por Eli Halfoun
São freqüentes as discussões sobre o futuro do jornalismo – uma discussão que não deixa de ser necessária, mas que de certa forma acaba sempre deixando de lado um olhar para o futuro do jornalista que vê o mercado de trabalho achatar-se cada vez mais, é mal pago e não tem perspectiva de conquistar uma boa aposentadoria até porque muitos profissionais são obrigados a trabalhar como “frilas”, outra imposição do mercado. Vem mais discussão por aí: quem está de volta ao Brasil é Tom Wolfe, criador do New Journalism e autor do livro Fogueira das Vaidades que em 1990 virou filme com Tom Hanks, Bruce Willis e Melanie Griffith. Tom Wolfe, que participou, recentemente, do Festival Literário de Paraty promete palestras interessantes e confessa sua preocupação com três temas e revela que “se a genética diz que somos todos resultados de uma programação, não existe livre arbítrio e não temos culpa de nada". Outra preocupação de Wolfe é com o avanço da pornografia e ainda e com a defesa de Nietzche: “ele previu o nazismo, as duas Guerras Mundiais e a falência total dos valores no século 21”. Quer dizer: estamos a caminho do fundo do poço.
domingo, 22 de novembro de 2009
A dolorosa realidade da aposentadoria
por Eli Halfoun
Agora que a aposentadoria está outra vez no foco das discussões (discute-se muito, mas nunca se resolve nada) e com a possibilidade de o governo vetar os índices reais de aumento que os nossos ex-trabalhadores precisam é bom relembrar que é uma dolorosa ilusão acreditar que quando a aposentadoria chegar depois de muitos anos de labuta intensa o trabalhador poderá descansar e usufruir merecido descanso. Nada disso: a baixa remuneração das aposentadorias e o alto custo de vida obrigam aposentados a voltar ao mercado de trabalho para complementar a renda. Descansar pra que?
Essa é uma das conclusões do Relatório Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho. Aposentados entre 50 e 64 anos são os que mais retornam ao serviço e só em 2006 foram 4.196.286 (aumento de 9,77% em relação à 2005). Uma prova concreta de que o que a Previdência paga não dá nem para a saída. Agora nem se fala. Especialistas avaliam que a necessidade de rendimento extra é a principal razão, mas destacam também o fato das empresas estarem buscando funcionários com experiência”. Estudos mostram que a única faixa com maior retração de emprego é a entre 16 e 17 anos. Portanto, olhemos para nossos velhos e também para nossos jovens.
A aposentadoria é um fenômeno historicamente recente, instituído na sociedade industrial como um direito adquirido pelos trabalhadores. Mas não dá para negar que a passagem do trabalho ao repouso é acompanhada de modificações que marcam profundamente a vida dos indivíduos. Associações de defesa do aposentado atribuem a obrigatoriedade de voltar ao trabalho ao achatamento das aposentadorias e pensões, resultado de uma política e um comportamento social que estigmatiza e excluiu os direitos de cidadania dos idosos e, portanto, dos aposentados.
Estudos mostram que entre 1991 e 2000 o número de aposentados no Brasil cresceu em média 35%. Calcula-se que só no Rio estejam cerca de 1,5 milhões de idosos aposentados, quase todos obrigados a abrir mão da justa sombra e água fresca para retornar, por absoluta necessidade financeira, ao mercado de trabalho, que não lhes oferece muito e nem os trata com respeito. Parece que voltamos ao passado aos períodos históricos quando idosos eram encarados, na maioria das vezes, como sendo “inúteis” ou “sobrantes” por estarem fora do processo produtivo.
Os aposentados estão isso sim é recebendo pouco - cada vez menos - e pagando caro por conta de uma política que nunca os tratou com atenção. É preciso - e já - olhar para o presente e o futuro e retribuir aos aposentados o que com trabalho conquistaram: uma real aposentadoria.
