terça-feira, 2 de julho de 2013

Povo cansou de esperar: quer mensaleiros na cadeia. Já

por Eli Halfoun
O DataFolha divulgou pesquisa (publicada no jornal “Folha de São Paulo”) revelando que 74% dos brasileiros querem que as punições determinadas no julgamento do mensalão sejam cumpridas imediatamente. Nesse momento em que o povo tenta transformar o seu país, é normal esperar e exigir o fim da impunidade, que é sem dúvida um dos grandes males de um Brasil em que se empurra (ou empurrava) quase tudo com a barriga. Existem regras jurídicas a serem cumpridas até que as condenações possam ser executadas. Acontece que a população não tem mais paciência para esperar, muito menos quando vê os condenados livres, leves e soltos por aí, alguns até exercendo tranquilamente e debochadamente os seus mandatos. A Justiça nunca foi acreditada e respeitada no Brasil. Voltou a ganhar um pouco der crédito com a atuação do Supremo Tribunal Federal, mas a demora mesmo que legalmente necessária está tirando o crédito reconquistado por uma parte respeitável da Justiça. A população quer respostas imediatas aos gritos dos anseios e uma boa resposta seria sem dúvida a mandar os corruptos para a cadeia. Se demorar muito não duvido que o povo lote novamente as ruas para protestar contra essa específica impunidade, entre muitas outras que existem no país.

Não sei se nesse caso é possível legalmente adiantar o expediente, mas já sei, assim como toda a população, que é possível apressar as coisas. Muitas necessárias decisões que dormiam no fundo de gavetas estão sendo tomadas desde que o povo mostrou e continuará mostrando que deixou de ser besta. Nunca foi embora os governantes acreditassem nisso. (Eli Halfoun)

Cobertura das manfestações: Web dá de goleada nas TVs

Reprodução

por Gonça 
Por temer retaliações (muitos manifestantes demonstraram insatisfação com a mídia e houve até agressões contra repórteres), a TV optou por passar a cobrir as passeatas geralmente com grandes panorâmicas e voz de comentaristas em estúdio. Eventualmente, áudio de repórter bem ao largo do centro dos protestos. Com isso, as redes sociais com fotos, relatos e vídeos em tempo real, ofereceram muito mais informação,cenas e depoimentos. 

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Maracanã privatizado, futebol despejado

Reproduçao/Globo
por Gonça
Deu no Globo. Acontece o previsto: donos querem cobrar taxas extorsivas. Ou seja: futebol no Maracanã só com ingressos caríssimos. Ainda dá tempo de desfazer a privataria lesiva aos cofres públicos e ao futebol. Vem pra rua, carioca!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Distribuição de renda: os números também se manifestam

por Gonça
O Brasil ainda tem uma das piores distribuições de renda do mundo. Isso explica muita coisa em um país onde a elite não admite abrir mão de privilégios coloniais e acha que o Estado deve ser um ente a seus serviço. Entre 2001 e 2013, o Brasil conseguiu diminuir esse abismo à custa de políticas sociais persistentes. É louvável que uma parcela da população se manifeste nas ruas. Claro, as bandeiras são muitas e às vazes até opostas. Ao lado de um manifestante que pede mais saúde, outro brada pela volta da regime militar. Não pedem emprego, como na Europa, porque o Brasil tem um baixo índice de desemprego já há alguns anos. Mas houve quem levasse cartazes contra cotas universitárias e contra o Bolsa Família.
Bom que os manifestantes conheçam números do desenvolvimento social até para exigir que os políticos acelerem a luta contra a desigualdade. Execrar os políticos é compreensível tão ruim é a imagem deles. Mas bom preservar e exigir aprimoramento da política, que é a arma mais democrática do cidadão. A onda de "terra arrasada" não diz respeito à maioria. O enfraquecimento do Estado, tão a gosto dos neoliberais que desapoiaram mas depois passaram a apoiar as manifestações, só interessa à elite política-financeira. Falta aos manifestantes pedir a punição dos corruptores (geralmente grandes grupos) ao lado da condenação de corruptos. Saibam que há projetos no Congresso, engavetados e empoeirados, que agilizariam esse processo. Uma boa consequência da onda de manifestações é a realizaçaõ de debates em universidades, instituições de classe, colégios etc para dar um formato efetivo à difusa voz das ruas. Hora de filtrar o essencial, conhecer os obstáculos, desconfiar do súbito "apoio" da direita, entender porque a mídia começou condenando os protestos e pedindo ação forte da polícia e acabou se engajando com entusiasmo na chamada "revolução do vinagre". Há muito o que entender, aprender e realizar.
Sem perder o foco de que o quem é bom para a base social quase sempre não é o que quer a cúpula society.  

