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Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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quinta-feira, 3 de julho de 2014
sábado, 2 de julho de 2011
Itamar Franco: marcas da trajetória
por JJcomunic
O ex-presidente e senador Itamar Franco morreu hoje em São Paulo. Ele sofria de leucemia. Alguns episódios ajudam a definir a personalidade do político mineiro. Em plena ditadura, Tancredo Neves, que seria o candidado natural ao senado pelo PMDB mineiro, amarelou (teve medo de perder para o candidato dos militares) e lançou Itamar ao sacrifício. Deu zebra, Itamar venceu. Seria reeleito para um segundo mandato. Tancredo amargou a frustração por anos. Já presidente, ficou famoso o episódio da "pasta" do ACM. A história circulou na época nas rodas políticas e na mídia. O baiano, que era aliado de Collor, alardeava que tinha uma pasta com denúncias que envolviam o governo federal. ACM dava entrevistas, brandia a pasta, mas não a abria nem detalhava as "denúncias". Itamar o convidou para uma conversa no Planalto. Lá se foi o baiano, pasta debaixo do braço. Foi recebido por Itamar. Quando imaginava que seria uma conversa a sós, quando cada um, depois, faz circular a versão que lhe é mais proveitosa politicamente, o mineiro o convidou para passar a uma sala maior. Dizem que ACM perdeu a cor ao se deparar com toda a imprensa reunida pronta para ouvir as denúncias e conhecer os documentos da tal pasta. A imprensa, que foi ao palácio em busca de notícias, voltou sem as tais "denúncias". ACM não tinha o que relatar, a pasta jamais foi aberta. Era uma mera coreografia política. Mas ficou o fato e a história do mineiro que fez uma "pegadinha" com o poderoso ex-aliado da ditadura.
Itamar assumiu a presidência com país em plena crise. Collor havia sido eleito com forte apoio da mídia e empresários. Governo que não durou muito, arrastado por um tsunami de corrupção. Além da crise política, o principal problema do país era a hiperinflação. Em 1992, chegou a espantosos 1.100%, após os desastres de Zélia Cardoso e companhia. Itamar tomou a corajosa decisão de montar uma equipe para formular e executar o Plano Real. Foi a grande marca do seu curto mas decisivo. governo. A virada econômica começou ali.
No noticiário, digamos, mais leve, adicionou outro marcante episódio ao seu currículo. A popularidade ia bem e o mineiro, um típico come-quieto, foi convencido a ir ao Sambódromo carioca assistir, de camarote, ao desfile das escolas de samba. Tudo ia bem, a "república do pão de queijo" estava animada, quando uma das acompanhantes da trupe, a modelo Lilian Ramos, de minissaia, se aproxima do parapeito do camarote. Os fotógrafos se surpreenderam, deram nota dez no quesito ousadia, e acionaram seus flashes repetidamente. A bela e curvilínea Lilian estava sem calcinha com a inconfundível alegoria íntima, ela, a própria, à vista. O caso não saiu mais da biografia do mineiro Itamar. Pensando bem, melhor a visão transparente da modelo do que as sombras que viriam em seguida: escândalos do Banestado, das famosas Contas C-5, da nebulosa votação da emenda da reeleição, as CPIs natimortas para apurar casos como o do Sivam, as privatizações, a jogada bilionária do Fonte-Cidam, desvalorização do real etc, etc.
O ex-presidente e senador Itamar Franco morreu hoje em São Paulo. Ele sofria de leucemia. Alguns episódios ajudam a definir a personalidade do político mineiro. Em plena ditadura, Tancredo Neves, que seria o candidado natural ao senado pelo PMDB mineiro, amarelou (teve medo de perder para o candidato dos militares) e lançou Itamar ao sacrifício. Deu zebra, Itamar venceu. Seria reeleito para um segundo mandato. Tancredo amargou a frustração por anos. Já presidente, ficou famoso o episódio da "pasta" do ACM. A história circulou na época nas rodas políticas e na mídia. O baiano, que era aliado de Collor, alardeava que tinha uma pasta com denúncias que envolviam o governo federal. ACM dava entrevistas, brandia a pasta, mas não a abria nem detalhava as "denúncias". Itamar o convidou para uma conversa no Planalto. Lá se foi o baiano, pasta debaixo do braço. Foi recebido por Itamar. Quando imaginava que seria uma conversa a sós, quando cada um, depois, faz circular a versão que lhe é mais proveitosa politicamente, o mineiro o convidou para passar a uma sala maior. Dizem que ACM perdeu a cor ao se deparar com toda a imprensa reunida pronta para ouvir as denúncias e conhecer os documentos da tal pasta. A imprensa, que foi ao palácio em busca de notícias, voltou sem as tais "denúncias". ACM não tinha o que relatar, a pasta jamais foi aberta. Era uma mera coreografia política. Mas ficou o fato e a história do mineiro que fez uma "pegadinha" com o poderoso ex-aliado da ditadura.
Itamar assumiu a presidência com país em plena crise. Collor havia sido eleito com forte apoio da mídia e empresários. Governo que não durou muito, arrastado por um tsunami de corrupção. Além da crise política, o principal problema do país era a hiperinflação. Em 1992, chegou a espantosos 1.100%, após os desastres de Zélia Cardoso e companhia. Itamar tomou a corajosa decisão de montar uma equipe para formular e executar o Plano Real. Foi a grande marca do seu curto mas decisivo. governo. A virada econômica começou ali.
No noticiário, digamos, mais leve, adicionou outro marcante episódio ao seu currículo. A popularidade ia bem e o mineiro, um típico come-quieto, foi convencido a ir ao Sambódromo carioca assistir, de camarote, ao desfile das escolas de samba. Tudo ia bem, a "república do pão de queijo" estava animada, quando uma das acompanhantes da trupe, a modelo Lilian Ramos, de minissaia, se aproxima do parapeito do camarote. Os fotógrafos se surpreenderam, deram nota dez no quesito ousadia, e acionaram seus flashes repetidamente. A bela e curvilínea Lilian estava sem calcinha com a inconfundível alegoria íntima, ela, a própria, à vista. O caso não saiu mais da biografia do mineiro Itamar. Pensando bem, melhor a visão transparente da modelo do que as sombras que viriam em seguida: escândalos do Banestado, das famosas Contas C-5, da nebulosa votação da emenda da reeleição, as CPIs natimortas para apurar casos como o do Sivam, as privatizações, a jogada bilionária do Fonte-Cidam, desvalorização do real etc, etc.
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