Agora que a aposentadoria está outra vez no foco das discussões (discute-se muito, mas nunca se resolve nada) e com a possibilidade de o governo vetar os índices reais de aumento que os nossos ex-trabalhadores precisam é bom relembrar que é uma dolorosa ilusão acreditar que quando a aposentadoria chegar depois de muitos anos de labuta intensa o trabalhador poderá descansar e usufruir merecido descanso. Nada disso: a baixa remuneração das aposentadorias e o alto custo de vida obrigam aposentados a voltar ao mercado de trabalho para complementar a renda. Descansar pra que?
Essa é uma das conclusões do Relatório Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho. Aposentados entre 50 e 64 anos são os que mais retornam ao serviço e só em 2006 foram 4.196.286 (aumento de 9,77% em relação à 2005). Uma prova concreta de que o que a Previdência paga não dá nem para a saída. Agora nem se fala. Especialistas avaliam que a necessidade de rendimento extra é a principal razão, mas destacam também o fato das empresas estarem buscando funcionários com experiência”. Estudos mostram que a única faixa com maior retração de emprego é a entre 16 e 17 anos. Portanto, olhemos para nossos velhos e também para nossos jovens.
A aposentadoria é um fenômeno historicamente recente, instituído na sociedade industrial como um direito adquirido pelos trabalhadores. Mas não dá para negar que a passagem do trabalho ao repouso é acompanhada de modificações que marcam profundamente a vida dos indivíduos. Associações de defesa do aposentado atribuem a obrigatoriedade de voltar ao trabalho ao achatamento das aposentadorias e pensões, resultado de uma política e um comportamento social que estigmatiza e excluiu os direitos de cidadania dos idosos e, portanto, dos aposentados.
Estudos mostram que entre 1991 e 2000 o número de aposentados no Brasil cresceu em média 35%. Calcula-se que só no Rio estejam cerca de 1,5 milhões de idosos aposentados, quase todos obrigados a abrir mão da justa sombra e água fresca para retornar, por absoluta necessidade financeira, ao mercado de trabalho, que não lhes oferece muito e nem os trata com respeito. Parece que voltamos ao passado aos períodos históricos quando idosos eram encarados, na maioria das vezes, como sendo “inúteis” ou “sobrantes” por estarem fora do processo produtivo.
Os aposentados estão isso sim é recebendo pouco - cada vez menos - e pagando caro por conta de uma política que nunca os tratou com atenção. É preciso - e já - olhar para o presente e o futuro e retribuir aos aposentados o que com trabalho conquistaram: uma real aposentadoria.
sábado, 21 de novembro de 2009
Viagem visual (com André Cypriano) ao Presídio da Ilha Grande e à Rocinha
Desde 1993, André Cypriano focaliza um facção criminosa dentro e fora dos presídios cariocas. Um trabalho que começou quando o fotógrafo foi ao Instituto Penal Cândido Mendes, o famoso e de triste memória presídio da Ilha Grande. Cypriano publicou um belíssimo livro - O Caldeirão do Diabo - Editora Cosac & Naify - com essas fotos. Na revista Imprensa, rubrica Ensaio, edição 251, há uma matéria sobre o fotógrafo paulistano ganhador do New Works Award, de 1998, e do Mother Jones International, de 1999. Nas reproduções, a capa e uma foto interna do livro O Caldeirão do Diabo. Acesse aqui o site André Cypriano (vá até à aba Portfolios, no canto superior direito da homepage) e veja fotos do presídio e um belíssimo ensaio sobre a Rocinha.