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Vai e volta... Jornalista mexicana é titular em treino da seleção...

Reprodução
Reprodução 
Não pegou na bola, não foi chamada por Felipão, Parreira não lhe deu nenhuma instrução, não fez gol e não tomou bola nas costas. Mas a repórter mexicana Ines Sainz foi a atração absoluta do treino da seleção brasileira hoje em São Januário. Dá para entender: ela é ótima em todos os fundamentos. Deu no portal Terra.
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Manifestações: cuidado para não diluir o grande movimento popular

por Eli Halfoun

Nada tenho contra manifestações. Pelo contrário: acho sim que elas podem acordar o país para muitas coisas e já participei de várias como manifestante e principalmente como repórter. A manifestação que reuniu 300 mil pessoas no Rio e outras tantas mil em outros estados (estima-se um milhão de manifestantes, isso sem contar os que não foram pra a rua, mas estavam e estão solidariamente manifestando-se. Só que agora "está virado zona", como se diz popularmente. Essa multiplicação de passeatas está tirando a força da primeira e grande manifestação. É verdade que temos muito do que reclamar, mas é verdade também que não se pode reunir duzentas, trezentas e até mil pessoas a pretexto de cobrar mudanças praticamente pessoais. Está ficando muito confuso e diluindo o protesto maior e mais importante feito em nome de todo o povo. Um gritinho aqui outro ali só serve para criar tumulto - um tumulto do qual muita gente está se aproveitando criminosamente. Pensem bem: se todo dia tiver uma "manifestaçãozinha" em qualquer esquina a verdadeira manifestação corre o risco de ficar desacreditada porque sempre haverá pessoas interessadas em minimizar a importância das reivindicações populares. O que o grito do povo pretende é consertar o país e não o esgoto de cada comunidade, que também precisam da atenção dos governantes, mas não a ponto de desviar o foco maior da manifestação maior. É preciso unir forças: dividir-se em pequenos grupos faz barulho, mas não resolve nada. Resolver é a chamada urgência urgentíssima. É como no futebol pequenos grupos de torcedores ajudam, a fazer barulho, mas é a torcida em massa que empurra o time. (Eli Halfoun)

Uma lição de amor e de talento com a autista Linda de “Amor è Vida’

por Eli Halfoun

Nem sempre é preciso aparecer muito, ou seja, em todos os capítulos, e falar um texto enorme (que os atores chamam de "bife") para marcar presença em uma novela de sucesso. O recente exemplo é a perfeita participação da atriz Bruna Linzemeyer interpretando a personagem autista Linda na novela "Amor à Vida". Sem dizer uma única palavra Bruna tem sido destaque porque temo dom das grandes atrizes: ela não precisa de palavras porque fala a linguagem das expressões. Nada revela mais intensamente uma emoção, uma dor e até a felicidade do que a expressão, quer dizer, o olhar. Pode-se afirmar sem médio de errar que nossas emoções estão sempre na cara.

