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terça-feira, 11 de junho de 2024

A suspeita tentativa de privatização das praias

Projetos de privatização das praias são recorrentes no Congresso. De tempos em tempos as elites corruptas se mobilizam para tomar conta do litoral. Políticos que defenderam o projeto mais recente alegam que não há risco de privatização. Mentem. Matéria do Globo mostrou que há mais brechas no texto do que havia buracosde tatuí na areias antes da poluição acabar com a espécie. A omissão é proposital e costuma ser adotada em projetos suspeitos. Depois, ao longo da tramitação os "izpertos" encaixam tudo que interessa. O projeto atual teve seu caminho fechado diante da repercussão negativa da armação. Tenham certeza de que voltará, o lobby dos spas, dos condomínios de luxo, dos resorts, dos loteamentos, da invasão de mangues, dos clubes vips e das marinas em áreas de preservação os não desistirá.

Há exemplos de privatização de praias absolutamente condenáveis. No México, em muitas praias, a faixa de areia é dividida. Pequenas áreas para o povo e localizações privilegiadas para quem pode pagar caro pelo privilégio. Seguranças impedem o acesso de pessoas sem credenciais ou pulseiras de identificação. Na República Dominicana, a situação também é de apartheid no lazer. Quem não pode pagar - ou seja, se não é hóspede dos muitos resorts - que mergulhe nos trechos congestionados por algas.

Indignadas ou bem-humoradas, as reações ao projeto malandro tomaram conta das redes sociais.  Através de memes e projeções da hecatombe ambiental que atacará as regiões litorâneas e ilhas os brasileiros mostraram os riscos. Imagine quantos "jabutis" (o contrabando de artigos que os legisladores costuma embutir em leis) um projeto desses poderá receber já que está aberto a tudo praticamenter. 

Siga abaixo alguns exercícios de imaginação. 

* Como acontece como frequência, a bancada evangélica também vai querer um pedaço. Digamos, para construir uma mansão para os chefes ou até mesmo uma igreja a beira-mar. 

* A bancada da saúde reivindicará terrenos para erguer hospitais de alto luxo. Milionários poderão curtir a vista do mar mesmo se estiveram espetados na UTI por fios, agulhas e sensores. Damas elegantes poderão parir voltadas para a brisa marítima.

* Autoridades exigirão uma "capitania" para construir complexos hoteleiros, polos gastronômicos e  centros de convenções para debater "políticas governamentais" , "melhorias para as populações de baixa renda" e subsídios fiscais para Elon Musk.  

* A bancada da bola tentará ocupar quilômetros de praias em vários estados para a instalação de "centros de treinamento destinados a jovens promessas do futebol". Claro, haverá um resort para receber cartolas e suas famílias.

* A bancada da bala pedirá terrenos para montar clubes de tiro no Guarujá, na Barra da Tijuca, no Balneário Camboriú e em outras praias bem localizadas.

* A futura lei permitirá a construção de lojas e supermercados na orla. Lojas Havan, Riachuelo, restaurantes Madero e Como Bambu, por exemplo, academia Smart Fit, rede Centauro etc, poderão, caso se habilitem, conquistar espaços nas praias privatizadas. 

* Partidos políticos podem projetar Centros de Conscientização e Lazer em Búzios, Canoa Quebrada, Itacaré, Arraial d'Ajuda etc. 

* Em tese, o proprietário de uma praia poderá cobrar ingressos dos locais e dos turistas. O critério deverá ser por hora e a taxa será individual. Deputados e senadores que votarem a favor da privatização terão acesso livre, algo como direito perpétuo e extensivo às respectivas famílias de frequentar qualquer praia gratuitamente com bebidas e croquetes inclusos.

* Os banhistas que frequentarem trechos de praias ainda não ocupados receberão um colar rosa-choque que terá gravadas a área e a metragem onde poderão circular livremente entre as guaritas de segurança das faixas dos proprietários privados. 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Enquanto o Brasil dorme o Congresso abre a porteira para projetos de lei do bolsonarismo

 

Reprodução do X

Comentáro do blog - Você piscou - preocupado com a tragédia que enluta o Rio Grande do Sul - e o Congresso manteve luzes acessas, com a extrema direita dando goleada na aprovação leis de interesse de grupos bem conhecidos. Com o apoio da forte bancada do PL, sob o comando de Bolsonaro e adesão de partidos da "base" do governo (que, apesar de controlar ministérios e cargos não pode ser chamada de base, de tão volúvel e traidora que é) deputados e senadores passeiam no plenário e ganham votações como se estivesem fazendo a dança do "Envolver", da Anitta (consulte o You Tube) em cima do governo rendido e entregue. Liberação de fake news, fim da saída temporária de presos, privatização das praias (este é um rico projeto que pretende beneficiar resorts, condomínios de luxo, marinas etc). 

Alerta de spoiller: a gaveta dos dois e dos parlamentares interessados nesses projetos não tem fundo.Vem mais da pauta bolsonarista por aí neste ano eleitoral e com o Congresso sob o comando de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. 

A grande ironia: para se manter no poder Bolsonaro nem precisava do 8 de Janeiro. Sua tropa já estava lá dentro no controle do pior Congresso da história do Brasil, com amplas condições de deixar o Planalto  como figurante.