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Em 1957, Jaguar dangou uma página na Revista Manchete. Reprodução da edição |
por José Esmeraldo Gonçalves
A edição 271 da antiga Manchete trazia uma página assinada por Jaguar. Ele já havia colaborado com a revista que chegara às bancas em 1952. A novidade oferecida ao leitores era a página exclusiva do cartunista que faria história a partir de junho de 1969, quando foi um dos fundadores do Pasquim e deu traços ao Sig, o rato implacável e inesquecível. O jornal foi um fenômeno de vendas, soube fazer a hora e, usando o humor como arma, tornou-se um símbolo da luta contra a ditadura. Os gorilas entendiam de pau de arara e não sabiam lidar com humor. Chegaram a prender toda a redação invocando as mais variadas desrazões. No caso do Jaguar, o "crime" foi uma charge que parodiava o grito da Independência e botava D. Pedro pedindo mocotó às margens do Ipiranga. Odiaram a piada.
Em cada uma das milhares de charges que criou Jaguar imprimia seu estilo único e certeiro. Difícil escolher a melhor. Entre aquelas que mais gosto e que resume humor com gotas precisas de acidez e bouquet de ironia vai essa abaixo reproduzida do Pasquim.