Javier Milei, o ultradireita que os argentinos elegeram (e os veículos do Grupo Globo preferem chamar de ultraliberal) acaba de nomear um nazista para a procuradoria do Tesouro. Outros virão. A direita argentina não se diferencia da rede nazista que viceja no país. E não são "neonazistas" são nazistas-raiz. O nazi Rodolfo Barra admite que foi nazista, participou de atentado contra instituição judaica, mas se "arrependeu".
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
O capeta recebe Henry Kissinger
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| 1975: Kissinger, o jogador Marinho e o então ditador de plantão Ernesto Geisel. Foto Manchete. |
Henry Kissinger, então secretário de Estado, visitou o Brasil em 1975. Foi recebido no Congresso e passeou com o general Geisel, o gorila de plantão na ditadura. Curiosamente, enquanto o arquiteto de guerras perambulava pelo Brasil, a capa da Manchete mostrava a correria em Saigon quando guerrilheiros e tropas de Ho Chi Min ganhavam a periferia da cidade.
Um carniceiro nem sempre precisa por a mão em armas. Kissinger talvez nem soubesse atirar. No fim, viveu muito mais do que suas milhares de vítimas na Ásia, na África, na América do Sul. Ele esteve por trás de incontáveis carnificinas. Autorizou, por exemplo, junto com Nixon, bombardeios de napalm e pesticidas no Vietnã. "Queima tudo", era a política. Com um agravante: sem que decisões desse tipo passassem pelo Congresso. Apoiou as ditaduras na América do Sul, com todo o pacote de intervenção dos Estados Unidos, dólares para montagem de máquinas de mortes, cursos de técnicas de tortura para militares e policiais da Argentina, Chile e Brasil. Uma característica da época foi a eliminação de líderes de esquerda em todo o mundo. Para Kissinger, isso era parte da Guerra Fria. Na Indonésia, foi "conselheiro" de uma operação que resultou em 100 mil mortos.
Apesar de tudo isso, Kissinger recebeu o Nobel da Paz. Algum sueco bêbado o julgou merecedor por supostamente ser o articulador do fim da guerra do Vietnã quando o seu objetivo era apenas iniciar a retirada das tropas estadunidenses do Sudeste Asiático. Era a tentativa de evitar um desastre militar incomensurável e, com isso, livrar a cara dos republicanos alvos da rejeição dos eleitores cansados de receber jovens soldados em sacos pretos. Danos colaterais, diria ele.
Kissinger morreu aos 100 anos. Não se sabe se pensou em tudo o que fez ou mostrou arrependimento. A frase que mais se aproxima disso, embora ainda distante, é algo como "fiz o que achava que estava preparado para fazer na época".
Ele foi defenestrado do cargo pelo democrata Jimmy Carter.
Se existe inferno, o carniceiro Mr. K. estará lá certamente como conselheiro do capeta. Experiência no cargo ele tem. E vai ter isso como destaque no Linkedin que o Chifrudo vai ler.
A morte de Kissinger lembra famosos versos de um cordel de José Pacheco sobre a chegada de Lampião ao inferno. O diabo, avisado da chegada do cangaceiro, ordenou que a segurança o barrasse...
Diga a ele que vá simbora/Só me chega gente ruim/Eu ando muito caipora/Eu já to inté com vontade/De botar mais da metade/Dos que têm aqui pra fora
Crime organizado domina a Amazônia: e a boiada passou
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| Ilustração reproduzida do G1 |
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
GloboNews - Esperando Gonet ou "como é bom meu conservador na PGR"
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| Reprodução O Globo. Clique para ampliar |
Hoje, no Estúdio I da GloboNews, a apresentadora fez uma espécie de "divulgação" de Paulo Gonet. Boa gente, segundo os amigos dos amigos que ela "apurou". Uma diarréia de jornalismo declaratório. Algo que não chega a ser jornalismo. Deve ser útil nos portazinhos digitais da quinta série.
No mesmo programa, a jornalista Flávia Oliveira recolocou, em seguida e com fatos, o que significa Gonet na PGR. Se alguém tem mais dúvidas deve ler a coluna do Bernardo Mello Franco, do Globo, acima reproduzida.
