Reproduções/Folha de São Paulo |
O jornalismo de entretenimento - dito de celebridades - é o segmento de mídia, seja impressa ou digital, que mais cresce no mundo. "Culpa" dos leitores que buscam tais notícias. O Brasil, nos últimos 15 anos, não ficou atrás. Há numerosas publicações do gênero nas bancas disputando um mercado de cerca de 1 milhão e 200 mil leitores por semana, sem falar nos milhões de visualizações" e visitas únicas" diárias a dezenas de sites. Mas este segmento - o da cobertura das chamadas celebridades - não se resume aos veículos diretamente especializados no tema. Publicações mensais, revistas semanais de informação e análise (nas suas versões impressas ou de sites), jornais, suplementos ou cadernos de variedades de grandes veículos surfam nessa onda rentável. Na Folha de hoje, a ombudsman Suzana Singer, comenta, sob o título "Humano, Demasiado Humano", uma das primeiras páginas mais polêmicas do diário paulista na semana que passou: a que mostra um combalido e frágil Steve Jobs, em Palo Alto, Califórnia, amparado por um amigo.
Dias antes, Jobs havia comunicado seu afastamento da Apple. Sugestivamente, a foto do fundador da segunda maior empresa do mundo foi feita por um site de fofocas, o TMZ, o mesmo que deu o furo mundial da morte de Michael Jackson e que, por isso, foi suitado pelas mais importantes publicações e redes de televisão do mundo. Suzana cita pelo menos dois leitores que se manifestaram considerando a foto de Jobs na capa do jornal como de "mau gosto" e "de uma sordidez inacreditável".
A ombudsman destaca que o ponto a analisar é o da relevância jornalística. O idealizador da Apple não era fotografado há meses. Não se tinha idéia do seu estado. Portanto, a foto é notícia. Assim como um Reynaldo Giannechini saindo do hospital é fato relevante para as revistas de celebridades. Suzana Singer admite que é "difícil imaginar a Folha sem uma linha sobre a doença do galã da novela das oito ou sem contar que o jogador Sócrates sofre as consequências do alcoolismo.
A ombudsman conclui: "Peço desculpas aos leitores inconformados com a exposição da tragédia de Steve Jobs, mas devo confessar que, com essa foto na mão, eu também teria sucumbido à tentação de publicá-la".
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