Ainda sobre o episódio do Leblon (a garota de biquíni que foi atacada pela fúria moralista-bolsonarista, assunto em post d dia 27/9), veja essa foto publicada na Manchete em 1971. Apesar da ditadura militar, garotas de biquíni em conversíveis, no caso o buggy em moda então, não eram atacadas. E a foto foi feita em Búzios, para reportagem de Narceu de Almeida, com fotos de Claus Meyer. As meninas não levaram garrafadas nem foram atacadas por marmanjos enlouquecidos.
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Ô, ô, ô... Roda Viva é um terror...
A jornalista Vera Magalhães, que apresenta o Roda Viva, é muito criticada nas redes sociais pelo fundamentalismo direitista. Nessa semana, ela foi poupada, pelo menos do ponto de vista ideológico, para ser gozada pelo figurino conservador, algo típico de colégio interno dos anos 1940. O olhar atento da internet logo encontrou a referência que Vera Magalhães tirou do armário: a impagável Wandinha, do filme Família Addams, interpretada por Christina Ricci. Visual mais adequado ao Roda Morta, diria a Mortícia.
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
O jornalismo que ouve "os dois lados" não é jornalismo quando os entrevistadores são cordatos e passivos
A mídia conservadora brasileira participou ativamente do golpe que tirou Dilma Rousseff do cargo para o qual foi eleita. De resto, um comportamento padrão dos oligarcas, que historicamente atuaram em todos as conspirações contra governos democráticos.
São vícios cuja cura parece difícil
Agora mesmo - apesar de demonstrar em alguns pontos (excetuando a economia neoliberal) certo desacordo com o governo Bolsonaro - que não demonstra apreço pela democracia -, a grande mídia ainda se rende a um dogma que muitos jornais respeitados dos Estados Unidos e da Europa já relativizam com inteligência: o jornalismo que obriga ouvir passivamente os "dois lados".
Há poucos dias, sabe-se lá porque, o Globo publicou um detestável artigo de Mike Pompeo, o ativista da ultra direita e secretário de Estado do governo Trump, que poderia ter sido editado por Carlos Bolsonaro, tal o radicalismo imperial, neofascista e fundamentalista cristão que o sujeito desenvolve no texto. Para explicitar a questão, aqui vai uma pergunta levada ao exagero: se atuasse na Alemanha dos anos 1930, a mídia brasileira cederia espaço para artigos de Hitler e Goebbels, dentro da prática de "ouvir os dois lados"?
Registre-se que, quando convêm, a mídia conservadora "esquece" o seu próprio dogma de ouvir os dois lados. Muitos e vários políticos de oposição que o digam.
Não combina com o jornalismo autêntico e democrático prestigiar trogloditas, nazistas e fascistas, sem que sejam contestados. Um bom exemplo a CNN americana deu hoje. A âncora Poppy Harlow perdeu a paciência com as mentiras e tentativas de manipulação dos fatos pelo porta-voz da Casa Branca Brian Morgenstern. Durante uma entrevista a propósito da matéria do New York Times sobre os impostos não pagos de Donald Trump, Morgenstern começou a atacar sem provas os repórteres do NY Times e a acusá-los de estarem a serviço do Partido Democrata. "O New York Times relatou basicamente a mesma coisa há quatro anos, na véspera do debate”, mentiu o porta-voz. E Harlow cortou a entrevista para dizer que as novas reportagens do Times são "muito diferentes", trazem fatos desconhecidos até aqui. “Brian, por favor, faça aos nossos telespectadores o serviço de responder minhas perguntas sobre o homem a quem você serve. Eu faço as perguntas e estou feliz que você esteja aqui e vou continuar fazendo-as”, disse a jornalista. Quando Morgenstern insistiu em ofender os repórteres que levantaram o caso do drible nos impostos, Harlow reagiu: "Eu vou interromper você. Repórteres notáveis do The New York Times analisaram 20 anos de documentos. Não é certo acusá-los, sem fatos, de estarem coordenados com o Partido Democrata. Por favor, pare de fazer isso ou esta entrevista terminará".
