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O Regimento 588 usava velhos biplanos |
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Pilotos soviéticas do 588 ouvem instruções antes dos voos. |
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A maioria das meninas pilotos tinha 20 anos mas havia algumas recrutadas e treinadas com apenas 17 anos. |
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Ao fim da guerra, elas acumulavam condecorações. |
por Ed Sá
Um livro disponível no Kindle revela detalhes de um pouco divulgado episódio da Segunda Guerra Mundial: a atuação da chamadas Bruxas de Stalingrado. Para os aterrorizados soldados alemães, era as elas eram as "nachthexen", "bruxas da noite". Só atacavam após escurecer, surgiam das nuvens, silenciosamente, e despejavam bombas sobre guarnições, colunas de tanques e acampamentos das tropas nazistas.
De preferência, tais incursões aéreas era realizadas entre uma batalha e outra, no momento em que nas colinas, trincheiras e fortificações tanto a infantaria alemã quanto a soviética tentavam descansar em meio à campanha extenuante para ambos os lados. O fato surpresa era o feitiço mortal das bruxas.
Em 1942, a União Soviética sofria com a invasão nazista. Milhões de homens haviam sido mortos nos campos de batalha. Era preciso recorrer às mulheres que até então trabalhavam nos campos e fábricas como parte do esforço de guerra. Foi quando se formou uma pioneira unidade feminina, o 588 Regimento de Bombardeio Noturno. Centenas de jovens de 17 a 26 anos foram treinadas como pilotos e navegadores. Elas foram designadas para explodir alvos alemães, à noite, em ataques-surpresa e, às vezes até aleatórios. A ideia era, além dos danos dos bombardeios, levar uma guerra psicológica aos beiwache (a palavra alemã de onde se originou a expressão bivaque, o lugar onde as tropas estacionam, geralmente em abrigos naturais como cavernas, encostas ou florestas). O esquadrão feminino usava aviões biplanos, praticamente obsoletos - a maioria construída em 1928 -, lentos, frágeis e sem muita autonomia. Elas voavam tão baixo que os paraquedas era inúteis. Não tinham rádio: navegavam usando mapas, lanternas, bússolas e cronômetros. Levavam só duas bombas e a velocidade era apenas um pouco maior do que a de um Fusca de pé na tábua. Mas isso não evitou o estrago que as meninas do 588 fizeram nas linhas alemãs. As pilotos tinham um técnica que ajudou a firmar a fama de bruxas: elas ganhavam altitude, desligavam o motor e deslizavam em silêncio sobre os alvos vulneráveis. Lançadas as bombas, religavam os motores a apenas alguns metros acima dos acampamentos, a tempo de escapar da reação tardia dos artilheiros antiaéreos pegos de surpresa.
Até o fim da guerra, as 40 tripulações de bruxas - cada uma com uma piloto e uma navegadora- voaram cerca de 30 mil missões e lançaram 23 mil toneladas de bombas. Trinta morreram em combate, 23 sobreviveram e e receberam a mais alta condecoração da União Soviética. A última sobrevivente, Nadya Popova, morreu em 2013, aos 91 anos. O então primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, homenageou a ex-piloto em comemoração aos 70 anos dos vôos das "nachthexen".
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Nadya Popova em 1942, aos 20 anos, e... |
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homenageada pelo então primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, em 2013, aos 91 anos. |