Tempo perdido (deu na revista Fatos, em 1986)
por Gonça
O Secretário-geral da reunião climática da ONU, Yvo de Boer, avalia que o Brasil terá um papel importante, como líder do bloco dos países em desenvolvimento e autor de iniciativas concretas para a redução da emissão dos gases-estufa. A Convenção de Mudanças Climáticas, que acontecerá em Copenhague, reunirá 192 países mas a busca de um acordo será complicada. China e Estados Unidos, apesar das promessas de campanha de Barack Obama, já anunciaram, no velho estilo Bush, que não vão assumir um compromisso de metas. Juntos, os dois países respondem por 40% das emissões globais e dependem de fontes de energia poluente. O Brasil avança, oferece metas, mas mostra contradições internas que podem comprometer a anunciada liderança ambiental. Por pressões de grupos privados associados a políticos, o governo tem autorizado a construção de usinas a carvão e de siderúrgicas a carvão vegetal, instalações altamente poluentes e danosas ao meio ambiente. Isso quando a oferta de gás natural, que polui menos, está crescendo. O fato é que enquanto cada país luta pelo que considera serem seus interesses econômicos, o mundo está perdendo o tempo e a batalha contra o aquecimento global. Em 1986, duarante uma reunião do Subcomitê de Poluição Ambiental do Senado dos Estados Unidos, o senador John Chaffe assegurou: "É possível que através de sua ignorância ou indiferença, o homem estaja alterando de forma irreversível a capacidade da nossa atmosfera suportar a vida". Vão-se 23 anos. Este, um dos primeiros alertas, foi publicado pela extinta revista Fatos (publicação semanal de informação e análise da Bloch Editores que durou cerca um ano e meio e foi fechada por motivos políticos). De lá pra cá, muita conversa e poucos avanços. (Na reprodução, matéria publicada na revista Fatos em julho de 1986)
No ar, amanhã, o novo RJTV
Na próxima segunda-feira, dia 23, o RJTV exibirá novo visual e novos apresentadores. A jornalista Ana Paula Araújo vai apresentar a primeira edição do telejornal, às 11h55. O uso teleprompter será dispensado na apresentação das reportagens, com foco no serviço à comunidade. A bancada será menor e o estúdio facilitará a movimentação dos jornalistas, convidados e comentaristas. Entre eles, o ex-capitão do Bope e autor do livro Elite da Tropa (com Luiz Eduardo Soares e André Batista), Rodrigo Pimentel, que fará sua estreia na TV. De segunda a sexta-feira, ele será o responsável pela análise de segurança pública no Rio de Janeiro. Pimentel dará dicas para os moradores da cidade. Outra nova participação é a do médico Luís Fernando Correia, que, de terça a sexta-feira, vai tirar dúvidas dos telespectadores na área de saúde e bem-estar. O repórter Edimílson Ávila também estará no estúdio diariamente, com informações sobre trânsito e eventos nas ruas da cidade. Próximo ao fim de semana, Fábio Júdice apresentará notícias na coluna sobre cultura e entretenimento. No esporte, às segundas e quintas-feiras, Luís Roberto e Júnior discutirão a rodada de futebol, entre outras modalidades. O ‘RJTV 2ª edição’, às 18h45, também estará renovado. O apresentador Márcio Gomes assumirá o telejornal em novo cenário, com as últimas notícias do dia no Rio de Janeiro.O 'RJTV 1ª edição' é exibido de segunda-feira a sábado, às 11h55. O ‘RJTV 2ª edição’ vai ao ar, de segunda-feira a sábado, às 18h45. (Informações da Central Globo de Comunicação. Na foto, Ana Paula Araújo. Crédito: Divulgação/TV GLOBO / Isac Luz)
Sai pra lá, gordinha
por Eli HalfounNo Brasil quem passou, enfim, a poder comer pelo menos uma vez ao dia, é obrigado a recorrer, por conta dos custosa daqueles qualificados como alimentos saudáveis, aos carboidratos (arroz, macarrão, batata e pão, principalmente) e aos açucares, especialmente as sobremesas mais baratas como goiabadas, marmeladas, docinhos vendidos em camelôs, e biscoitos. Sabemos todos que a alimentação inadequada é uma das causadoras da obesidade. Essa é também uma das maiores preocupações dos Estados Unidos (continuamos copiando as besteiras de lá), onde os rechonchudos não conseguem fazer seguros de vida. Deixemos os americanos pra lá: aqui o que se faz necessariamente urgente é ensinar (até nas escolas) que alimentação saudável é vida. Gordura não é sinal de saúde. Nem de beleza. (Foto; Reprodução de matéria de capa recente da revista Glamour só com modelos que o editor considerou "gordas")
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O Airbus A380 decolou hoje de Paris para Nova York. É o primeiro vôo comercial do gigante
Com mais de 500 passageiros a bordo, um Airbus A380 da Air France deixou o aeroporto parisiense de Roissy-Charles de Gaulle, nesta sexta-feira, com destino a Nova York. É o primeiro vôo comercial do maior avião de passageiros do mundo. Na classe econômica, cada passagem saiu por mil euros. Alguém se habilita? No próximo dia 23, começarão os vôos regulares. Na sequência, o Airbus no CDG; a classe econômica; a cabine especial; e o vôo (Fotos: Divulgação/Air France/Airbus)
Gutemberg vai tomar lexotan...
