Há 30 anos, Collor tomava posse. A foto mostra o eleito e sua facção descendo a rampa e, simbolicamente, levando o Brasil para um buraco econômico e moral. Foto de Elza Fiúza/Agência Brasil |
A data passou praticamente em branco. O coronavírus ocupa todos os espaços.
Mas em 15 de março de 1990, há 30 anos, uma praga assolava o Brasil. Fernando Collor tomava posse. Logo no dia seguinte, mandou confiscar a poupança de milhões de brasileiros. O neoliberalismo do novo governo logo seria potencializado com altas doses de corrupção.
O Collorvírus atacou todos os setores. Uma das medidas do "caçador de marajás" exaltado pela Veja , Globo, Manchete e outros veículos da direita - que aliás fizeram um evidente "jornalismo" de campanha, que lembrou muito o que elegeu o pai do Bananinha - foi acabar com uma secular estrutura pública de combate às edemias, presente em todos os estados brasileiros. Os guardas e médicos da Sucam, anteriormente chamada de Departamento Nacional de Endemias Rurais, combateram doenças como Chagas, malária, esquistossomose, febre amarela, filariose, tracoma, bócio endêmico, leishmanioses e dengue (em 1955 foi eliminado o último foco no país) nas pequenas cidades, nas áreas rurais e nas mais distantes fazendas e povoados. Uma organização que faz falta em dias como os atuais.
De resto, uma triste conclusão: o eleitor brasileiro não desenvolveu anticorpos nem imunidade contra esses profetas da incompetência que fazem do país uma das maiores ilhas de injustiça social do mundo.