terça-feira, 5 de junho de 2012

O feirão vai acabar?

Boa medida. E antes que alguém reclame, não tem nada a ver com liberdade de crença (os neo-pentecostais, que serão os mais atingidos e terão enormes perdas de faturamento caso a proibição se confirme, já alegam "perseguição"). Liberdade de religião é cada um cuidar da sua e não interferir na vida dos outros. Canais de TV são concessões públicas, não supermercados nem quiosques eletrônicos para comercialização da fé. Quanto aos proprietários, quem não tem condições de produzir programação, deixe o espaço para os competentes. Programação de qualidade informa, difunde cultura e entretenimento. A TV, exatamente por ser uma concessão da sociedade, deve reservar horários para programação didática. O elemento recebe uma concessão, sabe-se lá como, não produz nada, aluga horário e fica em casa desfrutando os milhões arrebanhados facilmente. Isso aí vira, então, uma privilegiada capitania hereditária onde o 'grande senhor' aufere lucros como se um mandatário fosse. E quanto à religião, deve ser praticada nas igrejas. Não em programas proselitistas, do gênero "pátio dos milagres", destinados a arrecadar os milhões de uns tantos que, como é noticiado, se transformam nos jatinhos e mansões de uns poucos.  Os deputados evangélicos, em uma demonstração dessa perigosa interferência da religião em ato públicos de um país que constucionalmente é leigo, se revoltaram. Prometem ganhar no grito. 

Nossa Senhora da Paz: em defesa da Boa Praça

Ameaçada pela modificação do projeto de construção do metrô, a Praça Nossa Senhora da Paz tenta se defender. Neste domingo, moradores de Ipanema organizaram um exposição de fotos para ressaltar a importância de um dos mais tradicionais espaços do Rio. As imagens expostas  - um delas mostra um dirigível sobrevoando Ipanema - pertencem ao acervo da Paróquia N.S. da Paz. Por ironia, enquanto a a exposição e a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado que pede a preservação da praça aconteciam em um lado, do outro funcionários da construtora faziam as medições para as futuras obras. O autoritarismo do governo do Estado não tem ouvidos para os moradores. Quem sabe um próximo protesto - com todo mundo com guardanapo na cabeça à moda dos políticos que se divertem em Paris - chame mais atenção.

Campo de Santana, um belo e pouco aproveitado espaço do Rio

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Caso Lula e Gilmar Mendes ganha repercussão internacional

por Eli Halfoun
O que acontece por aqui repercute cada vez mais no exterior, o que mostra um interesse crescente do mundo por esse novo Brasil. O recente caso que envolveu o ex-presidente Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes, ganhou reportagens em vários jornais da Europa e dos Estados Unidos, além de espaço diário na CNN Internacional, a mais importante televisão noticiosa do mundo. O "The Wall Street Journal" preferiu reproduzir algumas opiniões de políticos brasileiros entre as quais a do deputado Miro Teixeira, que disse: "É inimaginável nos Estados Unidos um ministro da Suprema Corte ir ao escritório de um advogado" (referindo-se ao encontro de Lula e Gilmar no escritório de Nelson Jobim que mantém seu espaço de trabalho em casa). Na página inteira que dedicou ao assunto o "The New York Times" trata do assunto chamando o mensalão de "big allowance" ("abono") e Carlinhos Cachoeira de "Charlie Waterfall". Cachoeira jamais imaginou que seus "negócios" fossem transbordar vergonhosamente pelo mundo. (Eli Halfoun)

Brasileiros compraram o equivalente a US$25 bilhões só pela internet

por Eli Halfoun
Não é todo o consumidor que confia (e faz muito bem) na internet para fazer compras on line. Mesmo com uma grande desconfiança esse verdadeiro shopping virtual tem a cada dia mais usuários. Só no ano passado os brasileiros movimentaram US$25 bilhões em compras pela rede. Os produtos adquiridos no exterior (sem viajar) estão sujeitos ao pagamento de taxas, especialmente da Receita Federal, mas como não há cobrança de ICMS o preço final compensa. É por isso que existem cada vez mais ofertas em sites especializados em todo o tipo de produtos. Até para as grandes empresas compensa mais vender on line sem ter de arcar com o pagamento do Imposto de Circulação de Mercadoria, dinheiro que é recolhido pelos estados e municípios, mas nunca é aplicado no que realmente deveria ser. (Eli Halfoun)