por JJcomunicA crise das publicações impressas tem sido objeto de debates e de preocupação no meio jornalístico. Uma matéria assinada por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa, fundamenta esse fenômeno.
Diz Castilho, que "quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa".
E continua o autor do artigo: "Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares. Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o vigésimo quarto jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19o lugar e O Globo, em 15o lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas. (...) O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional."
Leia a matéria completa no link A crise das publicações impressas
Deu no jornal...

por Omelete
...vazou o silicone da cantora Amy Winehouse, que havia turbinado os seios... Após derramar a meleca e murchar a peitola, a inglesa foi internada (em um hospital, não em uma borracharia). Que o acidente sirva de alerta para as melancias, abóboras, moranguinhas que se preparam para desfilar no Sambódromo. Ou a passarela terá que ser revestida por tapete anti-derrapante. Diz o jornal que a encrenca Amy tem feito várias cirurgias porque está preocupada com a aparência. E não é que ela tem razão!
Pra não esquecer (do baú do paniscumovum)
por Gonça
Para colar na parede das salas de aula das faculdades de Comunicação: era assim que algumas páginas da revista EleEla voltavam de Brasília nos tempos da ditadura. O alvo do carimbo, um arrogante VETADO (dá para imaginar o prazer quase sádico com que o censor socava a página antes de se gabar do feito ajoelhado sobre os coturnos poderosos de então) não eram apenas os ensaios fotográficos mas reportagens de comportamento e entrevistas consideradas "subversivas".
Para colar na parede das salas de aula das faculdades de Comunicação: era assim que algumas páginas da revista EleEla voltavam de Brasília nos tempos da ditadura. O alvo do carimbo, um arrogante VETADO (dá para imaginar o prazer quase sádico com que o censor socava a página antes de se gabar do feito ajoelhado sobre os coturnos poderosos de então) não eram apenas os ensaios fotográficos mas reportagens de comportamento e entrevistas consideradas "subversivas".
Os pernas-de-pau do gol mil de Pelé
por Eli Halfoun
Nos últimos dias a televisão e os jornais têm dedicado um bom espaço para relembrar o milésimo gol de Pelé, mas ninguém lembrou que na época um Pelé em prantos pediu para que se tirassem os meninos das ruas, do abandono, da subvida. O então jovem Pelé foi chamado de demagogo, de aproveitador de uma situação esportiva para fazer um “discurso social”. Hoje ao mesmo tempo em que reverenciamos o histórico gol mil de Pelé é ainda possível perceber que ele estava coberto de razão: quatro décadas depois o Brasil tem 1,8 milhões de crianças entre 15 e 17 anos fora das salas de aula e quase todas envolvidas com o crime. Não as teria se a palavras choramingadas por tivessem pelo menos sido ouvidas. Assim mais do que um fato esportivo o milésimo gol de Pelé poderia ter sido um gol de vida. Foi o abandono para o qual Pelé chamou atenção que colocou nas cadeias do Brasil mais de 22.700 presos, hoje com idades variando entre 40 e 60 anos, ou seja, os que na época eram as crianças para as quais Pelé pedia apoio e atenção. Meninos de ruas se espalham aos montes por todas as esquinas do Brasil, muitos usando a camisa 10 (nem sabem direito o que é) que Pelé transformou em símbolo de competência dentro de campo, mas que as autoridades - aquelas que adoram e adoram aparecer ao lado de Pelé – não conseguiram transformar em símbolo de nada, provando uma vez mais que não passam de uns pernas-de-pau.