Um âncora brasileiro fazendo isso? Vai ser difícil você testemunhar uma cena dessas. O normal aqui, sob o domínio da prática de "ouvir os dois lados", é aceitar, passivamente as fake news da milícia do Planalto. As mentiras de Bolsonaro, do Guedes e dos demais ministros são recebidas como se fossem opinião. Quando promove sem contestar com fatos as conhecidas falácias sobre meio ambiente, desmatamento, fogo na mata, cristofobia, mamadeira de piroca, aborto, Covid, vacina, políticas sociais, distribuição de auxílio na pandemia, crescimento da economia, disseminação oficial de notícias falsas, produção de relatórios ilegais sobre pessoas etc, a mídia ajuda a impulsionar a máquina de fake news do governo. Bolsonaro replica essa estratégia de comunicação de Trump. A diferença é que lá parte da mídia não coloca em jogo sua credibilidade e contest as mentiras.
O"jornalismo" que "ouve os dois lados" praticado aqui é jornalismo passivo.
E essas duas últimas palavras não podem nunca andar juntas.
Toda nudez será faturada: Gwyneth Paltrow tira a roupa para celebrar 48 anos... e para vender sua marca de creme para o corpo...
por Clara S. Britto
A atriz Gwyneth Paltrow comemorou 48 anos ontem. E, para marcar a data, postou no instagram a foto acima. Na mensagem, ela agradece os parabéns e aproveita para fazer um merchan do creme corporal que tem sua marca e, segundo ela, faz milagres com o corpo. A nudez das estrelas já custou muita grana à Playboy americana. Em 2011, Lindsey Lohan, por exemplo, posou por 1 milhão de dólares. A Era Playboy passou e hoje a nudez das atrizes geralmente sustenta o faturamento próprio nas redes sociais, ajudando a divulgar linhas de produtos, patrocinadores ete. Mudou a contabilidade, mas toda nudez continua faturada.
The New York Times revela os trambiques que Donald Trump dá na Receita Federal do Tio Sam...
Donald Trump é um magnata com características especiais. Começou sua fortuna não por mérito, como gosta de alardear. O "paipai" lhe deu 1 milhão de dólares para começar seus negócio.
Trump já pediu falência quatro vezes.
Vai ver que a explicação para isso está em matéria investigativa do New York Times, que apurou com fontes e documentos ligado ao fisco americano que o atual inquilino da Casa Branca não é chegado a pagar impostos. Pelo jeito, até Al Capone, que foi preso por sonegar impostos, estava mais em dia com o leão gringo do que Trump.
O norte-americano usaria um artifício comum a muitos empresários: descarregar prejuízos na contabilidade do grupo. O NY Times apurou que várias empresas de Trump dão monumentais prejús.
É de se imaginar que ele botou na coluna de perdas o hotel que quis construir no Rio em parceria com um dos netos do ditador João Figueiredo, figura de lamentável lembrança do governo militar. O Trump Hotel, carioca gorou e virou até peça de investigação por pagamento de propina para obtenção de empréstimo no Banco de Brasília.
Especula-se que Trump põe na conta dos prejuízos até fortuna que gasta semanalmente para cuidar dos cabelos, pintar e disfarçar a carequice galopante. O consumo de botóx tabém seria expressivo. Na lista dos gastos uma caríssima sessão de fantasia sexual, mais precisamente uma noite de golden shower, que teria se realizado no Ritz, de Moscou, ao lado de garotas hidratadas. No ano passado ele pagou cerca de 700 dólares em impostos. Muito menos do que gastou com indenizações para encerrar processos com as várias mulheres que o acusaram de assédio sexual.
domingo, 27 de setembro de 2020
Biquini, barraco e briga no Leblon
O Leblon ganhou protagonismo nesses tempos de pandemia. Ignorando a Covid-19, a galera lota bares e praia, sem máscara, e ajuda a impulsionar o vírus no Rio de Janeiro.
VEJA A CENA AQUI
sábado, 26 de setembro de 2020
O destaque nas capas em 2020: a máscara
Na capa da Interview de setembro, a cantora Lana Del Rey usa o adereço mais frequente nas capas de revistas em 2020: a máscara. Na Vogue e na GQ, o figurino Covid reuniu em várias edições.