Protesto contra a privatização do Maracanã

Unidos, torcedores cariocas agitaram bandeiras e tocaram hinos de todos os times em protesto em Ipanema contra a privatização do Maracanã. Com os governos federal e estadual gastando bilhões na modernizaçao do estádio - após a lamentável e apressada desfiguração de um bem tombado - o temor agora é que empresários sejam beneficiados sem investir um tostão (como é regra fácil e escandalosa na boa vida das concessões) e o futebol e os clubes sejam prejudicados. Os torcedores não esquecem, por exemplo, que estádios construidos para a Olimpiada, como a Arena, na Barra, tornaram-se praticamente proibitivos para receber eventos de esportes olímpicos, como jogos de vôlei, diante dos preços cobrados pelo concessionário. O Maracanazinho, ainda público, tem sido a opção para que o Rio receba importantes toneios. A Arena virou principalmente casa de show. A preocupação dos torcedores é que, privatizado, o Maracanã passe a ter uso estritamente comercial com preferência para receber circos, shows, eventos religiosos, patinação no gelo, motocross, rali automobilstico de demolição etc, em detrimento dos jogos de futebol. Outra consequência da privatização é a tabela de preços. Com a abertura de espaço para camarotes e lugares mais caros sem, até aqui, qualquer previsão de setores populares semelhantes à antiga geral, o povão será, junto com os clubes tradicionais, literalmente enxotado do novo Maracanã caso venha a acontecer, como prevista, a doação, que na prática é, do estádio a um empresário. O movimernto "O Maracanã é Nosso" chega às ruas e promete lutar nos próximos meses contra  o fim de um tradição do carioca: ver o seu time do coração no espaço que é maior referência do futebol mundial.
     

E a Seleção Canarinho? pra onde foi?

deBarros
E agora Mano Menezes? Depois de passar por dois adversários bem fracos – mas no segundo tempo o Brasil passou um sufoco com Rafael salvando a Seleção de sofrer um empate – foi pegar a seleção do México que fez a sua seleção, Mano Menezes, cair na armadilha deles. "Vem pra cima da gente" e em dois ataques México 2 a 0. Se a seleção brasileira tivesse um Messi, Xavi ou um Iniesta poderia jogar no estilo deles. Mas, só tem um Niemar que não vai  chegar nunca a um Messi de segunda mão.
Incrível! Galvão Bueno descobriu Marcelo, lateral esquerdo do Real Madri. O engraçado é que quando passou a elogiar o Marcelo ele caiu de produção. Coisas do Galvão Bueno.

sábado, 2 de junho de 2012

Zeca Pagodinho faz dueto inusitado com Gaby Amarantos

por Eli Halfoun
Como se não bastasse Michel Teló, agora a cantora e compositora paraense Gaby Amarantos, também de discutível qualidade musical, está em todas e ainda por cima formando duplas com quem nunca sonhou. Está decidido que na festa do 23º Prêmio de Música Brasileira, a Beyoncé do Pará, como ela se intitula, fará dupla com Zeca Pagodinho para interpretar uma música de João Bosco, o homenageado da noite. Existe também a possibilidade de dueto de Ivete Sangalo com Ney Matogrosso. A festa terá vários apresentadores entre outros a cantora Zélia Duncan, que aparecerá em um vestido longo, e Luana Piovanni que entrará em cena usando um terninho. Trocaram os figurinos. (Eli Halfoun)

Especulação já tem os novos prefeitos do Rio e de São Paulo

por Eli Halfoun
Oficialmente e campanha eleitoral não começou, mas como a especulação, além das mentiras e falsas promessas, também faz parte do jogo (jogo sujo é bom lembrar sempre) surgem algumas certezas antes de qualquer voto ser revelado. No Rio, analistas políticos dão como certa a reeleição de Eduardo Paes para a Prefeitura. Certeza especulativa também se impõe em São Paulo onde os analistas políticos não têm a menor dúvida de que José Serra será eleito com facilidade, mesmo que o eleitor saiba que ele não cumprirá todo o seu mandato porque ainda não tirou da cabeça e dos planos a idéia fixa de novamente disputar a Presidência da República. Tem gente que gosta de perder sempre. (Eli Halfoun)