Nos últimos dias a televisão e os jornais têm dedicado um bom espaço para relembrar o milésimo gol de Pelé, mas ninguém lembrou que na época um Pelé em prantos pediu para que se tirassem os meninos das ruas, do abandono, da subvida. O então jovem Pelé foi chamado de demagogo, de aproveitador de uma situação esportiva para fazer um “discurso social”. Hoje ao mesmo tempo em que reverenciamos o histórico gol mil de Pelé é ainda possível perceber que ele estava coberto de razão: quatro décadas depois o Brasil tem 1,8 milhões de crianças entre 15 e 17 anos fora das salas de aula e quase todas envolvidas com o crime. Não as teria se a palavras choramingadas por tivessem pelo menos sido ouvidas. Assim mais do que um fato esportivo o milésimo gol de Pelé poderia ter sido um gol de vida. Foi o abandono para o qual Pelé chamou atenção que colocou nas cadeias do Brasil mais de 22.700 presos, hoje com idades variando entre 40 e 60 anos, ou seja, os que na época eram as crianças para as quais Pelé pedia apoio e atenção. Meninos de ruas se espalham aos montes por todas as esquinas do Brasil, muitos usando a camisa 10 (nem sabem direito o que é) que Pelé transformou em símbolo de competência dentro de campo, mas que as autoridades - aquelas que adoram e adoram aparecer ao lado de Pelé – não conseguiram transformar em símbolo de nada, provando uma vez mais que não passam de uns pernas-de-pau.
Se João Saldanha tivesse um blog...
# "A imprensa, mesmo dita liberal (um liberal séc XVIII) está submetida sempre a interesses até de sobrevivência. Quando você vai escrever, na véspera de Natal, um artigo sobre Papai Noel, você tem que perguntar: contra ou a favor?"
# Lembro uma vez que o presidente Geisel, que nunca foi a um campo de futebol, perguntou ao Heleno Nunes: - "Como é que vai o futebol, Heleno? E o Heleno respondeu: "- Pois é, presidente, temos jogos quase todos os dias; só não temos nas segundas e sextas-feiras". E ele, então, perguntou: "-Mas por que não às segundas e sextas?" É a "Maria Antonieta" do esporte."
#Esses milicos entraram e inventaram concentrações, caderninhos etc. Existe até um que virou treinador de goleiro e escreveu três livros sobre isso e nunca chutou uma bola." (De João Saldanha na coletânea Esporte e Poder - Org. Gilda Korf Dieguez - Editora Vozes)
# Lembro uma vez que o presidente Geisel, que nunca foi a um campo de futebol, perguntou ao Heleno Nunes: - "Como é que vai o futebol, Heleno? E o Heleno respondeu: "- Pois é, presidente, temos jogos quase todos os dias; só não temos nas segundas e sextas-feiras". E ele, então, perguntou: "-Mas por que não às segundas e sextas?" É a "Maria Antonieta" do esporte."
#Esses milicos entraram e inventaram concentrações, caderninhos etc. Existe até um que virou treinador de goleiro e escreveu três livros sobre isso e nunca chutou uma bola." (De João Saldanha na coletânea Esporte e Poder - Org. Gilda Korf Dieguez - Editora Vozes)
Se Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) tivesse um blog...
# "A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o delegado de costumes (inclusive costumes femininos) declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin caso aparecesse na capital mineira 'para dar espetáculos obscenos, com seus vestidos decotados e saias curtas'. Toda essa cocorocada em Minas iria influenciar um deputado estadual de lá Lourival Pereira da Silva que fez um discurso na Câmara sobre o tema "Ninguém levantará a saia da mulher mineira".