A âncora em questão, por iniciativa própria ou a pedido do editor que, por sua vez, responde aos degraus acima, apenas caiu na arapuca de uma excrescência chamada jornalismo declaratório. Um troço condenável que só serve para veicular opiniões de credibilidade zero porque movidas por interesses pessoais. A curriola ouvida ficou na exaltação: fulano da PGR é durão, o fulano é independente, o fulano é praticamente o Ruy Barbosa ressuscitado.
Memórias da redação: como o Caso Carlinhos foi parar na Manchete
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
domingo, 26 de novembro de 2023
Mídia: Governo de Netanyahu ataca jornal israelense Haaretz
Sob ataque do regime de extrema direita liderado por Netanyahu, o jornal israelense Haaretz, o maior do país, se defende. Na prática, luta pela liberdade de imprensa. O governo ameaça a publicação com multas, boicote financeiro e acusa os editores de publicarem mentiras. O Haaretz é crítico à ultradireita, posicionou-se contra a iniciativa de Netanyahu e sua coligação radical que aprovaram lei que dá ao governo poderes para rever ou desautorizar decisões dos juízes da Suprema Corte. Em relação à guerra contra os terroristas do Hamas, o jornal apontou falha dos órgãos de segurança e condenou os bombardeios sobre as populações civis. "O desastre que se abateu sobre Israel”, escreve o Haaretz, “é de clara responsabilidade de Benjamin Netanyahu”.
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
Fotomemória na Sweet London - Em 1968, Manchete registrou Roberto Carlos comprando roupas na butique dos Beatles
| Roberto Carlos e um bobby londrino, na frente do Palacio de Buckingham. Foto de Alécio Andrade |
| Roberto na butique dos Beatles, a Apple, na Carnaby Street. Foto de Alécio de Andrade |
Em 1968, Roberto Carlos ainda não tinha seu compromisso anual e inadiável na Rede Globo: o tradicional Especial de Natal. O primeiro só iria ao ar em 1974.
O fotógrafo Alécio de Andrade, então correspondente da Manchete na Europa, fotografou Roberto no seu périplo em Londres, então mais sweet do que nunca. O rei deu uma passadinha na Apple, a butique dos Beatles, onde renovou o guarda-roupa
Soldados de Deus não querem a paz
A jornalista brasileira Leneide Duarte-Plon entrevistou, em Paris, para a Carta Capital, o dominicano e astrônomo Régis Morelon. Especialista em ciências árabes, ele viveu na Argélia, Beirute, Alep e Cairo. Morelon não é otimista quanto a uma solução para o eterno conflito entre Israel e Palestina.
- Atualmente a única solução seria a dos dois Estados. E os dois Estados não são mais possíveis devido à colonização. Os diplomatas podem continuar dizendo “queremos dois Estados”. Mais já é impossível".
A crise tem outros complicadores. A propósito, Morelon citou na conversa com Leneide uma frase do judeu austríaco, escritor e jornalista Stephen Zweig.
“Os homens que pretendem combater por Deus são os mais antissociais da terra porque creem que ouvem mensagens divinas e suas orelhas permanecem surdas a qualquer palavra de humanidade”.
Eternas ondas antidemocráticas na América do Sul
Vale lembrar Eduardo Galeano: a América do Sul (me recuso a usar o termo inadequado e racista "América Latina") tem "veias abertas" e a hemorragia política sempre vem em ondas. Foi assim com a onda de ditaduras que derrubaram democracias como se fossem peças de dominó. Depois veio a onda da eleição em dois turnos e da reeleição que vários países da região adotaram. Agora, um tsunami de ultradireita é a ameaça que paira sobre o "quintal" .
Outra recente inspiração antidemocrática vem de vários países e continentes. É o cerco às Cortes Supremas. Em diferentes graus de intervenção, Venezuela, Polônia, México, Mali, El Salvador e Israel criaram instrumentos ou estudam mecanismos para colocar o poder executivo como uma espécie de instância final sobre as decisões das Cortes. O Brasil acaba de entrar nessa fila suspeita. O Senado aprovou projeto que interfere no funcionamento do STF. O que moveu os senadores? Nada mais do que o jogo de bastidores para a eleição da presidência da Casa, além de ressentimentos corporativistas diante de decisões dos ministros do STF que incomodaram políticos investigados. Não demora muito deputados e senadores vão pedir cargos no STF. Nunca fazem nada de graça.
