Reproduções/Instituto Herzog |
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por José Esmeraldo Gonçalves
Em fins de janeiro de 1976, um importante documento circulou nas redações do Rio, São Paulo e outras capitais. Era o manifesto "Em Nome da Verdade" que pedia esclarecimentos sobre a investigação do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, no Doi-Codi paulista, em 25 de outubro de 1975.
A farsa estava montada. Uma portaria do II Exército se referia à apuração do "suicídio", já impondo a futura e falsa versão oficial da ditadura em proteção aos torturadores que mataram Herzog.
Restava reagir à mentira. Um total de 1004 jornalistas assinaram o manifesto. Ler a relação é simbolicamente reencontrar nomes de uma geração de caros e combativos colegas, entre os quais muitos que deixaram saudades. O documento circulou nas redações da Bloch, no Russell, onde Pedrosa Filho, então chefe de reportagem da Fatos & Fotos, colheu assinaturas. Em toda a Bloch foram mais de 30 apoios. O manifesto foi publicado no Estadão, no dia 3 de fevereiro de 1976, há 45 anos.
Em março de 2020, o MPF apresentou denúncia contra seis pessoas pelo assassinato e por terem forjado o suicídio de Herzog. O caso foi parar na 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo, famosa por negar todas as denúncias do MPF sobre os crimes da ditadura militar. Dois meses depois, a denúncia foi... rejeitada.
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No livro "Dossiê Herzog - Prisão, tortura e morte no Brasil",. Fernando Pacheco Jordão agradece aos 1004 jornalistas que assinaram o manifesto.
O texto do manifesto "Em nome da Verdade", com a relação dos jornalistas que o assinaram (agora 1006, com dois nomes recuperados) pode ser lido AQUI