# Bucólico lembra nome de remédio antigo... duas gotas de bucólico para sua asma."
# "É como disse aquela saúva: ou o Brasil acaba com a besteira, ou a besteira acaba com o Brasil." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 - Editora Desiderata)
# Bucólico lembra nome de remédio antigo... duas gotas de bucólico para sua asma."
# "É como disse aquela saúva: ou o Brasil acaba com a besteira, ou a besteira acaba com o Brasil." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 - Editora Desiderata)
Se Leila Diniz tivesse um blog...
# "Se eu quisesse fazer (*), eu estava rica. Em São Paulo, o que liga pro hotel é industrial, fazendeiro, etc. pra dizer: então vamos jantar e tal. A gente tem de dizer: companheiro, o caso não é esse, não é bem assim etc. Eu fico danada. Um dia disse pra um cara: meu amigo, se você por acaso me encontrasse, fosse ao cinema, fosse jantar, eu podia até dar para você, mas assim não. O cara naquela de vamos e tal, aí fica chato paca, não é? O cara está querendo pagar uma (*), deve ser um (*) de cama."
# "Eu deixei de ser professora por covardia porque eu tinha de brigar muito com os pais, e com os dieretores do colégio. (...) Na minha sala, eu aboli a mesa da professora, não existia, minha mesa era igual à deles, minhas coisas eram guardadas como a deles, eu mexia nas coisas deles tanto quanto eles mexiam nas minhas, não tinha problema. A gente trocava lanche, eu levava coca-cola e eles gostavam mais do que leite e a gente trocava, eu fazia a maior zona. As mães, porém, não gostavam."
# "Quebro a cara toda hora. Mas só me arrependo das coisas que não fiz. Das coisas que fiz, não me arrependo nada. Só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problemas e neurose. Já amei muita gente, já corneei essa gente e elas já entenderam e não teve problema nenhum. Somos todos uma grande família."
# "Censuram filmes e não censuram programas em que as pessoas, pra casar, são vendidas como alface, ou são esculhambadas como se fossem cocô, como acontece nos programas do Flávio Cavalcanti. Aí, digo que é burrice minha porque não quero achar que as pessoas sejam tão (*) assim."
# "Na minha caminha dorme algumas noites, mais nada. Nada de estabilidade"
# "No fundo, sou uma mulher meiga, adoro amar, não quero brigar nunca, e queria mesmo é fazer amor sem parar. Eu adoraria isso. Mas enquanto não posso, não vou me acomodar a uma série de coisas (*) que pra mim não significam nada." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 (Editora Desiderata)
# "Eu deixei de ser professora por covardia porque eu tinha de brigar muito com os pais, e com os dieretores do colégio. (...) Na minha sala, eu aboli a mesa da professora, não existia, minha mesa era igual à deles, minhas coisas eram guardadas como a deles, eu mexia nas coisas deles tanto quanto eles mexiam nas minhas, não tinha problema. A gente trocava lanche, eu levava coca-cola e eles gostavam mais do que leite e a gente trocava, eu fazia a maior zona. As mães, porém, não gostavam."
# "Quebro a cara toda hora. Mas só me arrependo das coisas que não fiz. Das coisas que fiz, não me arrependo nada. Só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problemas e neurose. Já amei muita gente, já corneei essa gente e elas já entenderam e não teve problema nenhum. Somos todos uma grande família."
# "Censuram filmes e não censuram programas em que as pessoas, pra casar, são vendidas como alface, ou são esculhambadas como se fossem cocô, como acontece nos programas do Flávio Cavalcanti. Aí, digo que é burrice minha porque não quero achar que as pessoas sejam tão (*) assim."
# "Na minha caminha dorme algumas noites, mais nada. Nada de estabilidade"
# "No fundo, sou uma mulher meiga, adoro amar, não quero brigar nunca, e queria mesmo é fazer amor sem parar. Eu adoraria isso. Mas enquanto não posso, não vou me acomodar a uma série de coisas (*) que pra mim não significam nada." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 (Editora Desiderata)
A nova sinfonia da Cidade Maravilhosa
por Eli Halfoun
O Rio de Janeiro de encantos mil continua sendo o coração do Brasil, mas a trilha sonora mudou: O som de trompetes e taróis em ritmo alegre de marcha foram substituídos pelo som de tiros – uma sinfonia que nos assusta. Não vamos nos acostumar, embora 70% dos cariocas admitam ouvir tiros de vez em quando, enquanto 30% da população garantam ouvir o barulho de tiros sempre.