É muito importante que o autor Walcyr Carrasco esteja abrindo fundamental espaço para colocar no foco das atenções uma questão que precisa ser vista (e tratada) com mais carinho até porque autistas, assim como portadores da síndrome de Down, são pessoas extremamente carinhosas e que vivem em um mundo próprio que não podemos invadir, mas precisamos entender sem sufocá-los com excesso de amparo que lhes tire a vida própria e invada o mundo de fantasia no qual depositam seus sonhos e suas vidas muito particulares.  Não tenho dúvidas de que a partir da ótima atuação de Bruna Linzemeyr o autismo (e a síndrome de Down) será visto com maior interesse ajudando a que se coloque fim e enfim um ponto final preconceito que como qualquer outro preconceito não faz o menor sentido. Conviver bem e afetivamente com portadores de autismo ou síndrome de Down é conquistar mais aprendizado de vida. E de amor. (Eli Halfoun)

Thamy Miranda ironiza a “cura gay” e diz que está muito doente

por Eli Halfoun

"Venho por meio deste comunicar que estou impossibilitada de trabalhar. Tô doente desde que nasci e aos 30 anos ainda não consegui minha cura. Preciso de ajuda do governo para pagar minhas contas e sustentar os meus luxos. E não posso nem sair na rua, dá que eu passo para alguém? Vai que é contagioso e todo mundo fica gay por minha culpa" - o texto foi pela atriz Thamy Miranda o Instragam. Thamy, que é lésbica assumida, faz da ironia a sua maneira de discutir a proposta da "cura gay". Aliás, para promover a "cura gay" seriam necessários mais e muitos hospitais que certamente não curariam o homossexualismo, mas seriam bastante úteis para curar muitas doenças. (Eli Halfoun)

Passeata de ‘Saramandaia” foi pura e feliz coincidência

por Eli Halfoun

Não foram as manifestações que inspiraram o autor Ricardo Linhares a incluir no primeiro capítulo do remake de "Saramandaia" uma passeata. O capítulo estava gravado muito antes de qualquer manifestação real, mas a coincidência acabou fazendo com que assim a novela ganhasse mais atualidade. Aliás, na televisão e na vida coincidências têm sido aliadas de grandes sucessos e vitórias. (Eli Halfoun)

Atenção namoradores: intimidade é para ser guardada centre quatro paredes

por Eli Halfoun

Mesmo não tendo ficado chateada (recebeu tudo com naturalidade) com a revelação de Alexandre Frota de que passou uma noite com ela, a jornalista Marília Gabriela espera que a moda não pegue e outros namorados, mesmo que apenas rapidinhos, venham, fazer o mesmo tipo de, digamos, confissões. Aliás, nos últimos dias e por conta do lançamento do livro "Identidade Frota", Alexandre tem sido um prato cheio para programas que gostam (quem não gosta?) de entrevistas polêmicas. Ele pode até exagerar em algumas questões, mas não esconde sua vida e conduta debaixo do tapete. Faria isso se fosse político. (Eli Halfoun)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Gwyneth Paltrow, 40 anos, e ousado strip-tease em cena

Reprodução 
A atriz Gwyneth Paltrow é a estrela do filme Thanks for Sharing. E não é para menos. Aos 40 anos, ela protagoniza um strip-tease capaz de tirar manifestante da rua, derrubar governo e mudar a pauta do Congresso.  
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“Saramandaia” mostra qualidade, mas fica devendo em audiência

por Eli Halfoun

O remake de "Saramandaia" estreou com 27.0 de audiência, o que não é pouco, mas não costuma satisfazer as exigências da Globo. A, digamos, fraca audiência tem como principal motivo o horário de exinbição: é muito tarde para a maioria do público de televisão que dorme cedo para cedo acordar e enfrentar o caos do trânsito para chegar ao trabalho. Talvez a novela siga até o fim com essa média de 27.0 a 30.0 pontos, embora tenha qualidade para conquistar muito mais: o chamado realismo fantástico proposto por "Saramandaia" tem tudo para divertir: o texto é bom, a idéia (original de Dias Gomes) é ótima, os efeitos especiais são convincentes, a direção de imagens é acertada e o elenco oferece um trabalho exemplar. Em sua nova versão "Saramandaia" pode até não conquistar a merecida audiência para desfilar no bloco de outros sucessos do gênero na Globo, mas de qualquer maneira entrará novamente para a história das telenovelas por sua proposta ousada de fazer da ficção o realismo irreal. (Eli Halfoun)

