocinha Nina (Deborah Falabella) passe a ser odiada pelo público. Talvez até seja o momento de Deborah regatar na novela o talento que tem, mas que ainda não conseguiu mostrar. (Eli Halfoun)

Gisele Bundchen é novamente a modelo de maior faturamento mundial

por Eli Halfoun

Apesar de, no mercado publicitário, muitos profissionais acharem que Gisele Bundchen não tem mais tantas força assim para garantir principalmente a venda de moda e cosméticos, ela continua sendo a modelo financeiramente mais bem sucedida do mundo, segundo recente levantamento da respeitada revista Forbes. Pela sexta vez consecutiva, Gisele lidera a relação das mais bem pagas modelos do mundo. A Forbes revela que entre maio de 2011 e maio de 2012 Gisele faturou US$ 45 milhões (90 milhões de reais) com contratos publicitários de grifes e cosméticos. Gisele deixa bem para trás a segunda colocada: a modelo britânica Kate Moss aparece com faturamento de US$ 9,2 milhões (18,4 milhões de reais). Alista inclui mais duas modelos brasileiras (Adriana Lima e Alessandra Ambrosio) entre as dez de maior faturamento. Juntas as dez modelos mais bem pagas do mundo acumularam US$ 100 milhões (200 milhões de reais). É por isso que em todo mundo muitas jovens querem ser modelos. Agora inclusive as gordinhas. (Eli Halfoun)

sábado, 16 de junho de 2012

Eco-92: foi ontem, mas não parece...

Capa do livro. Reprodução

Página de rosto do livro "Rio 92". Reprodução

Livro "Rio 92", página dupla de abertura. Reprodução

A cidade recebia o mundo e Cony escreveu sobre ele, o carioca, no livro "Rio-92.Um trecho:  "Para uso comum, o carioca é simpático e superficial. É devoto de qualquer santo de qualquer religião mas não leva a sério nenhuma delas. Folgazão para uso externo, facilmente cai em depressão mas sem passar recibo: utiliza a eventual fossa para descolar qualquer coisa de útil, seja um empréstimo ou uma namorada. Seus sonhos, em linhas gerais, podem ser satisfeitos com um milhar acertado no jogo do bicho, uma nova paixão ou coisa equivalente. É capaz de aproveitar o velório da própria mãe para iniciar um namoro com a mulher do vizinho".


Lima Barreto


"Rio 92" - Reprodução

Corcovado com o Pão de Açúcar em perspectiva. "Rio 92". Reprodução

Placa em alto-relevo de Bruno Segalla. Reprodução do livro "Rio 92"

O expediente do livro "Rio 92"