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
Miley Cyrus saúda o Brasil...
por Clara S. Britto
Não é novidade que o Brasil se tornou um pária mundial. Leva bordoada merecida na mídia internacional por destruir o meio ambiente, pelo aumento da miséria, pela desigualdade de renda, pelo negacionismo oficial e o desastre criminoso no combate à Covid, pelas pautas governamentais neofascistas, pela milicia digital comandada pelo governo, pela corrupção etc etc, a lista é grande. Em um item pelo menos o Brasil tem relevância: a adesão às mídias sociais. É um dos líderes do mundo em acessos à internet. Até a cantora Miley Cyrus comemora quando uma foto sua viraliza no Brasil. E que foto !
O novo "milagre" brasileiro...
No discurso mentiroso do elemento presidente para a ONU, foi alardeado que o Brasil produz alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. Esqueceu de dizer que 10 milhões de brasileiros passam fome. E que esse contingente de famintos aumentou em 3 milhões apenas nos três últimos ano. Os dados foram divulgados pelo IBGE uma semana antes do discurso-caô do Bozoroca.Na outra ponta, o total de pessoas com alimentação em quantidade suficiente e satisfatória no Brasil é o mais baixo dos últimos 15 anos. A informação e da BBC Brasil
Futebol - E a bola rola o vírus
Alguns clubes brasileiros - com o Flamengo à frente amparado por Bolsonaro -, fizeram pressão para a volta do futebol e, agora, exigem a volta dos torcedores aos estádios. A Conmenbol foi na mesma linha irresponsável em relação à volta da Libertadores. Oresultado é que os jogadores estão se contaminando em série nos campos e ambientes do jogo, além de ameaçar suas famílias ao voltarem para casa.
Uma simples comparação com a Europa mostra o tamanho do absurdo que é a volta do futebol nesse momento de pandemia ativa.
Segundo a OMS em informação reproduzida pelo UOL - e para falar apenas nos principais centros do futebol mundial onde o jogo voltou ainda sem torcida -, Alemanha, Espanha, Itália, França e Inglaterra tiveram 1.218 mortos entre 7 e 14 de setembro. No mesmo período, o Brasil atingiu o número de 5.397 novas mortes por coronavírus. Com um detalhe importante, os cinco países europeu somam 322 milhões de habitantes e o Brasil tem 212 milhões.
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Uma Carta Aberta que vem da França - "Juntos, vamos defender a liberdade". E o que você tem a ver com isso?
terça-feira, 22 de setembro de 2020
Te cuida, mundo! Brasil vai retaliar inimigos
por O.V.Pochê
O general Heleno "Sem Noção", empregado do Bolsonaro, acaba de dizer que o Brasil vai retaliar quem nos boicotar por questões ambientais. Tem muitas maneiras do Brasil sacanear quem nos sacaneia. Somos um país de Terceiro Mundo, sacanagem é o que não nos falta.
"Tudo bem, não te vendemos banana e vc não nos manda a tecnologia 5G", pode ser uma retaliação. Outra é exportar cantor sertanejo para a Europa. Eles vão entrar em pânico. Nomear o "bispo" Macedo embaixador na França vai ser um putaria insuportável com a terra de Victor Hugo. Mandar Damares para fazer conferência na Sorbonne e distribuir goiaba em Saint-Germain-des-Prés vai humilhar Paris. Enviar o clã Bolsonaro no próximo G-20 para ensinar a teoria econômica da "Rachadinha" fará o Primeiro Mundo se sentir o cocô do cavalo do bandido.
A sacanagem maior é mandar o Heleno, com sua experiência de participação em várias guerras (não vale incluir a missão policial nas pobres favelas do Haiti) e alto conhecimento bélico,fazer uma palestra na Otan para ensinar como a Europa pode vencer a China, a Rússia e o Estado Islâmico.
Te cuida, mundo. Nós vamos cair dentro!
O Projeto Brasil para destruição da Amazônia e do Pantanal
Se há um projeto que o Brasil está realizando com espantosa e extraordinária competência é o da destruição da Amazônia.
É uma típica iniciativa público-privada
Acelerou-se dramaticamente, mas teve o seu marco zero no anos 1970. Curiosamente, nas duas pontas, a do começo, naquela época, e a explosão das queimadas e do desmatamento, agora, estão militares. Na primeira etapa, a ditadura assumida; no atual governo, a infiltração fardada que Bolsonaro promove através da farta distribuição de "boquinhas" em todos os escalões do poder.