Franceses ricos querem morar na Suíça para fugir dos impostos

por Eli Halfoun
Além de Alain Delon, Alain Prost e Charles Aznavour, que já moram na Suíça, outros ricos e famosos franceses também podem debandar de seu país de origem para se estabelecerem entre os suíços ou em outros países como, por exemplo, a Bélgica. A debandada estaria sendo provocada, como especulam os jornais franceses, por conta da eleição do socialista François Hollande para a Presidência da República e principalmente pelo medo de serem taxados com impostos maiores para que o novo governo possa implantar programas de crescimento nas França. Lá como aqui e em quase todo o planeta são os ricos os que menos querem ajudar o crescimento de seus países e da população menos privilegiada. Pelo contrário: querem pagar cada vez menos impostos para lucrar cada vez mais. (Eli Halfoun)

Mulher de Cachoeira bate palmas para os negócios pessoais

por Eli Halfoun
Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, é das que acreditam que o olho do dono é que engorda o gado, como se diz popularmente. Mesmo acompanhando tudo o que acontece e poderá acontecer com o marido na CPI que investiga seus negócios ilícitos, Andressa continua comandando pessoalmente seu negócio pessoal, ou seja, uma loja de lingerie (em Goiânia) na qual também funciona também e discretamente uma sex shop. Atenta aos negócios, Andressa tem feito questão nos últimos dias de telefonar para algumas clientes informando que recebeu novos digamos apetrechos (ou brinquedinhos, como preferem os mais puristas). Uma das novidades é uma peça movida a palmas quando colocada em posição de ação. O brinquedinho funciona quando ouve palmas e também desacelera quando ouve aplausos outra vez.  Tem sempre gosto para tudo. Principalmente em sexo. (Eli Halfoun)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Para as novas gerações ficarem por dentro: a ditadura militar em quadrinhos

O "Ditadura No Ar", uma história em quadrinhos policial ambientada no regime militar brasileiro e criada pelo roteirista e editor Raphael Fernandes (MAD, Wizmania) e pelo desenhista Abel (Almanaque Gótico,CecilleVeronika, foi lançada na Comix Book Shop, em São Paulo. Na trama, o fotógrafo freelancer Félix Panta investiga o paradeiro de sua namorada comunista Nina (vulgo Lenina), capturada pelo DEOPS durante um protesto contra o regime militar. Seus planos dão errado e, além de não encontrar a garota, tem sua máquina fotográfica danificada.
Na segunda edição, Félix é contratado para acompanhar um repórter novato ao esconderijo de Samarca, um guerrilheiro de esquerda que conseguiu fugir de um presídio militar. Sabendo que ele foi capturado no mesmo final de semana que Nina, o fotógrafo carcamano vê neste trabalho uma chance de conseguir alguma pista. Fortemente influenciada por Agente Secreto X-9, Sin City, 100 Balas, cinema noir, fumetti, Clint Eastwood e Quentin Tarantino, a narrativa simula as tiras clássicas de aventura, que geravam tensão , mas sem revelar o desfecho da cena, obrigando o leitor a voltar na semana seguinte. Tudo isso dentro de um período ainda obscuro na história recente do Brasil.
Fonte: Roberto Provatti 
Para mais informações, visite a fanpage da revista: http://facebook.com/ditaduranoar

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Parece que foi ontem: bomba H na revista Época

Amanhã nas bancas, a revista Época comemora os 60 anos da Editora Globo. A edição que chega às bancas focaliza 1952. Os assuntos são o governo Vargas, a explosão da bomba H, o primeiro voo de passageiros em avião a jato, a medalha de ouro de Adhemar Ferreira da Silva e o biquíni nas praias cariocas. Até os anúncios virão com visual dos anos 50. São duas capas: Getúlio Vargas na edição retrô e o Brasil de 2012 na atual.