Melhor mensagem das manifestações veio de uma sugestão popular

por Eli Halfoun

"Enfie os 0,20 no SUS" - essa é a melhor mensagem entre as muitas exibidas durante as manifestações. A escolha foi feita através de uma enquete pela internet. Durante as manifestações em todos os estados ficou evidente que o brasileiro também é muito criativo na hora de criar cartazes de protesto. A mensagem é sem dúvida ótima, mas não se sabe se será aceita prelo governo. Até agora não se tem notícia do que os 0,20 foram enfiados no SUS. Ou em outro lugar. (Eli Halfoun)

Duas atrizes já conquistaram o amor do público na novela a “Amor à Vida”

por Eli Halfoun

Se outros méritos não tivesse "Amor à Vida" a boa e dinâmica novela de Walcyr Carrasco poderia orgulhar-se de estar revelando para o grande público duas ótimas atrizes: Tatá Werneck, que já tomou conta da parte cômica da novela com sua confusa Valdirene (aquela que é difícil, dificílima e inteligência pura) e Maria Casadevall que faz uma Patrícia sensual, bonita, louquinha e simpática. É o primeiro trabalho da jovem atriz de 25 anos na televisão e sua natural sensualidade conquistou (mais do que a personagem) a atenção do público que anda mesmo necessitando de ver novas e charmosas atrizes. O encantamento que Maria Casadevall tem provocado nos homens já colocou a revista Playboy atrás da atriz para um ensaio fotográfico mais ousado e que ela não escondeu em vários capítulos provou que tem realmente o que mostrar. A atriz, aliás, é considerada a nova musa fashion da televisão, mas nem por isso perdeu até agora a sua simplicidade. Revela com naturalidade: "Não entendo de moda, sou eu que corto meus cabelos, ando de ônibus e adoro dançar forró". Pares não lhe faltarão. (Eli Halfoun)

Crime hediondo é pouco para corruptor e corruptores, os ladrões do povo.

por Eli Halfoun

É claro que fazer uma urgente reforma política e destinar mais dinheiro para a saúde e a educação (desde que o dinheiro chegue ao endereço certo e não se perca o caminho como é comum) são propostas e ações importantíssimas oferecidas pelo governo. Confesso que de tudo o que a presidente Dilma sugeriu colocando outra vez a cara a tapa, o que mais me atrai é a proposta de transformar a corrupção em crime hediondo. Sem os corruptos tudo fica melhor. Se essa lei for definitivamente aprovada estaremos sem dúvida dando um gigantesco passo para acabar (ou pelo menos diminuir muito) com a corrupção recorde no país. Temos o lamentável comportamento de só fazer o que é certo e necessário quando nos ameaçam com um rigoroso e implacável castigo. Tem sido assim historicamente e o mais recente exemplo é lei seca: só depois que aprenderam carros, aplicaram multas e ameaçaram processos criminais foi que aprendemos a "andar na linha". Também será assim não tenho dúvidas quando corruptos e corruptores forem punidos pela prática de crimes hediondos. Crime hediondo é grave e quem for condenado por ele dificilmente conseguirá sair da cadeia. Que é mesmo o lugar ideal de todo político corrupto que ainda enfia impunemente e a mão grande ao no bolso da população. (Eli Halfoun)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nicole Bahls na Playboy (que continua nas bancas)


Pelé é proibido de falar demais nos jornais da Rede Globo

Reprodução You Tube
por Eli Halfoun
A TV Globo não quis "queimar" o filme dos jovens manifestantes e não permitiu que seus telejornais exibissem uma entrevista que Pelé teria dado pra a TV Tribuna de Santos (afiliada da Globo). Na entrevista Pelé teria aconselhado aos brasileiros "para esquecerem as manifestações". A entrevista foi exibida somente no jornal local da emissora santista, mas não adiantou muito tentar esconde-la: está com força total nas redes sociais e já foi vista por milhares de pessoas. Pelé anda precisando encontrar com urgência um bom Caco Antibes como assessor para gritar "cala a boca Pelé".  (Eli Halfoun)
Veja o vídeo. Clique AQUI
Atualização: A frase existe, como de vê no vídeo, mas em um longo contexto em que Pelé pede ao torcedor para "não confundir as coisas" e apoiar a seleção. 