O crachá e a credencial da Eco-92


A repórter Maria Alice Maria cobriu a Eco-92 para a Manchete
por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1992, o Rio foi capital do planeta.Milhares de visitantes, 116 chefes de estado circulando pela cidade - quem não lembra das sirenes estridentes de centenas de batedores fechando cruzamentos e abrindo caminho para comitivas -, ecologistas acampados no Aterro, tanques e blindados do Exército nas ruas. Eam dez mil soldados, além de outros milhares de policiais nas esquinas. Fazia sentido. A cidade vivia sob o domínio do tráfico, em conflitos abertos, com direito a show de balas traçantes das facções criminosas que ocupavam os morros das Zonas Sul, Norte e subúrbio. Em junho daquele ano, o Brasil tentava chutar o presidente Fernando Collor, em meio a um amplo esquema de corrupção (iria botá-lo para correr apenas em setembro). Três anos antes, apoiado e empurrado pela mídia como o "caçador de marajás", Collor havia havia derrotado Lula, que, a propósito, esteve na Eco-92, em meio ao povão, no Aterro (nas voltas que o mundo dá, coube a Lula, no seu governo, levar à ONU a idéia de fazer a Rio+20 e tentar obter acordos que não foram possíveis na Eco-92).
Apesar da crise "collorida", o Brasil estava otimista quanto ao resultado daquela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. A festa foi boa, pá. Mas os resultados... Das reuniões de 1992, sobraram a Agenda 21 e as convenções de controle da desertificação, da diversidade biológica e o estudo de medidas para combater a deterioração do clima. Pouco, e pouco menos foi posto em prática. Vinte anos depois, com a resistência muitos países desenvolvidos ou em desenvolvimento - posições que se repetem neste histórico encontro Rio+20 - o mundo segue destruindo o planeta. Se a consciência ambientalista das populações, especialmente das novas gerações, se acentua, a cabeça dos líderes e grandes empresas permanece poluída.
O planeta corre contra o relógio. Por falar em relógio, que tal atrasá-lo e voltar à rua do Russell, redação da Manchete, 1992? Das janelas envidraçadas do bunker que abrigava as revistas de Adolpho Bloch dava para ver a movimentação no Aterro - que, aliás, era o point mais festivo da Rio-92. Enquanto os chefes de Estado se reuniam no Riocentro, na Barra, milhares de jovens ecologistas de todo o mundo, Ongs, índios, músicos e artesãos transformavam o Parque do Flamengo em uma aldeia global. Participavam da Cúpula dos Povos, uma espécie de Eco-92 do B, que provocou ameaça de boicote da China por trazer o líder religioso Dalai Lama.
Agitação lá fora, agitação dentro da redação. Além da intensa cobertura da Rio-92, que mobilizou várias equipes, foram lançadas edições especiais. Semanas antes, ainda no "esquenta" da Conferência, Manchete publicou uma revista exclusiva sobre a Amazônia. À medida em que os líderes desembarcavam no Galeão, a vida dos repórteres e fotógrafos se complicava. Mas ninguém deu mais trabalho à turma do que um par de inimigos históricos: George Bush, o pai, então presidente, e Fidel Castro. A segurança dos dois estava especialmente estressada. Maurice Strong, o canadense que comandava a Eco-92 (já está no Rio para participar da Rio+20), fazia o contraponto:era acessível e simpático. E, certamente, ajudou muitos repórteres ilhados nos cordões de isolamento a conseguir alguma notícia para fechar páginas de jornais ou preencher segundos na TV. O que não ajudava era a tecnologia. Mas isso, os jornalistas da época pouco imaginavam. Não é possível sentir falta do que não se conhece, certo? Anote aí, garoto: não havia celular, nem google, muito menos portais ou sites oficiais, câmeras digitais, transmissão de matérias e fotos on line. Nada de notebooks ou tablets. O kit de sobrevivência era bloquinho, caneta, gravador analógico, aquele de fita cassete que você não conhece, e olha lá. Os press-releases eram distribuidos por fax e, a maioria, entregue pelas assessorias de imprensa nos locais das coberturas. Mas apesar disso, as revistas especiais chegavam às bancas em velocidade admirável. Nisso, a velha Bloch era imbatível. Suas equipes, incluindo aí gráficos, redações, fotografia, diagramadores, arte-finalistas, produtores, revisores, laboratoristas etc, faziam as edições regulares, as extras e ainda viabilizavam projetos surgidos de última hora, saidos direto da cabeça insondável do próprio Adolpho Bloch. Como o ideia de fazer em poucos dias um livro de 200 páginas, em cores, capa dura, papel couchê, dedicado à Eco-92. Em um fim de tarde, ao sair da sala do Adolpho, Carlos Heitor Cony, que criou e editou o livro comemorativo da Conferência, montou uma equipe de 18 desavisados e passou-lhes a tarefa pra-ontem de entregar o projeto "Rio 92"" à gráfica em pouco mais de uma semana.
Como diz o Capitão Nascimento, de "Tropa de Elite", "missão dada, missão cumprida".
Foi há vinte anos.      

“Cheias de Charme”: uma bem sucedida aposta em novos talentos

por Eli Halfoun
Apostar em novos talentos, mas sem esquecer a experiência e competência dos mais antigos, é sempre um grande negócio. Foi o que a Globo fez ao produzir a novela "Cheias de Charme", primeira experiência no gênero da ótima dupla Filipe Miguez e Izabel Oliveira. Resultado: a divertida e criativa trama é uma campeã que aumentou muito a audiência do horário para emissora. Como novela, é um trabalho coletivo (na vida tudo o que se faz coletivamente é sempre melhor e mais forte) não se pode (seria injusto) atribuir o sucesso da novela apenas aos autores, embora eles sejam os mais importantes. "Cheias de Charme" se fez uma novela inteira na escolha do elenco, na direção acertada, no bem desenvolvido roteiro, na cenografia e em quase todos os detalhes fundamentais para completar um texto leve, engraçado, despretensioso e por isso mesmo quase perfeito.