Aline Riscado fotografada por Luis Crispino

É a capa da Playboy de junho. Aline Riscado é uma das bailarinas do "Domingão do Faustão". Luis Crispino fotografou o ensaio inspirado no filme Fashdance.
Jennifer Beal no filme Flash Dance - Em Ritmo de Embalo, de 1983. Foto: Divulgação

Polêmica que interessa aos jornalistas. E o "pauteiro", o que é?

Reprodução
por Jussara Razzé 
Jornalistas e professores de comunicação e, principalmente, leitores, em artigos e cartas têm discutido a validade de um jornalista utilizar uma fonte e acabar servindo aos interesses da mesma fonte. Há quem justifica e há quem condene. A coluna de Monica Bérgamo, ontem, na Folha, levanta nova polêmica. É válido ter um político, certamente interessando, ajudando como "pauteiro" uma determinada reportagem? A credibilidade não fica comprometida com essa interferência? Cartas para a redação. Deles, não deste blog.

Flamengo e Ronaldinho meteram os pés pelas mãos e deu no que deu

por Eli Halfoun
Nunca na história do futebol existiu alívio tão intenso quanto o provocado pela saída de Ronaldinho do Flamengo, o que estava na cara que iria acontecer apesar de todos os desmentidos. Jamais um clube e uma torcida vibraram tanto por estarem se desfazendo de um craque. Mudou o roteiro: geralmente clube e torcida se entusiasmam quando o craque chega e não quando vai embora como agora, A mídia tem refletido o alívio da torcida em manchetes que vão desde "Já vai tarde" e "Até que enfim". Ronaldinho sai "queimado" não só com o Flamengo, mas com o futebol mundial de uma maneira geral. Pelo menos no momento não será muito fácil receber proposta de nenhum grande clube. Qualquer dos chamados times de primeira pensará dez vezes antes de arriscar-se ter Ronaldinho em sua equipe mesmo porque durante sua passagem pelo Flamengo ele nunca mostrou que tinha vontade de jogar futebol, ou seja, o que de melhor sabe fazer vida. Pesa também o fato de ele ter recorrido à Justiça do Trabalho e patrão fica com ódio do empregado quando isso acontece. Nesse caso, Ronaldinho não cometeu nenhum absurdo: buscou judicialmente os seus direitos, ou seja, receber os salários que o Flamengo não pagou. É direito constitucional de qualquer empregado brigar para receber o que é seu e salário é sagrado, Assim como é sagrado pagar o salário em dia: é do salário que o empregado vive. O contratado de qualquer empresa e para qualquer serviço tem obrigações a cumprir e o empregador deve ter mais do que obrigação o respeito de pagar em dia os seus compromissos trabalhistas. O salário é o mais importante.

 Não foi porque Ronaldinho não vinha cumprindo com competência o seu trabalho que o Flamengo atrasou os pagamentos mensais. Na ânsia de fazer média com a torcida, o Flamengo deu um passo maior do que as pernas, como se diz popularmente e tropeçou nas próprias pernas. Fazer mais do que se pode nunca dá certo para ninguém. (Eli Halfoun)

“Carrossel” do SBT faz a Record repensar seu jornalismo

por Eli Halfoun

Não será surpresa se nos próximos dias o Jornal da Record apresentado por Ana Paula Padrão e Celso Freitas passar a ser exibido em novo horário. Essa é umas das hipóteses estudadas pela emissora que viu despencar a audiência do JR, que já era mínima, desde a estréia da novela "Carrossel" no SBT. Até a exibição de "Carrossel", o Jornal da Record ainda conseguia uma média de 6.0 pontos no ibope. Agora a audiência caiu para 3.0, o que ainda é muito em relação à audiência do Jornal da Record News da TV por assinatura que, desde sua estréia, nunca conseguiu mais do que traço. Enquanto a Record se desespera, Silvio Santos canta vitória com a vice-liderança de audiência que, para ele, significa o primeiro lugar já que nunca pretendeu concorrer com a Globo no horário. Silvio Santos sabe o que quer e até onde pode chegar. (Eli Halfoun)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A inseparável aerodinâmica de Lewis Hamilton...

De folga na Itália, antes do GP do Canadá, o piloto inglês Lewis Hamilton - diz o jornal - não consegue ficar longe da namorada Nicole Scherzinger. Espantoso seria se conseguisse largar o vácuo da cantora, ex-Pussycat Dolls.

