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terça-feira, 26 de julho de 2022

Nessa jogada nem o VAR acusa impedimento. Flamengo quer construir o Estádio Jair Messias Bolsonaro, o Bozolão

por Niko Bolontrin

Historicamente, clubes de futebol, entidades privadas, mamam no caixa público favorecidos pela demagogia política. 

O caso mais recente é o do Flamengo que tem se aproveitado de ligações com Bolsonaro para conseguir patrocínio de banco público e emplacar leis que o beneficiam. No passado, o Flamengo ganhou de Getúlio Vargas um grande imovel no Morro da Viúva, na Zona Sul do Rio. 

O clube da Gávea não está sozinho nesse tipo de armação. O Botafogo acaba de confirmar a longa concessão do Engenhão a preço módico. Lembrando que o clube agora é SAF e pertence a um americano. O mais grave é o proprietário do Botafogo exigir que a prefeitura do Rio autorize a destruição da pista de atletismo do estádio que sediou um Panamericano em 2007 e a Olimpíada 2016. O empresário acha que a pista de atletismo prejudica o torcedor por deixar muito longe o campo. O prefeito Eduardo Paes estaria propenso a se render à exigência do americano, esquecendo que o poder público gastou bilhões para construir o Engenhão e a pista de atletismo é essencial para o desenvolvimento do esporte olímpico no Brasil. A privatização do Maracanã, aliás, já acarretou a destruição de uma das melhores pistas de atletismo do Brasil. O estádio do Corinthians deixou dívida imensa com a Caixa com prazo para pagamento de quase 20 anos.

O Cruzeiro, agora propriedade de Ronaldo Fenômeno também está à caça de uma doação de terreno para construir seu estádio em Minhas Gerais. 

Também recentemente, o Vasco, em vias de ser vendido para uma empresa americana, ganhou um mimo do ex- prefeito Crivella: o terreno do seu CT na Zona Oeste do Rio. 

A jogada atual do Flamengo é ainda mais descarada. O clube mobiliza Bolsonaro e o próprio Eduardo Paes, certamente impulsionados por interesses eleitoreiros, para levar a Caixa Econômica a doar um valorizado terreno na região do Porto para o Flamengo construir seu estádio. Por enquanto, a Caixa resiste a presentear o clube da Gávea, mas as pressões são visíveis. Curiosamente, a mídia não crítica o possível Estádio Jair Messias Bolsonaro, o Bozolão, talvez porque apoie esse tipo de negociata quando envolve clubes de futebol. Aparentemente acha normal o poder público presentear cartolas e empresários, desde que seja em nome do futebol. Nesses casos, a bola é o álibi que nem o VAR da moralidade declara impedimento.