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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

"Primo Rico" vai a Davos e culpa o "Primo Pobre" pela crise climática

Paulo Guedes é uma espécie de "primo rico", o personagem criado por Max Nunes e vivido por Paulo Gracindo no "Balança mas não Cai". Para o ministro, o "primo pobre" - que no humorístico era interpretado por Brandão Filho - é o culpado de tudo. Do rombo da Previdência ao uso perdulário do seguro-desemprego, da custosa necessidade de hospitais e escolas a casa própria e emprego.

Em Davos, Guedes resolveu denunciar o "primo pobre" como o grande responsável pelos problemas ambientais.

O ministro deve ter identificado o "vilão" do planeta quando foi trainee neoliberal em Chicago ou até no período que serviu à ditadura de Pinochet. Ele acha que o "primo pobre" detona o meio ambiente em busca de comida. Evita responsabilizar grandes corporações, mineradoras, a indústria do petróleo etc, e ignora que os processos de desmatamento são operações caras, grileiros, invasores, o agronegócio, garimpeiros, sejam de empresas ou de milícias, utilizam máquinas pesadas. É uma questão de escala, para usar o jargão tecnocrata.

Ô "primo rico", vai dar uma volta nas periferias ou nos grotões do Brasil. O pobre é vítima e não o agente da degradação ambiental.

"Você é uuuuótimo, primo!".