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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Não é só o voto: Governo define o que pode e o que não pode ser impresso

por O.V.Pochê 

Bolsonaro e o Ministério da Defesa exigem o voto impresso. Aparentemente isso é só o começo. Em "reunião secreta" realizada em um sauna de Brasília e sem registro impresso em ata, foi decidido que o Núcleo Mole do Planalto e o Baixo Comando vão interpelar o STF para definir o que deve ser obrigatoriamente impresso e o que jamais necessitará de impressão. Veja a ordem do dia listando o que eles querem impresso e o que deve passar longe de qualquer impressora: 

SEMPRE IMPRESSO

*  O seguinte salmo deverá ser distribuído em impresso pelo Ministério do Trabalho nas empresas:   "Êxodo 21:20-21 - Com a aprovação divina, um escravo pode ser surrado até a morte sem punição para o seu dono, desde que o escravo não morra imediatamente".

* Toda mensagem em Whatsapp deverá ser impressa em formulários oficiais de telegrama.

* Instituir boleto impresso para PIX.

* Ao fim do dia o usuário deverá imprimir suas mensagens no twitter, caso a PF precise conferir.

* A volta do formulário físico do Imposto de Renda.

* A volta da carteirinha do CPF.

*  A volta da edição impressa da Playman para clipping do Planalto..

* Caixa eletrônico deverá imprimir recibo com foto de quem retirou o respectivo numerário. 

* Medidores de temperatura corporal terão que emitir resultado impresso.

* Mulher que fizer denuncia de assédio sexual tem que trazer ressonância magnética do local acessado e digitais impressas do apalpador.

* Denúncias de racismo só serão aceitas se a vítima trouxe cópia da carteirinha da Ku Klux Klan do agressor

* Vítima de bala perdida só será atendida em hospital publico se trouxer compravante do fato em três vias. 

* Se houver golpe, o Planalto informará por carta e telegrama a todos os brasileiros


NÃO IMPRIMIR NUNCA 

* Recibo de compra de Viagra para os quartéis.

* Cheques em nome de Michelle.

* Comprovantes de transferência de rachadinhas.

* Não imprimir contas do orçamento secreto do Congresso, não gravar em HD ou pen drive e sempre destruir o computador que emite as ordens de pagamento.

* Não imprimir carteirinhas de caçadores, atiradores e colecionadores de armas. Basta a palavra do homem de bem.

* Não imprimir editais de concorrências públicas. Basta um aperto de mão entre o vencedor e a autoridade para fechar as compras do governo. 

* Não imprimir nada sobre privatizações. Tais operações estão sob sigilo de 250 anos. Não imprimir isso também.

* Não imprimir o montante da sacolinha das igrejas neopentecostais É informação sob sigilo até o dia do Juízo Final.

* Nunca imprimir a frase "quem mandou matar Marielle". 

* Não imprima este post

Atenção: por ordem direta da Presidência, o Ministério da Justiça institui o "porte de impressora". Todas as máquinas devem ser cadastradas. Quem imprimir documento indevidamente ou deixar de imprimir documento obrigatório será conduzido ao DOI (Departamento de Ordem Impressa).


segunda-feira, 5 de julho de 2021

Mídia: palavras mutantes...

Fatos & Fotos, 1982

por José Esmeraldo Gonçalves

Estão falando alto pelos botecos... Delta, a cepa. Voto, o impresso.

Delta é a nova cepa da Covid-19, capaz de impulsionar novo ciclo de contaminação. Segundo os infectologistas, a lentidão da vacinação pode deixar o país exposto à Delta. O risco só diminuirá quando a imunização alcançar 80% da população. 

Voto impresso é o golpe que o governo prepara contra as eleições de 2022. Poderá ser usado, se aprovado, como uma espécie de comprovante do voto vendido. Algo a ser mostrado a quem pagou pela "mercadoria" entregue, como se fosse um boleto quitado e carimbado.   

Quase 40 anos depois, as duas palavras, Voto e Delta, voltam a se encontrar no noticiário, agora nas circunstâncias descritas acima. Mas em 1982 Delta era o elemento-chave do escândalo Proconsult, um complô contra a eleição de Leonel Brizola para o governo do Estado do Rio de Janeiro. A palavra estava em todos os jornais e revistas. E o voto (impresso) era o alvo daquela enorme tentativa de fraude eleitoral.  

Em 1982, o voto era analógico, não havia a maquininha do "confirma". O eleitor preenchia a cédula e depositava na urna. Era comum políticos donos de currais eleitorais entregaram ao eleitor "de cabresto" a cédula já preenchida com o "x" e os nomes do candidatos indicados. Se a cédula era o "impresso" da época, a totalização dos votos após a apuração manual dos mesários era feita por computadores. Grupos de mídia, políticos e empresários insatisfeitos com a liderança de Brizola nas pesquisas viram nesse sistema uma brecha para a fraude eleitoral. Os fraudadores ligados ao regime militar montaram um programa que transferia votos nulos e brancos para Moreira Franco, adversário de Brizola e o nome preferido pela ditadura. A variável que levava à fraude para a totalização foi chamada de Diferencial Delta. A maracutaia foi denunciada pelo jornalista Procópio Mineiro, da Rádio Jornal do Brasil. Em seguida, Brizola denunciou o golpe à imprensa internacional, abortou o crime e teve confirmada sua vitória por larga margem.