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Céu estrelado? Lamento dizer que parte do que você vê agora é lixo espacial
por Ed Sá
Pense nisso. Você está em um chalé na serra, noitinha, céu limpo, olha para cima e vê uma apoteose de estrelas. O visual desperta a paixão que você, subitamente romântico, divide com sua parceira. A cena poderia se repetir com casais de turistas em Atacama, "o céu mais estrelado das Américas".
Caia na real. Muitas daquelas novas "estrelas" são pequenos satélites de comunicação, restos de foguetes descartados por naves a caminho da órbita, caixas de ferramentas que astronautas e cosmonautas deixam cair quando fazem "passeios espaciais" para consertar painéis de cápsulas ou de estacões espaciais. O chamado lixo espacial reflete a luz do sol, brilha no firmamento e aquece corações apaixonados e ludibriados.
A maior parte do refugo é incinerada ao reentrar na atmosfera da Terra. A ameaça maior do lixão é provocar sérios danos caso se choque com naves e satélites em órbita.
Portanto, os antigos versos "estrelas brilham lá no céu", de Roberto e Erasmo Carlos, já não correspondem à verdade. Astrônomos, coitados, ao observarem o céu, agora são obrigados a saber distinguir uma chave inglesa que brilha ao lado de Vênus, um resto de painel solar, um exaustor de um foguete, de um estrela de verdade ou até, quem sabe, de um asteróide desembestado. O Cruzeiro do Sul, a constelação orgulhosa que nomeia a maior condecoração do Brasil, agora corre o risco de navegar ao lado de um coletor de resíduos de uma nave abandonada. A Estela do Norte, que, entre outras coisas, orienta Papai Noel e suas renas, está cercada de sucata descartada. Se o Bom Velhinho não aparecer na sua casa, releve, ele confundiu uma tampa de privada com a sua estrela guia.
Da RFI: Editora francesa lança livro "Lumière d'Avril", sobre a Revolução dos Cravos, com fotos de Alécio de Andrade, ex-fotógafo da Manchete. "Luz de Abril' marca os 50 anos da revolução que serão comemorados em abril de 2024
A poucos meses da comemoração dos 50 anos da Revolução dos Cravos, em Portugal, a editora francesa Chandeigne publica o livro “Lumière d’Avril (Luz de Abril), Portugal 1974”, com 56 fotos de brasileiro Alécio de Andrade e texto do historiador Yves Léonard. O fotógrafo, primeiro brasileiro a integrar a equipe da lendária agência Magnum, trabalhou na sucursal da Manchete, em Paris, da década de 1960 até meados dos anos 1970. A série de imagens registra os primeiros meses da revolução que pôs um ponto final em 40 anos de ditadura em Portugal. Alécio faleceu em 2003. As fotos foram selecionadas inicialmente por Patricia Newcomer, viúva do fotógrafo, contando com indicações que ele deixou escritas em contatos e molduras de cromos. “Ao todo, ele fez 3 mil imagens em preto & branco e 300 slides a cores resultados de três viagens a Portugal", diz ela. A escolha final coube a Anne Lima, da Editora Chandeigne, e ao historiador Yves Léonard, professor do Instituto de Ciências Políticas de Paris, a Sciences Po.
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quarta-feira, 22 de novembro de 2023
terça-feira, 21 de novembro de 2023
O petróleo é deles
Jornal francês classifica Milei, o rei do "gado" argentino, como louco
L'Humanité chama Javier Milei de "louco perigoso". De fato, a Argentina pode virar um hospício da ultradireita. Milei assume o cargo levando sua "Evita", a irmã, Karina Milei, a quem ele chama de "o Chefe". A musa do antissistema tem ascendência sobre o novo presidente e poderá ganhar um alto cargo no governo. A não ser que prevaleça seu modo de agir discreto como uma "Rasputina" de saias.
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
Para a GloboNews Milei não é mais de ultradireita. O canal alivia e ele passa a ser "ultraliberal"
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