Esse é o resultado de pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. O estudo traçou um novo mapa da cidade conforme a intensidade do barulho de tiros e destacou que “a existência ou proximidade de favelas são fatores que acendem o sinal vermelho”.
Culpam as favelas, mas não é bem assim: o som da violência não é provocado pela maioria de trabalhadores que habita as favelas. É quase sempre resultado das invasões policiais com seus “caveirões” e armas nos morros ou favelas do asfalto. O estudo revela que “o aumento de freqüência de barulho de tiros e proximidade com locais dominados por traficantes armados levam a interpretar errado o barulho”.
O milhão e meio de moradores das 513 comunidades faveladas listadas pelo IBG até o ano 2000 é de trabalhadores. Por falta de opções de moradia a cada mês surgiu, nos últimos dez anos, uma nova favela com 50 casas. Em 1991 havia 384 favelas no Município do Rio de Janeiro. Em 2000 o número aumentou em 30,2%. No Estado do Rio o número de áreas carentes subiu de 661 para 811 (acréscimo de 22,7%).
A partir desse mapa do som da violência é preciso fazer um outro tipo de barulho para orientar políticas públicas já que a pesquisa reflete a sensação de insegurança dos cariocas.
O Rio de Janeiro de encantos mil continua sendo o coração do Brasil, mas a trilha sonora mudou: O som de trompetes e taróis em ritmo alegre de marcha foram substituídos pelo som de tiros – uma sinfonia que nos assusta. Não vamos nos acostumar, embora 70% dos cariocas admitam ouvir tiros de vez em quando, enquanto 30% da população garantam ouvir o barulho de tiros sempre.
Esse é o resultado de pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. O estudo traçou um novo mapa da cidade conforme a intensidade do barulho de tiros e destacou que “a existência ou proximidade de favelas são fatores que acendem o sinal vermelho”.
Culpam as favelas, mas não é bem assim: o som da violência não é provocado pela maioria de trabalhadores que habita as favelas. É quase sempre resultado das invasões policiais com seus “caveirões” e armas nos morros ou favelas do asfalto. O estudo revela que “o aumento de freqüência de barulho de tiros e proximidade com locais dominados por traficantes armados levam a interpretar errado o barulho”.
O milhão e meio de moradores das 513 comunidades faveladas listadas pelo IBG até o ano 2000 é de trabalhadores. Por falta de opções de moradia a cada mês surgiu, nos últimos dez anos, uma nova favela com 50 casas. Em 1991 havia 384 favelas no Município do Rio de Janeiro. Em 2000 o número aumentou em 30,2%. No Estado do Rio o número de áreas carentes subiu de 661 para 811 (acréscimo de 22,7%).
A partir desse mapa do som da violência é preciso fazer um outro tipo de barulho para orientar políticas públicas já que a pesquisa reflete a sensação de insegurança dos cariocas.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Claudia Jackson ou Michael Leitte
Lua Nova: o filme arrasa-quarteirão da temporada
"Lua Nova", que estreia nesta 6ª feira (20) em 602 salas em todo o Brasil, promete lotar os cinemas. Mesmo que você não curta "Crepúsculoi" já deve ter ouvido falar que a série é um espantoso fenômeno. Os livros de Stephenie Meyers enfeitiçam exércitos de adolescentes.O filme começa a ser exibido à meia-noite de amanhã. Já foram vendidos, antecipadamente, mais de 100 mil ingressos. "Lua Nova" dirigido por Chris Weitz, é mistura romantismo com lobisomens. Dizem que é uma droga. Não importa. É o hit do verão que se anuncia. Duvida? Confira, a partir de amanhã, nas filas de um cinema perto de você.
