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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Leitores americanos desconfiam que "1984" é agora e recolocam o livro clássico de George Orwell na lista dos mais vendidos

por Jean-Paul Lagarride

O livro "1984", de George Orwell, voltou às listas dos mais vendidos nos Estados Unidos. São tantos os pedidos que a Penguin estaria planejando uma reedição.

Publicado pela primeira vez em 1949,  "1984" cria um futuro governado por um regime oligárquico que suprime todo pensamento crítico. Uma das características totalitárias do governo que a todos vigia é a manipulação da  informação.

Não por acaso, o livro teve as vendas reaquecidas após a ofensiva do governo Trump contra a imprensa e sua crítica à circulação livre de ideias e à divulgação, por parte de conselheiros do novo presidente, de informações comprovadamente falsas, que a Casa Branca prefere chamar de "fatos alternativos", em contraponto ao que a mídia divulga.

"Fatos alternativos" é o conceito gourmetizado do "duplipensar", um dos elementos da Novilíngua que o mundo do "Big Brother" criado por Orwell impõe à população. O Ministério da Verdade da Oceania, o país fictício de "1984", é a repartição encarregada de "corrigir" os acontecimentos e divulgar a versão alternativa de interesse do poder.

Aparentemente, os leitores ligaram os pontos e novas gerações foram levadas à ficção, mas nem tanto, de George Orwell.