São muitos os motivos que, quando unidos, garantem o bom caminho de qualquer novela. Não tenho dúvidas que a aceitação de "Cheias de Charme" está no fato de ser de certa forma uma novela musical. São poucas as coisas que mobilizam tanto o brasileiro quanto a música. Somos um país extremamente musical e o fato de a novela ter um segmento (o principal) musical é sem dúvida uma poderosa "arma" para a conquista de audiência. Se a Globo estiver atenta (sempre está) perceberá que reside no ritmo musical um novo caminho a ser percorrido pelas novelas chamadas água-com-açúcar. Musicais costumam ser leves e, portanto, de fácil digestão: tem sido essa a garantia do sucesso dos grandes musicais que percorrem o mundo (agora tem também no teatro brasileiro um porto seguro). Além do mais "Cheias de Charme" alimenta o sonho de muitos brasileiros de ser artista famoso e renova essa esperança ao transformar três empregadas domésticas (fundamentais no nosso cotidiano) em um sucesso pessoal e profissional que nasceu praticamente do acaso. O Brasil é um país cheio de charme que mesmo enfrentando dificuldades tem um povo quer gosta (e como gosta) de compor e de cantar. Afinal, a música é o mais completo alimento da esperança. (Eli Halfoun)

Aulas de dança ajudaram Anderson Silva a imitar Michael Jackson

por Eli Halfoun
Em entrevista para a nova edição da revista Rolling Stones, o lutador Anderson Silva confirma quer é metrossexual (usa cremes antes de dormir) e faz uma nova relação: fez aulas de balé e sapateado na adolescência. Foi graças a essas aulas que desenvolveu habilidade para imitar as coreografias de Michael Jackson nas festinhas. Na escola, ele era o, digamos, cover oficial do rei do pop e acredita que a desenvoltura para dançar pode aumentar a possibilidade de seguir (como pretende) a carreira artística como ator. Será sem dúvida a sua luta mais difícil. (Eli Halfoun)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Faculdades brasileiras são as melhores da América Latina

por Eli Halfoun
A educação no Brasil deixa muito a desejar, especialmente quando se trata de oferecer vagas nas escolas, mas quem consegue chegar até à Universidade não pode reclamar tanto em matéria de qualidade de ensino, pelo menos em comparação a faculdades dos países latino-americanos. Estudo realizado pelo site TopUniversiti, que analisa a qualidade do ensino superior na América Latina, colocou o Brasil em primeiro lugar listando nada mais nada menos do que 31 faculdades brasileiras entre as melhores da América Latins, o que pode até não ser uma grande vantagem, mas já é alguma coisa. A melhor faculdade da América Latina é, segundo análise do site, a USP (Universidade São Paulo). O Brasil também ocupa a terceira posição com outra paulista: a UNICAMP (Universidade de Campinas) e aparece em 8º lugar com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A inclusão de 31 faculdades brasileiras entre as 100 melhores da América Latina é considerada "um número impressionante" segundo o editor do site.  Portanto é hora de melhorar e facilitar o acesso também o ensino do segundo grau. Afinal, sem ele ninguém chega até a universidade.  (Eli Halfoun)

Financial Times alerta a economia dos países emergentes

por Eli Halfoun
A recente recomendação do Banco Mundial feita aos países emergentes para que se preparem para "um longo período de volatilidade na economia global" mereceu atenção especial do "Financial Times" que publicou grande reportagem (com direito a comentários) sobre o assunto. No texto o FT adverte que existe muita desconfiança em se dar "mais munição" a esses países e que a tendência é de que essa desconfiança aumente. O Banco Mundial acha que esses países gastaram munição em 2008 e 2009 e agora terão de enfrentar quadros complicados. Mas certamente não mais complicados do que a instabilidade nos países europeus de alta renda. No momento nem tão alta assim. (Eli Halfoun)

“Avenida Brasil” reflete o comportamento da atual sociedade”. Quem diz é um psicanalista

por Eli Halfoun
Será que as novelas exageram mesmo no duvidoso comportamento de seus personagens? O médico e psicanalista Carlos Vieira acha que não. Para ele, pelo menos em "Avenida Brasil", os personagens refletem o comportamento da atual sociedade. Em analisa publicada no blog de Jorge Bastos Moreno, em O Globo, o dr. Carlos Vieira vai fundo e diz: "A novela é o atual retrato fiel da crise que atravessa a nossa família brasileira e os grupos humanos que deveriam representar modelos de identidade pessoal e social. Mentir, sonegar, trapacear, tirar proveito do engodo, corromper, matar, comprar as pessoas para obter benefícios próprios - todos esses comportamentos compõem a crise ética dos tempos atuais. "A arte para ser arte precisa ter uma ação social e a novela está cumprindo essa missão e denunciando à população aspectos patológicos da família brasileira. Oxalá sirva para que as pessoas tomem mais consciência dos direitos humanos e da necessidade de uma ordem individual, social e ética". O dr. Carlos Vieira falou e disse. Digo mais: ou a gente muda ou fará (estamos fazendo) uma realidade muito mais cruel do que a ficção pode imaginar. (Eli Halfoun)