por Eli Halfoun
É preciso reconhecer e fazer justiça com a Rede TV: não há (nunca houve) nenhum programa na televisão brasileira (e até mundial) que seja mais fiel ao seu título do que o “Manhã Maior” que Daniela Albuquerque e Regina Volpato apresentam na caloteira emissora de Amilcare Dallevo. Não é exatamente a maior, mas é sem dúvida a mais longa manhã do mundo: o programa começa a ser exibido pela manhã e é reprisado várias vezes ao dia, até porque ao que tudo indica não demora muito será o único programa da emissora já que uma de suas apresentadoras pode perfeitamente ficar com os salários atrasados e até abrir mão dele. Sem trabalhar e sem sair de casa ela receberá muito mais, mas certamente não dispensará a oportunidade de aparecer em quase todos os programas da emissora. (Eli Halfoun)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Deu Unidos da Tijuca. Olha só o placar final
Aqui ninguém rasga notas de jurados: o jornal Globo fica com o estandarte da melhor cobertura do Carnaval carioca
Não é novidade. No ano passado, neste mesmo espaço, citei a edição de Carnaval do Globo como a melhor na passarela da mídia. Disparada. À impressionante agilidade dos cadernos que vão para as bancas na segunda e na terça, soma-se este, de quarta-feira de Cinzas, no qual, sem prejuízo da velocidade, o equlíbrio entre informação, análise e fotos é um ponto forte. Basta dar uma olhada no expediente e verificar a equipe que trabalhou no carnaval para entender que as páginas não são obra do acaso. A ala de fotógrafos, editores e repórteres é experiente, é do ramo. Cesar Tartaglia, Aydano André Motta, Antonio Werneck, Carter Anderson, Vera Araújo, Claudio Nogueira, Jorge Antonio Barros, Mauro Ventura, Cláudia Amorim, os fotógrafos Gabriel de Paiva, Ana Branco, Marcelo Theobald, Custódio Coimbra, Guilherme Pinto, Marcelo Carnaval, Simone Marinho, Ivo Gonzalez, entre outros, mandaram bem. Em um tempo em que o marketing parece pautar muitas coberturas (vi jornais que publicaram apenas ou preferencialmente os blocos cariocas patrocinados por uma cervejaria), o Globo não tirou o foco da atração principal, o fator que leva milhares de cariocas e turistas à Marquês de Sapucaí: as escolas de samba. Que, a propósito, chegaram antes dos marqueteiros e promoters. A Portela nasceu em 1923 e passou na avenida este ano comemorando seus 89 aninhos; a Mangueira é de 1928; a Unidos da Tijuca, com o retrofit da modernidade de Paulo Barros, é de 1931; mesmo a Beija-Flor, saudada como novidade nos anos 70, quando ganhou o título pela primeira vez, é de 1948. Respeito, portanto, elas têm estrada. O que não impede de incorporar à cobertura, sem que uma coisa exclua a outra, as celebridades e até as sub-celebridades sanzonais que transitam na Sapucaí. Já fazem parte do espetáculo. E estão lá devidamente registradas com ou sem camisetas promocionais, em um "cercadinho vip", à parte, na coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos, que se transfere durante do Carnaval do Segundo Cadermo para o bloco das edições especiais. Por falar em bloco, o carnaval de rua mereceu três páginas na edição desta quarta e muitas outras mais nos cadernos anteriores do Globo. São o novo fenômeno do carnaval carioca. Blocos como 2,3 milhões de foliões, como o recordista mundial Cordão da Bola Preta, sem os tais abadás baianos de privatização das ruas, (e que assim permaneçam), ou ou mais de cem mil do Simpatia em cada um dos seus dois desfiles; irreverência e animação para todos os gostos no Carmelitas, Boitatá, Empolga às Nove, Banda de Ipanema, Imprensa Que Eu Gamo, Monobloco e centenas de outros. Quer mais? É incalculável a multidão levada às ruas atrás de marchinhas e sambas. Em uma semana e meia, por baixo, somando-se os números divulgados de cada bloco, o total ultrapassaria os dez milhões de foliões. Há alguns anos dizia-se que o Rio tinha um carnaval de platéia, para se assistir, restrito ao Sambódromo. Embora isso não fosse totalmente verdadeiro, a maioria do blocos que aí estão resistia e nunca deixou de sair, o fato é que não davam esse ibope todo (o que aliás, muita gente, especialmente os "locais", preferia). Dizem que as redes sociais e os aparelhos celulares são responsáveis pela bombada. Pode ser. Fica fácil marcar encontro, saber "qual é a boa", sair de um bairro e ir para outro encontrar amigos etc. Mas acho que um dos fatores principais é uma palavrinha antiga: a paquera. A praça General Osório, por exemplo, virou point da azaração com bateria ou sem bateria mas com duas alegorias que a garotada não dispensava: vodca e energético, os "musos" deste Carnaval. O outro fator, pode crer, é o metrô. Moro perto de uma estação e andei de metrô, sei do que estou falando. E você viu mais gente fantasiada nas ruas? Eu também. E arrisco um palpite. Quem conhece o subúrbio do Rio, sabe que brincar o carnaval fantasiado - e não falo apenas dos bate-bola - é tradição que se manteve em vários bairros enquanto praticamente desaparecia da Zona Sul, com exceção de blocos como o Boitatá. Pois este ano, os fantasiados - no embalo dos milhares de jovens dos bairros mais distantes que o metrô trazia para as praças e praias da ZS - voltaram com força plena e coloriram ainda mais as ruas da cidade. Melhor para o carnaval.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Um prêmio é pouco. Todas as escolas são campeãs