Circulam no twitter reproduções de anúncios e reportagens que mostram e exaltam a ofensiva dos governos da ditadura militar para a ocupação da Amazônia. A gorilada no poder temia focos de guerrilhas no imenso e então praticamente inacessível território. A tentativa de instalação de um núcleo revolucionário no Araguaia ligou o alerta para o regime. Aquela guerrilha frágil e incipiente foi logo reprimida, menos com combates e mais com execuções a sangue frio, seguindo-se o projeto de "ocupação" da Amazônia. A Transamazônica, as vilas rurais, o desmatamento para plantações e projetos agropecuários e de mineração, a represa de Balbina - que configurou o maior desastre ecológico da época - a tentativa de instalação de fábricas poluentes, como uma, de papel, à beira de rios, tudo isso foi, de forma caótica e desordenada desconstruindo e depredando a floresta.
O entusiasmo dos empresários, a euforia da mídia e a afluência de "colonizadores" eram exaltados nos jornais, nas revistas e na TV, no programa chapa-branca "Amaral Neto,o Repórter", em forma de anúncios, matéria pagas ou colaborativas distribuídas pela Assessoria de Relações Públicas da ditadura, a famosa AERP.
Para falar de um tema próprio deste blog, a revista Manchete foi um desses veículos beneficiados, e muito, na divulgação da ocupação da Amazônia. Desde que a Manchete começou a ganhar importância, a partir dos últimos anos da década de 1950, a Amazônia foi um tema recorrente na revista. Foram publicadas centenas de reportagens memoráveis sobre os povos indígenas, os rios e os ribeirinhos, os sertanistas desbravadores e as belezas naturais que, hoje, vistas na coleção digitalizada da revista na Biblioteca Nacional, compõem uma valiosa história da região. Na década de 1970, embora repórteres e fotógrafos abnegados e até apaixonados pela Amazônia continuassem a mostrar e essência da floresta e os riscos que começava a correr, o ecojornalismo da Manchete foi contaminado por interesses comerciais impulsionados pelas verbas do governo e das empresas que disputavam obras na região. A Bloch certamente ganhou dinheiro, mas a submissão ao "Brasil Grande" da ditadura deixou marcas na imagem da revista.
É o que as redes sociais recordam no momento em que a Amazônia arde em fogo.
Por uma questão de justiça, registre-se que após o fim da ditadura a revista voltou à Amazônia (e ao Pantanal, agora também em chamas) com olhar mais crítico. Rios poluídos por mercúrio, ataques de posseiros, fazendeiros e garimpeiros contra índios, fiscais e líderes ambientalistas, como Chico Mendes, ocupação desordenada pelo agronegócio voraz, queimadas e desmatamentos em larga escala foram denunciados pelos repórteres e fotógrafos da Manchete.
O que acontece nesse momento é. infelizmente, um capítulo ainda mais dramático - apoiado pelo atual governo por omissão, incentivo e ação -, do projeto predatório que o Brasil mantém para a Amazônia.
Provavelmente até o fim.
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
O repórter e o ministro
Foto Fernando Cussate
No auge do sucesso de "Pantanal", Manchete e Amiga (em 1990, a Fatos & Fotos já não era semanal, saia apenas em edições especiais), publicavam capas e reportagens sucessivas sobre a novela. As revistas pegavam carona na novela e se davam bem na venda em bancas. Tudo que vinha do meio rural era notícia. Nessa ofensiva pantaneira, o eficiente repórter Tarlis Batista foi escalado para entrevistar o ministro da Agricultura Antonio Cabrera, do desastrado governo Collor de Mello. O "gancho", o ministro era fazendeiro. Tarlis foi encontrar o entrevistado em casa. Agora fala sério. na foto acima quem está embecado como ministro? Tarlis Batista. Sobre essa foto que chamou a atenção da redação (que normalmente era feita para ilustrar o sumário da revista), a história conta que Tarlis envergava um blazer de lã mista irlandesa, calças de algodão Oxford e mocassins italianos. O ministro propriamente dito posa com figurino de tecido sintético da rua 25 de Março, sapatos Vulcabrás. Bom, vá lá, eram os tempos bregas e complicados da Era Collor, Casa da Dinda, camisetas com dizeres "não me deixem só", PC Farias, Zélia Cardoso de Mello que, naquela chanchada, fazia par romântico com Bernado Cabral... E o pior é que estamos em 2020 e o Brasil não aprende...