Lula, o bom filho do cinema

Foto: Divulgação
Por Eli Halfoun
Antes mesmo de ser visto pelo personagem principal, o filme Lula, o filho do Brasil, trilha um incontestável caminho de sucesso: vai virar minissérie, além, é claro, de DVD com venda garantida: será disponibilizado ao público por R$ 10, o que sem dúvida dificultará a venda de DVDs piratas. Lula, o filme, será exibido em 432 salas cinematográficas em todo o país. A primeira dama, Marisa, já viu o filme no Festival de Cinema de Brasília, mas o presidente, ou melhor, o personagem principal, só o assistirá no próximo dia 28 nos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo. A produção do filme consumiu R$ 12 milhões de reais sem o apoio financeiro da Lei Rounet, mas com a participação de vários empresários que não se importaram em botar a mão no bolso para ficar bem na fita. Como não poderia deixar de acontecer Lula, o filho do Brasil, virou tema de blogs nos quais é aplaudido e criticado, além de inspirar piadas. O jornalista Tutty Vasques, por exemplo, diz que o DEM liberou sua bancada para assistir o filme, só que com uma grande ressalva: quem chorar alto no cinema, será expulso do partido.
O filme sobre Lula está provando todo tipo de reação, inclusive a de inveja: agora é o senador José Sarney que quer botar a cara na tela (quando é preciso ele não dá as caras). O presidente do Senado quer ver sua cara no cinema, mas, como sempre, às nossas custas: a ideia é usar a TV Senado, que ele comanda, para fazer documentários sobre os grandes estadistas brasileiros entre os quais sem modéstia ele se inclui. Sarney também pensa em resgatar um velho documentário (dirigido por Fernando Barbosa Lina) que teve alguns trechos exibidos há dois meses em um canal do Paraná. Agora Sarney quer mais (sempre quer): o plano é exibir o documentário por todo o país em redes de televisão educativa. Que assim deixarão de ser educativas.
Dinheiro na mão é vendaval
Por Eli Halfoun
Não dá pra negar: a única coisa garantida na vida, além da morte, é emprego público e não é à-toa que todo mundo quer um não só por causa da moleza que costuma ser, mas também e principalmente porque paga muito bem, não atrasa salários e não manda ninguém embora, como acontece frequentemente nas empresas privadas. Só para ter uma idéia: de janeiro a setembro desse ano os salários dos funcionários federais (na União a boca é ainda melhor) incluindo ativos, inativos, pensionistas, diretos, indiretos intergovernamentais para mais de 2,2 milhões de brasileiros consumiram R$ 118 bilhões. Recente levantamento mostra que a média salarial entre todos os poderes é, hoje, de R$ 6.75 mensais. Os funcionários mais bem pagos são do judiciário, com média mensal de R$ 19,1. Em seguida estão os servidores do Legislativo, com média mensal de R$ 12,7 mil enquanto a média salarial do funcionário do Executivo é de R$ 5,4 mil (civil) e R$ 3,8 mil (militar). Sabe quem paga tudo isso?
Não dá pra negar: a única coisa garantida na vida, além da morte, é emprego público e não é à-toa que todo mundo quer um não só por causa da moleza que costuma ser, mas também e principalmente porque paga muito bem, não atrasa salários e não manda ninguém embora, como acontece frequentemente nas empresas privadas. Só para ter uma idéia: de janeiro a setembro desse ano os salários dos funcionários federais (na União a boca é ainda melhor) incluindo ativos, inativos, pensionistas, diretos, indiretos intergovernamentais para mais de 2,2 milhões de brasileiros consumiram R$ 118 bilhões. Recente levantamento mostra que a média salarial entre todos os poderes é, hoje, de R$ 6.75 mensais. Os funcionários mais bem pagos são do judiciário, com média mensal de R$ 19,1. Em seguida estão os servidores do Legislativo, com média mensal de R$ 12,7 mil enquanto a média salarial do funcionário do Executivo é de R$ 5,4 mil (civil) e R$ 3,8 mil (militar). Sabe quem paga tudo isso?
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