por Eli Halfoun
Depois de ter passado 20 anos cobrindo o desfile das escolas de samba como repórter ou editor confesso que hoje prefiro acompanhar o maravilhoso espetáculo pela televisão, ainda mais agora que a tecnologia os nos oferece imagens quase cinematográficas. É verdade que não me surpreendo tanto assim com o que a escolas apresentam porque sei que o luxo e a criatividade estarão presentes e em todas as escolas no imenso e popular palco do Sambódromo. O que ainda me surpreende é saber que “meia dúzia” de jurados, que evidentemente podem cometer injustiças, apontará uma campeã, ou seja, julgará um intenso trabalho realizado durante o ano inteiro.
A competição é importante e incentivadora também nesse tipo de campeonato do samba, mas será que é justa com as escolas? Para mim, depois de tantos anos de experiência, não importa muito que escola será declarada vencedora ou campeã: na minha visão todas são vencedoras e campeãs. Por isso mesmo acredito que o mais justo seria premiar todas, se bem que de certa forma isso já acontece no aplauso e entusiasmo do público. É injusto decretar que uma escola foi mais perfeita do que a outra nesse ou naquele quesito. No bolo final todas desfilam perfeitas e merecem ter seus trabalhos reconhecidos e premiados, até porque um acidente de percurso (são muitos os que acontecem na chamada hora H). Não se pode deixar jogado no asfalto, como se lixo fosse, um trabalho entusiasmado, às vezes heróico, perfeccionista, mas sempre perfeito realizado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei que o julgamento de “meia dúzia” de jurados bem intencionados jamais deixará de ser parte integrante do espetáculo, mas sei também que qualquer que seja o resultado todas as escolas são e serão campeãs e exemplares. O título de campeã concedido para uma única escola é apenas uma maneira de premiar todas. De declarar que todas são e sempre serão vencedoras. (Eli Halfoun)
Depois de ter passado 20 anos cobrindo o desfile das escolas de samba como repórter ou editor confesso que hoje prefiro acompanhar o maravilhoso espetáculo pela televisão, ainda mais agora que a tecnologia os nos oferece imagens quase cinematográficas. É verdade que não me surpreendo tanto assim com o que a escolas apresentam porque sei que o luxo e a criatividade estarão presentes e em todas as escolas no imenso e popular palco do Sambódromo. O que ainda me surpreende é saber que “meia dúzia” de jurados, que evidentemente podem cometer injustiças, apontará uma campeã, ou seja, julgará um intenso trabalho realizado durante o ano inteiro.
A competição é importante e incentivadora também nesse tipo de campeonato do samba, mas será que é justa com as escolas? Para mim, depois de tantos anos de experiência, não importa muito que escola será declarada vencedora ou campeã: na minha visão todas são vencedoras e campeãs. Por isso mesmo acredito que o mais justo seria premiar todas, se bem que de certa forma isso já acontece no aplauso e entusiasmo do público. É injusto decretar que uma escola foi mais perfeita do que a outra nesse ou naquele quesito. No bolo final todas desfilam perfeitas e merecem ter seus trabalhos reconhecidos e premiados, até porque um acidente de percurso (são muitos os que acontecem na chamada hora H). Não se pode deixar jogado no asfalto, como se lixo fosse, um trabalho entusiasmado, às vezes heróico, perfeccionista, mas sempre perfeito realizado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei que o julgamento de “meia dúzia” de jurados bem intencionados jamais deixará de ser parte integrante do espetáculo, mas sei também que qualquer que seja o resultado todas as escolas são e serão campeãs e exemplares. O título de campeã concedido para uma única escola é apenas uma maneira de premiar todas. De declarar que todas são e sempre serão vencedoras. (Eli Halfoun)
E as divas do Carnaval da Manchete? Quem não lembra...
O blog Trash 80's relembra as divas das capas das edições da Manchete de Carnaval. Clique AQUI
Deu no Globo. Pesquisa do Data Rio: cariocas têm saudade das edições de Carnaval da revista Manchete
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| Capa da última Manchete Carnaval (2008) |
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