CPI, já!: para apurar de quem é a calcinha parlamentar...

Reprodução
Já dá para dizer que o Congresso Nacional tem uma certa tradição em matéria de roupa de baixo. O pioneiro foi o deputado Barreto Pinto, que posou de cuecão para matéria da revista O Cruzeiro e escandalizou o país. Não faz muito tempo, o senado Suplicy desfilou de cueca vermelha vestida sobre a calça a pedido de um programa humorístico. Agora, uma peça íntima caiu do bolso de um deputado devidamente não identificado e adentrou o plenário. Até agora não se sabe se a calcinha congressual - diz quem viu que era de rendas e meio avantajada - é prova de alguma CPI; a quem pertence, se a alguma agregada do parlamentar, se ao próprio parlamentar dado a fantasias (não se diz que Brasília é uma ilha de todas as fantasias?). A polêmica calcinha não surgiu durante uma sessão secreta, esse instituto regimental que protege picaretas, portanto, e em nome da nova lei da transparência, o Brasil quer saber o nome da sua senhoria proprietário da calçola. Já há quem diga que vem aí a CPI da Calcinha para ofuscar de vez a CPI do Cachoeira que, pelo jeito, não interessa a nenhum partido, todos com o rabo preso lá, nem a muitas empresas, igualmente flagradas na boca do cofre, muito menos a certos juristas e nem mesmo à mídia. Abaixo assinado, já! 
Atualização 
Alguns sites acabam de noticiar que um vibrador de ouro, no valor de 8 mil reais, foi roubado de uma sex shop de Brasília. A loja, de alto nível, discreta, com produtos caros, é frequentada pela classe alta e por altíssimos funcionários dos três poderes da República. Calcinha no Congresso, roubo de vibrador de ouro, sei não, há uma porno-campanha em curso para desviar as atenções da CPI. Conseguiram. Os mistérios sexuais do Planalto são muito mais interessantes. Só falta agora o vibrador de ouro aparecer no plenário.
Vibrador de ouro roubado em Brasília. reprodução


Jornalismo investigativo agora é feito por repórter, fotógrafo e especialista em banco de dados

Deu no Nieman Journalism. Reprodução
La Nación analisa bancos de dados e desvenda escândalo. Reprodução

por Gonça
A transparência acaba de virar lei no Brasil. Medidas, decisões, salários, regras de decoro, desvios de comportamento, ou seja, tudo o que acontece na superfície e nos porões das instituições públicas pode e deve se acessado pelos cidadãos. Se muiita coisa, claro, ainda vai continuar a ser feita por baixo dos panos - mas aí, não é caso de transparência, é caso de polícia - a lei é um caminho para flagrar roubalheira, nepotismo, favores e maracutaias geralmente empreendidas pela terrível dobradinha bandida político-empresário. A Argentina, aqui ao lado, também sofre com a corrupção. Recentemento, o jornal La Nación publicou matéria sobre subsídios irregulares para empresas particulares de ônibus. Lá, como cá, bilhões de díolares são transferidos criminosamente dos cofres públicos para bolsos privados. A novidade, para nós, jornalistas, foi a maneira como os repórteres apuraram o escândalo. A equipe foi formada por repórteres e progamadores de dados especialistas em data center. Juntos, localizaram na rede 285 mil documentos. O resultado foi tão bom que o jornal formou uma equipe permanente de dez profissionais - jornalistas, programadores e designers só para cuidar das reportagens que envolvem grande número de dados. Mas, atenção: eles só trabalham com informações legais e abertas. Não fazem escuta telefônica, não invadem computadores nem sistemas de câmeras particulares, não contratam "arapongas", como a turma do Rupert Murdoch, na Inglaterra, e veículos que desprezam a ética e a privacidade. Cuidem-se corruptos. Essa é a nova e poderosa arma à disposição do autêntico e isento jornalismo investigativo. Além da nova metodologia, o caso envolve também uma importante lição para a velha mídia brasileira que costuma aliviar e tratar com suspeita delicadeza certas conexões privadas em escândalos públicos.   
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