Ficou impossível falar mal dos jovens que nos deram uma linda lição

por Eli Halfoun

Mesmo depois da mobilização que levou ao impeachment do então presidente Fernando Collor, a juventude continuava desacreditada e era comum ouvir dizer que "os jovens de hoje são alienados, "os jovens não gostam de política" e também que "os jovens não gostam de ler". Essas afirmações sempre fizeram parte de um injusto folclore em torno da nossa atuante juventude. A história desse país (e a do mundo) está repleta da participação de jovens em diversos movimentos importantes. Agora com as recentes manifestações nossa saudável e atuante juventude voltou a mostrar que é confiável e que país estar bem servido no futuro e que, como se diz popularmente, a juventude brasileira é nota dez. É verdade que muitos jovens envolvidos nas passeatas ali estavam muito mais para divertir-se do que para protestar e exigir. A maioria sabe o que quer e conhece a importância democrática de fazer sua voz ser ouvida fazer. Fica a certeza de que daqui pra frente ouviremos muito menos afirmações que não correspondem plenamente à participação dos jovens em qualquer coisa É uma juventude da qual podemos nos orgulhar. A garotada deu uma lição e mesmo quem estava lá sem saber exatamente porque experimentou um belo exercício de democracia e aprendeu que a verdadeira revolução democrática se exerce com a voz do povo. A voz dos jovens.  (Eli Halfoun)

Brasil quer resolver a saúde com médicos importados

por Eli Halfoun

Os cursos de medicina ainda são os mais ambicionados por jovens universitários. Em todas as faculdades brasileiras a cadeira de medicina é a mais procurada, o que faz com que o país forme centenas de médicos todos os anos. Mesmo assim ainda faltam médicos no país, especialmente no interior, porque os recém formados não estão dispostos a atender doentes tão longe. A falta de médicos dispostos a trabalhar (ganham mal e correm das ofertas de trabalho) está fazendo com que o Brasil comece a importar médicos de outros países. Portugal e Espanha serão os primeiros a mandar profissionais para cá e eles nem precisarão ter o diploma revalidado no Brasil. Os médicos importados receberão um salário mensal de R$ 8 mil e começam na desembarcar no Brasil no final do ano. O governo também estuda a possibilidade de aumentar de dois para quatro anos a obrigatoriedade da residência médica em hospitais. Vai sem dúvida aumentar o número de médicos-estudantes nos hospitais, mas não significa que haverá mais e bons médicos prestando assistência à população. (Eli Halfoun)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A violência que vi


