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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tragédia carioca. Um jovem guitarrista de Madureira entra para o Clube dos 27. • Por Roberto Muggiati

Embora só aceite defuntos entre seus membros, o Clube dos 27 não deixa de ostentar um toque de sofisticação e refinamento. Fundado nos anos 60, reúne popstars famosos como o rolling stone Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse, todos mortos com essa idade (Torquato Neto suicidou-se um dia depois de ter completado 28 anos, fiel à máxima de Groucho Marx: “Eu jamais entraria para um clube que me aceitasse como sócio.”). 

Nessa quarta-feira, 13 de janeiro, um modesto carioca ingressou no Clube dos 27 ao ser assassinado com um tiro na cabeça por assaltantes em Madureira. O cabo da Marinha Israel Aarão Marcelo da Silva Correa (até que tinha um nome vistoso) tornou-se mais uma na lista diária de vítimas da violência que assola a cidade. Israel tinha acabado de deixar o Centro de Instrução da Marinha na Penha, onde fazia o curso de sargento. Bom filho, rapaz de bem, também tocava guitarra, nos cultos da igreja evangélica que costumava frequentar. Parafraseio letras do nosso inocente cancioneiro: “Madureira chorou”... Mas a mais cabível seria: “Quero chorar, não tenho lágrimas...”