Os frequentadores pioneiros do Recreio dos Bandeirantes. Foto Manchete |
Em 1960, o Arpoador era a praia mais badalada do Rio de Janeiro. Significava dizer que atraía muita aglomeração - essa palavrinha hoje contaminada pela Covid-19. O repórter Jacinto de Thormes, da Manchete, foi a campo, ou melhor, à praia, descobrir para onde o pessoal estava indo.
Thormes foi parar no Recreio, quase deserto, com raras construções ou casas de veraneio e um hotel que ainda era considerado "balneário". Chegar lá não era pra qualquer linha de ônibus. Era preciso ter carro ou Lambretta, veículo que, depois da onda dos transviados - os playboys que aprontavam em duas rodas - foi adotado por "rapazes de família". Os carros nacionais ainda não eram maioria nas ruas e a orla exibia os importados Buick, Cadillac Eldorado, Bel Air, Mercury...
A região era tão desconectada da cidade que era chamada se "sertão carioca". Hoje está perfeitamente integrada à cidade, tem até BRT e milícia.
O que Jacinto de Thormes e a Manchete mostraram em oito páginas foi uma caravana de alegres desbravadores. Mereciam uma placa. Ou apenas o sertanista Cândido Rondon merece ser lembrado nos anais do ramo?
P.S - Quem não foi injustamente esquecido nos créditos da reportagem foi o fotógrafo que acompanhou Jacinto de Thormes. O editor "marcou touca", como se dizia na época.