por deBarros
Antes de jogarmos pedras nos estudantes, pelas cenas de vandalismo que aconteceram durante as passeatas, que balançaram o sistema político brasileiro vamos parar e repensar o que vimos nas transmissões pelas TVs brasileiras, principalmente as imagens transmitidas pela TV Globo. O policial militar brasileiro não é um policial preparado para agir contra manifestações políticas como passeatas de estudantes, ele é basicamente preparado para agir contra marginais, traficantes de drogas, estupradores, pedófilos, ladrões e assaltantes através da força física através da violência. Nas imagens que focalizaram o assalto à Assembléia Legislativa do Estado, percebi que havia policiais militares na calçadas e nas escadarias, armados com fuzis e que dispararam balas de borracha contra o grupo de manifestantes que cercava o Palácio Tiradentes além de bombas de efeito moral. De repente, os manifestantes se agruparam e arremeteram contra os policiais militares que se achavam plantados nos degraus da escadaria numa arrancada de uma coragem assustadora obrigando os policiais a recuarem estrategicamente para se refugiarem  para trás dos portões do prédio da ALERJ.  Essa arrancada parecia uma tropa de assalto determinada a arriscar as suas próprias vidas na tomada de um “Bunker” inimigo. Com que armas eles avançaram contra os policiais armados? As suas próprias mãos, pedras e pedaços de pau contra fuzis Ar-15, revólveres, balas de borracha, Spray de pimenta, bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Agora eu pergunto onde estava a violência? Quem mais estava preparado para exercer atos de violência? A TV Globo divulgou imagens de policiais disparando seus fuzis Ar-15 e revólveres na rua da Assembléia contra o grupo de manifestantes que se agrupara naquele momento na rua 1º de Março, mas insistia sempre mas imagens dos movimentos de baderna e destruição promovida por jovens e também por elementos infiltrados nos grupos separados do eixo central da passeata que continuava a desfilar pacificamente nas avenidas do Rio de Janeiro.
Daí por diante, o cerco ao Palácio Tiradentes se perdeu nos excessos dos manifestantes, levados pela ira e pela revolta que se achavam possuídos e o vandalismo começou incendiando carros, fazendo fogueiras, derrubando postes de sinalização e dessa loucura de comportamento se aproveitou, – o que sempre ocorre em todas as passeatas – os marginais e assaltantes para quebrar, invadir e roubar lojas comercias, além de depredar Agências Bancárias. Aliás, os Bancos cujas Agências foram depredadas não estão muito preocupados e chorosos com as suas Agências quebradas. Dinheiro não lhes falta para as remodelarem e, como sempre, vão cobrar do governo o custo das obras.
No final da década de quarenta, estudava no Liceu de Niterói, e aconteceu um aumento de tarifas de transporte de bondes e ônibus tanto em Niterói como no Rio de Janeiro. A passeata de protesto, liderada pelos estudantes, começou no Rio de Janeiro, inclusive depredando ônibus e bondes, e os estudantes do Liceu de Niterói entenderam que não podiam ficar atrás do movimento e depois de se reunirem na Praça da República, em frente ao Liceu, partiram para a passeata de protesto e no primeiro ônibus que parou e ameaçou depredar saltou dele um homem bem vestido se dizendo Comissário de Polícia – na época existia a figura do Comissário de Polícia – tentando impedir o assalto ao veículo. Até hoje me lembro que do meio do grupo saiu um colega, chamado Bira – nunca me  esqueci do nome dele – que partiu para cima do Comissário e deu-lhe um soco com tal força que ele rolou ao chão e fomos todos acabar presos na Delegacia.
Na ocasião vim a saber que protesto estudantil contra aumento de tarifas de passagens de veículos de transporte de massa tinha se tornado uma tradição no país desde a Guerra do Vintém, no século XIX, ainda sob a coroa Imperial.
Até hoje, esses protestos vem se sucedendo sempre que ocorrem esses aumentos de tarifas. Esse ano, em razão da divulgação desses protestos, pela rede social, o movimento tomou essa dimensão nacional, primeiro contra o aumento de R$0,20 centavos nos preços das passagens e logo depois se incorporou a ele outros protestos que viriam a atingir diretamente o governo federal como cartazes contra a PEC 37, outros pedindo a prisão imediata dos réus do mensalão e muitos contra a realização da Copa do Mundo e contra a FIFA. Alguns muito originais como:
MENOS EU, MAIS NÓS; NEM PT, NEM PSDB; COPA É O CARALHO; NÃO ME MACHUQUEM PORQUE NÃO TEMOS HOSPITAIS; CADEIA AO MENSALEIROS; ELES NÃO NOS REPRESENTAM MAIS; SE A TARIFA NÃO BAIXAR SÃO PAULO VAI PARAR e vai por aí afora.
PS.: Os ex-líderes estudantis de ontem ignoram que quem precisa de linha é carretel