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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Conselho de Proteção ao Patrimônio veta Roda de empresários que ameaça o Rio

Essa foto reproduzida do Globo dispensa até legenda. Veja a poluição visual que a Roda Gigante poderia trazer à praia de Botafogo.  
Reprodução



Reproduzido da coluna Gente Boa, do Globo

(da Redação)
O Rio, coitado, tem sempre ameaça rondando o visual que a natureza lhe deu. Um dos últimos petardos é a ideia de pôr uma roda-gigante na Enseada de Botafogo. Os empreendedores alegam que Londres tem uma dessas. Tem. Mas e daí?, Londres é uma cidade praticamente plana e a geringonça permanente não obstrui a vista. Se os londrinos não reclamaram - e a cidade é deles - tudo bem. Nem mesmo a vista do Parlamento que fica na margem oposta é prejudicada. Em Paris, há uma Roda temporária, às vezes por dois meses, no inverno ou no período de férias por um mês e pouco. Também lá não atrapalha a vista. E nunca é montada nas proximidades da Torre Eiffel. Se polui, cabe aos parisienses protestarem. Autoridades estão sugerindo que os empresários montem a Roda temporária deles na Quinta da Boa Vista, por exemplo, ou em outro local onde não comprometa a paisagem natural ou algum prédio histórico. Aqui não seria bem temporária. Os donos da Roda querem ficar na praia até às Olimpíadas. É mesmo? Não seria surpresa se, depois, fossem ficando, ficando... 
O Rio lutou muito para tirar um parque de diversões na Lagoa. A área, hoje, voltou a ser pública e é uma das mais frequentadas pelos cariocas. Não é admissível, portanto, que um espaço às margens da Enseada de Botafogo, lugar único, seja agora "invadido" como se fosse um terreno de "posseiros". O Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural vetou o projeto da Roda. Mas cabe recurso ao pessoal do mafuá. Bom ficar de olho. Nós e o Ministério Público. O parceiro da Roda é o Botafogo que não anda em boa fase dentro do campo nem fora. No caso, quer usar comercialmente área pública que lhe foi doada para destinação esportiva. E antes tinha como um dos seus patrocinados, com direito a marca na camisa que Garrincha, Nilton Santos e Didi honraram, o grupo Telexfree, acusado de praticar fraude, a chamada "pirâmide". Demorou mas o clube rescindiu o contrato com a empresa investigada. O Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultura está, na prática, ajudando o Botafogo a não passar pelo vexame de fazer um gol contra na Cidade Maravilhosa.